terça-feira, 31 de março de 2009

Enfermeiros-chefes contestam ministra


Os enfermeiros com competências de gestão contestam a proposta do Ministério da Saúde de revisão da carreira, considerando que a ministra Ana Jorge está a hipotecar a qualidade do serviço prestado aos utentes.
Em causa está a alteração prevista pelo Ministério da Saúde: em vez das actuais cinco categorias, propõe apenas duas – enfermeiro e enfermeiro principal – englobando nesta última os enfermeiros-chefes e parte dos supervisores. "Actualmente, para ser enfermeiro-chefe é preciso ser enfermeiro especialista numa das seis áreas previstas pela Ordem. Depois é necessário participar num concurso público, com discussão curricular. Para ser supervisor é preciso repetir estes dois passos", explica Nelson Guerra, porta-voz da comissão instaladora da Associação Portuguesa de Enfermeiros Gestores.
O responsável sublinha que "todos os actuais enfermeiros que exercem na área da gestão [chefes e supervisores] preenchem estes requisitos". A contestação aumenta de tom, pois a ministra Ana Jorge pretende incluir na categoria de enfermeiro principal apenas alguns destes profissionais. "A categoria de enfermeiro-chefe é composta por sete escalões e a dos os supervisores por seis. O que o Ministério pretende é incluir apenas os enfermeiros dos últimos dois escalões de cada categoria."
O responsável da nova associação de enfermeiros questiona a decisão de Ana Jorge em eliminar o concurso público, "passando o exercício da gestão a ser destinado apenas aos enfermeiros principais nomeados pelas administrações".
A Associação Portuguesa de Enfermeiros Gestores, em fase final de registo, acusa, por isso, o Ministério de ter iniciado uma campanha de desvalorização da carreira de enfermeiro. "A proposta é uma afronta para os enfermeiros", considera Nelson Guerra.
A nova associação de enfermeiros tem como objectivo promover junto da sociedade "o real papel de quem passa 24 horas por dia nos serviços hospitalares e centros de saúde".
SINDICATOS À ESPERA DO MINISTÉRIO
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) aguarda pela resposta do Ministério da Saúde à proposta apresentada na última ronda negocial. Segundo Guadalupe Simões, dirigente do SEP, a discussão da revisão da carreira está em stand-by, uma vez que "já era suposto ter existido uma resposta por parte do ministério". "Até ao momento, não nos chegou qualquer informação. Contamos com ela amanhã [hoje], para podermos reunir com o ministério até quinta--feira", precisamente o dia em que se inicia uma greve da classe.
"O ministério demonstrou abertura para discutir a categoria profissional dos enfermeiros de gestão, agora aguardamos que concretize essa disponibilidade", acrescentou. Fonte do Ministério da Saúde garantiu ao CM que a resposta será enviada ainda esta semana.
REVISÃO ESTATUTÁRIA NA GAVETA
Maria Augusta de Sousa, bastonária da Ordem dos Enfermeiros, critica a demora na aprovação do projecto do decreto-lei que prevê a revisão estatutária da Ordem. "O trabalho com o Ministério da Saúde ficou concluído em Novembro, encontrando-se desde essa altura no Conselho de Ministros para ser aprovado. Este atraso é incompreensível", afirmou ao CM, explicando a urgência deste procedimento: "A revisão estatutária vai atribuir à Ordem novas ferramentas para regulamentar a certificação de competências e o início da actividade profissional autónoma."
O objectivo passa por definir um período de internato para os recém-licenciados em Enfermagem, no qual serão acompanhados por um enfermeiro experiente durante um ano. "Sem essa revisão, não podemos regulamentar estas situações."

terça-feira, 24 de março de 2009

Reunião Enfermeiros Pela Enfermagem


O grupo Enfermeiros pela Enfermagem esteve reunido com o objectivo de debater a Proposta de Carreira de Enfermagem pelo Ministério da Saúde. Já são 3 as propostas/reformulações que o MS propôs aos enfermeiros e avisinha-se uma 4ª reformulação, em que na última reunião, a ministra se mostrou mais permeável aos argumentos dos sindicatos, no que respeita aos valores salariais correspondentes.


A reunião contou com a presença de representantes dos sindicatos que esclareceram dúvidas ao grupo e enviaram uma mensagem "é altura de actuar e defender os direitos dos enfermeiros". Os argumentos invocados pelos sindicatos são válidos (licenciatura, quadro técnico superior, complexidade 3) no entanto o MS não quer reconhecer aos enfermeiros o seu devido valor remuneratório oferecendo pelas 35h, 1047 euros (base) como inico de carreira e 3000 euros como topo.


Foram debatidos estes valores entre todos, chegando à conclusão que a imagem que os enfermeiros passam à sociedade por intermédio das greves consecutivas que se têm efectuado é que pretendem apenas um aumento salarial, esquecendo de transparecer o porquê deste aumento. Torna-se por isso fundamental não apenas reevindicar um aumento salarial mas divulgar de uma forma mais objectiva a importância que o enfermeiro tem na prestação de cuidados de saúde, isto é, a população tem de compreender que para que possa ser bem cuidada, com profissionais diferenciados cientificamente e sem riscos é essencial obter em cada serviço o número correcto de enfermeiros, pagos de acordo com a sua responsabilidade e competência. O que se passa é que a população não tem a mínima noção do que é que os enfermeiros fazem na realidade, pois esta nunca é divulgada. A Ordem dos Enfermeiros e os Sindicatos têm o dever de transmitir à população, esta responsabilidade que é transportada por cada e por todos os enfermeiros. A comunicação não é efectuada convenientemente pois parece que os sindicatos apenas pretendem um aumento e a ordem não promove junto da população actividade nem formações direccionadas neste sentido. Estamos esquecidos e a perder cada vez mais poder por não termos voz activa na sociedade.


Temos pessoas acomodadas ao seu "posto" sem dinâmica e sem uma estratégia bem definida. Durante estes últimos anos a aposta na promoção e divulgação foi pouca ou nenhuma e por estas e outras razões estamos na actual situação, sem poder, nem argumentos para contestar o ministério.



Desta forma, concluímos que existem pessoas desactualizadas e sem visão nesta perspectiva, à frente das organizações que lideram os enfermeiros e a quem imputamos a responsabilidade de estarmos a passar por um momento de descrédito e impotência.

Convidamos todos os enfermeiros que pretendam expor as suas ideias e opiniões a aparecer na próxima reunião onde será debatido a temática Imagem dos Enfermeiros pela Sociedade, OE, Sindicatos e a representatividade dos mesmos a nível organizacional e politico.

domingo, 22 de março de 2009

Carta ‘falsa’ envolve director-geral

Carta ‘falsa’ envolve director-geralA empresa que gere a Linha Saúde 24 acusou a enfermeira Ana Rita Cavaco – que em Outubro denunciou o "caos organizativo" do serviço – de violar o contrato e prejudicar os utentes por ter incentivado uma greve, que levou à perda de 93 chamadas.
Para justificar as acusações que fundamentam o despedimento por justa causa, foi invocada a existência de uma carta, supostamente enviada por Ana Rita ao director -geral de Saúde, Francisco George, onde a enfermeira revela um acordo entre ambos: demonstrar os conflitos com a LCS com vista ao controlo da Linha pela DGS. Ana Rita garantiu ao CM, porém, que a carta é falsa e que está a ser investigada pela PJ. A enfermeira diz que a empresa está a "atacar o director-geral da Saúde" porque na nota de culpa escreve: "A serem verdadeiros – tal como se indicia – a carta e a assinatura bem como o acordo a que nessa carta se alude, os demais factos apurados (...) assumem gravidade".
A empresa alega que se trata de um "processo disciplinar onde são inventariados factos" e que a carta é apenas mais um elemento "tendo sido levantada a questão da veracidade da mesma". Por outro lado, afirma que, em momento algum, é colocada em causa a honorabilidade do director-geral de Saúde. Francisco George recusou fazer comentários. Correio da manhã

terça-feira, 17 de março de 2009

Tutela (Ministério da Saúde) ainda não respondeu por falta de tempo


A ministra da Saúde afirmou hoje que o prazo dado pelo Sindicato dos Enfermeiros para apresentar uma contraproposta sobre a reestruturação das carreiras era demasiado curto, e sublinhou que esse documento só deve estar pronto no final da semana.
O Sindicato dos Enfermeiros convocou uma nova greve de dois dias para o início de Abril, devido à falta de resposta do Governo, cujo prazo era até segunda-feira.
A ministra da Saúde considerou, no entanto, que o prazo foi demasiado curto, já que a última reunião entre os sindicalistas e a tutela aconteceu na quinta-feira.
«A reunião correu bem e foi agendada uma outra para a qual não foi marcada data. Houve um compromisso do Ministério enviar o resultado daquela reunião de consenso, mas os sindicatos só nos deram dois dias», declarou Ana Jorge, à margem de uma visita ao Hospital Curry Cabral.
«Em dois dias não se pode preparar tudo o que era necessário para outra conversa e reunião de diálogo», frisou a governante, notando que «o processo é complexo e envolve várias estruturas e ministérios».
Ana Jorge garantiu que o Ministério vai enviar o documento «logo que seja possível», previsivelmente até ao final da semana.

«Vamos ver se conseguimos fazê-lo, porque o trabalho não é só do Ministério da Saúde», referiu.
A greve dos enfermeiros vai ter início às 00:00 de quinta-feira, dia 02 de Abril, e termina no turno da tarde do dia seguinte, que varia consoante os estabelecimentos de saúde, segundo o sindicato.
A última greve dos enfermeiros, por causa das carreiras, teve lugar há menos de um mês, a 20 de Fevereiro, tendo a adesão sido de quase 60 por cento segundo o Governo, e de 65 por cento a cem por cento, segundo o sindicato. (Lusa)

segunda-feira, 16 de março de 2009

Resposta do MS aos Sindicatos

Resposta do Ministério da Saúde à carta enviada pelos Sindicatos :

No decurso da negociação colectiva da proposta de decreto-lei relativo à carreira especial de enfermagem, foram identificadas pelos sindicatos representativos dos trabalhadores da carreira de enfermagem – CNSE, SIPE e SE – as seguintes questões prévias à discussão do articulado:

A - Âmbito de aplicação do diploma
A estruturação da carreira
C - Parâmetros da tabela remuneratória

A - Âmbito de aplicação do diploma

Sindicato - Este projecto de diploma relativo à carreira especial de enfermagem vem dar cumprimento à obrigação de converter os corpos especiais da Administração Pública em carreiras especiais à luz do novo regime disposto na Lei dos Vínculos, Carreiras e Remunerações de 2008 (doravante LVCR).

Ministério da Saúde - Em conformidade com o exposto, conclui o MS pela aplicação directa do projecto ao universo dos trabalhadores da administração pública, directa ou indirecta, admitindo que o mesmo modelo seja aplicado por parte dos hospitais EPE no âmbito dos seus instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho. Para tal, o MS apresentará a proposta de acordo colectivo de carreira ou de acordo colectivo de entidade empregadora pública e nomeará representante comum para os EPE negociarem a correspondente convenção colectiva.

B - Estrutura da carreira

Sindicato - A estruturação da carreira de enfermagem em duas categorias reflecte uma diferenciação de qualificação técnica e de titulação profissional.Efectivamente, as condições de admissão são distintas e pressupõem conteúdos funcionais diferenciados.

Ministério da Saúde - Todavia, defende o MS que a comissão de serviço prevista para o exercício de cargos de gestão inerentes à profissão, que não constitui cargo dirigente, deverá ter como base de recrutamento um conjunto de profissionais estabilizado em categoria superior, à qual os profissionais acedem mediante concurso, no qual prestarão provas que poderão incluir defesa de projecto de qualidade, organização e gestão de serviços. Deste modo são colocados parâmetros aos dirigentes nas suas opções de escolha na designação para tais comissões de serviço, por natureza conjunturais.

C - Parâmetros da tabela remuneratória

O MS apresenta uma tabela que contém no total 15 posições remuneratórias.

A 1ª categoria proposta pelo MS pretende abarcar remunerações de níveis idênticos aos actualmente praticados, em banda que vai, em termos de TRU, da posição remuneratória 12[1] à posição 42[2].

Os Sindicatos contestam a posição remuneratória de entrada na medida em que alegam que a actual tabela remuneratória foi concebida sem ter em conta a formação base de licenciatura, nem equivalendo aos técnicos superiores de saúde. Invocam ainda que a categoria de especialista se iniciava no escalão 153, o que articula com a posição TRU 21[3], pelo que a banda se revela muito redutora no início.

Todavia, o MS considerou nas regras de transição a faculdade de distinguir escalões remuneratórios, de forma a que a 1ª categoria tivesse uma banda suficientemente larga para permitir um horizonte temporal de carreira relevante, embora não houvesse transição para a categoria principal (o que foi feito para os escalões de enfermeiro chefe 1 a 5 e de enfermeiro supervisor de 1 a 4, ou seja, TRU 24[4] a 42).

Acresce que o próprio MS manifestou aos sindicatos a possibilidade de ser criada uma tabela fechada para as categorias actuais de chefe e de supervisor, por forma a evitar a descategorização, mas sem prejuízo de opção pela nova carreira a requerimento do interessado.
[1] TRU 12 - € 1.047
[2] TRU 42 - € 2.591,76
[3] TRU 21 - € 1.510,43
[4] TRU 24 - €1.664,91

De notar que o universo de profissionais em causa – escalões de enfermeiro-chefe e de enfermeiro-supervisor até à posição TRU 42 - se quantifica em cerca de 300 num universo global de 30.000.

Em todo o caso, esta proposta de tabela remuneratória vai ser reformulada pelo MS.
Considerando que este processo tem de ser acompanhado por outras entidades no seio do Governo, com necessidade de procedimentos de validação conjunta, o MS não tem condições de apresentar desde já uma contra-proposta, o que fará logo que possível.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Negociações da carreira pelo SE


Por isso é que as negociações da nossa carreira sofrem duma estratégia que tem a ver com a necessidade de o Governo provocar os enfermeiros, para estes reagirem, para justificar o espezinhamento que está a fazer na nossa carreira, a que dá, por um lado o grau de complexidade máxima, o 3º, da escala, mas, por outro, corta-lhe a autonomia técnica e aplica-lhe uma tabela salarial, própria duma carreira de bacharéis e não de licenciados.
O Orçamento do Estado (OE) diz que não pode haver técnicos superiores (licenciados), em funções públicas, com vencimentos abaixo dos €1200, contudo, para os Enfermeiros, propõe uma tabela salarial a começar por €1020!!!
Esta contradição é mais grave, ainda, quando, nas inevitáveis comparações, se detecta que a Corporação Médica, começa a sua tabela salarial, onde acaba a tabela salarial dos Enfermeiros, ou seja: o 2º nível da tabela médica, corresponde ao último da carreira de enfermagem. Aqui está a prova de que o Governo não só, pretende uma dependência técnica dos Enfermeiros, como também a económica, desvalorizando o nosso trabalho e saberes próprios.
Não o faz por ignorância, mas por malvadez; pensa que pondo uma Corporação, a Médica, a controlar, subjugando outra, a da Enfermagem, distrai os Enfermeiros do alvo a abater, o Governo, nas suas lutas mais que legítimas, para não andarem dois séculos para trás, na sua progressão histórica, por mérito próprio.
Entre as pretensões diabolizadas do Governo e as nossas aspirações legítimas e meritórios, está a força da nossa luta.
É chegado o momento de se saber, em todos os quadrantes, o que valem, só por si, os Enfermeiros, directamente e não, através daqueles que subsumem o nosso trabalho em impressos seus, ocultando-nos o mérito próprio.
A alternativa não deixa dúvidas:
Ou o Governo reconhece as deficiências da sua proposta; ou os Enfermeiros vão ter que lutar muito, para demonstrarem ao Governo, que temos, assim como ao Povo que o elegeu, a razão de ser da sua luta, na defesa da mais elementar justiça de serem o que são e o que valem e não aquilo em que querem transformá-los, injustamente, fingindo ignorância do seu mérito. (Sindicatos dos Enfermeiros)

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses reúne, esta quinta-feira, com a ministra da Sáude, mas embora esteja disponível para colocar em cima da mesa a desmarcação de todos os protestos, diz que os sinais que tem recebido é que vai ser necessário «endurecer a luta».

Já para amanhã está marcada uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde.
Pedro Frias, da direcção do sindicato, não está optimista quanto ao resultado da conversa com Ana Jorge, mas sublinha que a iniciativa está do lado da tutela.
«Estará sempre em cima da mesa a desmarcação de todas as acções de luta, isto só depende do Ministério da Saúde se apresentar propostas que consideremos boas para os enfermeiros, que garantem direitos e condições de trabalho», defende.
No entanto, Pedro Frias diz que os sinais que lhe chegam do Ministério é que vai ser necessário «endurecer ainda mais esta luta».
Uma situação que poderá ser evitada, acrescenta o dirigente sindical, caso o Ministério tenha esta quinta-feira uma reunião que ultrapasse o acessório no que respeita ao Estatuto da Carreira, que os enfermeiros pretendem que passe a ter uma única categoria que os trate como licenciados. (TSF)

quarta-feira, 11 de março de 2009

Contra proposta do Governo

Contra proposta do Governo, em relação à carreira de Enfermagem no dia 12 de Março.
Aguarda-se novidades...

sábado, 7 de março de 2009

Sindicatos dos enfermeiros e ministério voltam a reunir


Os quatro sindicatos dos enfermeiros vão voltar a reunir-se com a ministra da Saúde para debater as carreiras a 12 de Março, um dia antes da manifestação agendada por aquelas estruturas.
"Até lá ficamos a aguardar a nova proposta que a senhora ministra disse que nos enviava até dia 11 de Março", contou José Carlos Martins, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), deixando claro, ainda, que “o protesto nacional só será anulado se a nova proposta do Ministério ceder às nossas exigências”.

Os sindicatos estiveram reunidos quinta-feira com a Ministra da Saúde, Ana Jorge, para serem discutidas as principais exigências dos enfermeiros, mas o encontro acabou sem qualquer entendimento.

Correio da Manhã

Ana Jorge manifesta abertura para negociar com enfermeiros


"A ministra da Saúde, Ana Jorge, garantiu hoje que o ministério não está «fechado» a continuar a discussão sobre as carreiras dos enfermeiros com os sindicatos, depois de a última reunião de negociações ter terminado sem entendimento.
«Estamos numa fase de negociação de carreiras. Os sindicatos têm uma proposta, nós temos outra, temos tentado conciliá-las. Haverá ainda muito trabalho a desenvolver e não estamos fechados a continuar a discutir o problema das carreiras», disse hoje Ana Jorge à margem do workshop «Contrafacção e Informação», promovido pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), em Lisboa.
A ministra da Saúde reafirmou, no entanto, a posição do ministério, que pretende a diferenciação dos enfermeiros em duas carreiras distintas, como forma de garantia da qualidade dos serviços prestados dentro das diferentes especialidades e áreas técnicas da saúde.
A reunião da passada quinta-feira entre a ministra da Saúde e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) terminou sem um entendimento, o que levou a estrutura sindical a manter o protesto agendado para dia 13 de Março, em frente ao Ministério da Saúde.

«O Ministério continua a não ceder na existência de uma carreira para os enfermeiros, continua a defender a manutenção de uma carreira com duas categorias, como se houvesse dois níveis de enfermeiros e, por último, também não cede nas questões salariais», afirmou aos jornalistas no final da reunião José Carlos Martins, dirigente do SEP.
No fim do encontro, concluiu-se que hoje o Ministério da Saúde deveria agendar uma nova reunião com os sindicatos, que decorrerá durante a próxima semana, e apresentar uma nova proposta, referiu o dirigente sindical." Agencia Lusa

sexta-feira, 6 de março de 2009

Ministra e Sindicato dos Enfermeiros FALHAM ENTENDIMENTO


A reunião de hoje entre o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e a ministra da Saúde, Ana Jorge, «correu mal», pelo que os enfermeiros mantêm o protesto marcado para o próximo dia 13, frente ao Ministério da Saúde.
«O Ministério continua a não ceder na existência de uma carreira para os enfermeiros, continua a defender a manutenção de uma carreira com duas categorias, como se houvesse dois níveis de enfermeiros e, por último, também não cede nas questões salariais», afirmou aos jornalistas no final da reunião José Carlos Martins, dirigente do SEP.
No fim do encontro, concluiu-se que até ao meio-dia de sexta-feira o Ministério da Saúde irá não só agendar uma nova reunião com os sindicatos, que decorrerá durante a próxima semana, mas também apresentar uma nova proposta, referiu o dirigente sindical.
«Da nossa parte, não há cedências: continuamos a exigir um diploma da carreira, regulamentado não só para os actuais enfermeiros, mas também para os futuros, com uma única categoria, e continuamos a exigir um salário ao nível de qualquer licenciado, porque os enfermeiros não são licenciados de segunda categoria», defendeu José Carlos Martins.
O dirigente do SEP disse ainda que os sindicatos vão manter-se à espera da nova proposta do Ministério da Saúde e de um acordo final.
«Caso a ministra da Saúde mantenha a mesma posição, haverá mais greves e manifestações para este mês de Março», garantiu José Carlos Martins, para quem a reunião de hoje «correu mal».
Os restantes três sindicatos de enfermeiros foram ouvidos por Ana Jorge, depois da reunião com o SEP.
Segundo os seus representantes disseram aos jornalistas à entrada da reunião, os sindicatos partilham todos das mesmas ideias e princípios, estão em uníssono e sexta-feira provavelmente haverá uma reunião conjunta entre todos. Agencia Lusa

quinta-feira, 5 de março de 2009

Enfermeiros ameaçam com greve


Os enfermeiros consideram as propostas apresentadas pelo Ministério da Saúde “uma vergonha” e um “insulto à enfermagem portuguesa”. Como tal, ameaçam realizar dois dias de greve e uma concentração junto ao Ministério da Saúde no dia 13 de Março se a ministra da saúde não tiver em conta as propostas dos profissionais de saúde para a revisão do estatuto da carreira .
Os quatro sindicatos representantes dos enfermeiros portugueses afirmaram esta manhã não abdicar dos três princípios estruturantes para a futura carreira e acrescentam um quarto princípio, o da descategorização dos actuais enfermeiros da área de gestão, por o considerarem igualmente “inegociável”.
Assim sendo, os sindicatos defendem a consagração de uma carreira única, com “apenas uma categoria de enfermeiros” e criticam a grelha salarial proposta pela ministra da saúde, Ana Jorge, uma vez que “o Ministério da Saúde propôs uma grelha salarial inferior àquela que o Governo, por lei, consagrou para os restantes licenciados da Administração Pública”, segundo José Carlos Martins, representante do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. Com esta medida, “só no fim de cinquenta anos de exercício é que os profissionais poderão atingir o topo da primeira categoria de enfermeiro, o que é impraticável”, referiu o representante sindical. (correio da manhã)

Linha Saúde 24: DGS quer problemas laborais «resolvidos»




O Director-Geral da Saúde, Francisco George, destacou hoje a necessidade de resolver «totalmente» os problemas laborais da Linha Saúde 24, depois de uma visita da Comissão Parlamentar da Saúde ao centro de atendimento daquele serviço em Lisboa.
Oito enfermeiros da Linha Saúde 24 acusaram a administração, a cargo da empresa Linha de Cuidados de Saúde (LCS), de estar a despedi-los por terem denunciado o «caos organizativo» da instituição, o que foi negado pela empresa.
Segundo a LCS, deese grupo de enfermeiros, seis foram entretanto readmitidos na empresa, um colaborador manifestou desinteresse na continuidade da prestação de serviços e um enfermeiro ainda não foi readmitido por «indisponibilidade de agenda».
Fonte da empresa afirmou à Lusa que dois enfermeiros retomaram funções no início desta semana.
No entanto, o Director-Geral da Saúde, Francisco George, que falava aos deputados da Comissão Parlamentar da Saúde no fim da visita, afirmou que «as disputas ainda não estão totalmente resolvidas», sublinhando que «têm de estar».


«Ninguém duvida de que o serviço é um excelente serviço, ninguém duvida de que a unidade de acompanhamento da Direcção Geral de Saúde [que avalia externamente a Linha Saúde 24] cumpre a sua missão», ressalvou Francisco George.
No fim da reunião entre a Comissão Parlamentar da Saúde e a administração da LCS, que não contou com a presença de nenhum representante dos funcionários, Francisco George reafirmou aos jornalistas a necessidade de «resolver todo os problemas laborais» para dar «o exemplo» e «não prejudicar imagem do serviço».
O administrador da empresa Ramiro Martins negou as «irregularidades« que têm sido apontadas pelos enfermeiros, destacando o «alto grau de satisfação dos cidadãos quanto ao serviço»: 99 por cento dos cidadãos recomendam o serviço.


Acentuando a natureza laboral da disputa entre a administração e os funcionários, o director-geral da Saúde explicou que quando a questão for resolvida «ganhar-se-á outra dinâmica de confiança na Linha Saúde 24.
«O poder de resolver as questões laborais está na empresa e, por isso, a empresa tem de ser a primeira a ceder», sugeriu.
Ramiro Martins defendeu que os oito enfermeiros foram dispensados inicialmente depois de um processo de avaliação de desempenho que «não revelou índices de performances adequados».
No fim do mês de Fevereiro, a LCS procedeu à «reanálise do processo de classificação e de dispensa de prestadores de serviços», decidindo atribuir «uma segunda oportunidade» aos enfermeiros dispensados.
«A expressão segunda oportunidade não foi feliz», considerou o director-geral da Saúde.


Os problemas laborais na Saúde 24 já tinham levado Francisco George a admitir a hipótese de não renovar o contrato com a empresa, no passado mês de Fevereiro, quando estas questões foram levadas ao parlamento, possibilidade que não excluiu esta manhã, apesar de assegurar ter «confiança» na resolução de «todas as questões laborais».
A presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, Maria de Belém, ressalvou a importância do serviço da Saúde Linha 24 e de «garantir que os cidadãos estão em primeiro lugar e que tudo o resto é um instrumento ao serviço dos cidadãos».
A Saúde 24 é uma linha de atendimento telefónico que, através do número o 808 24 24 24, procura responder às necessidades de quem a contacta em matéria de saúde. O objectivo é encaminhar os utentes para as instituições do Serviço Nacional de Saúde mais adequadas.

terça-feira, 3 de março de 2009

Ministra confiante no êxito da negociação da avaliação dos médicos


A ministra da Saúde, Ana Jorge, disse hoje estar «muito confiante» no processo de negociação para a avaliação dos médicos e sublinhou que acredita que se irá chegar a uma boa satisfação para todas as partes.
«É um aspecto mínimo em todo o processo de carreiras. Os médicos, ao longo de toda a sua vida foram sujeitos a avaliação. Eu própria sou médica de carreira há mais de 30 anos e fiz já não sei quantos concursos. Somos avaliados diariamente», disse aos jornalistas.
Ana Jorge falava à entrada para o I Encontro Nacional das Unidades de Saúde Familiar, que reúne em Aveiro centenas de profissionais de saúde.
Já no auditório e dirigindo-se à numerosa assistência, voltou a procurar desvalorizar os receios do processo de avaliação.
«A avaliação não é nada de novo e todos nós, profissionais de saúde, temos sido sujeitos ao longo de todos os anos a várias avaliações. Pela experiência que tem sido notada nas unidades de saúde familiares, a avaliação de desempenho não é mais do que aquilo que é o trabalho por objectivos e de cumprirmos ou não cumprirmos esses objectivos», afirmou.

A ministra disse ainda que o governo está «apostado na qualificação da profissão e na prestação de cuidados de qualidade, em que a formação contínua é essencial», bem como «em repor as carreiras na dignificação do que é a profissão do médico e da enfermagem».