quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Fundação Champalimaud aliará investigação a tratamentos


A área de cancro do Centro de Investigação da Fundação Champalimaud que abrirá em Outubro de 2010 em Lisboa terá como missão principal aplicar os resultados da investigação aos doentes que ali serão também acompanhados.
O responsável pela área oncológica do Centro, Raghu Kalluri, explicou que parte do edifício será dedicada à prevenção e tratamento clínico.
«Inicialmente, o foco estará nas áreas do cancro da mama, do urológico, do reprodutivo, do pulmão e da pele», disse o cientista da Harvard Medical School, acrescentando que futuramente haverá expansão destas áreas. «A missão central é ter investigação com propensão para tratar os nossos doentes», resumiu. Segundo Kalluri, no centro, 50 por cento dos oncologistas serão médicos e a outra metade cientistas. Estes estarão concentrados na investigação básica, mas também na clínica.
Na clínica oncológica haverá especial atenção às metástases. A investigação será direccionada para decifrar os mecanismos moleculares e a genética que lhe está associada, com foco no diagnóstico, prevenção e tratamento.

Prestigiados investigadores, como Kalluri (da Beth Israel Deaconess Medical Center e da Harvard Medical School), Lyden (da Cornell University Weill College of Medicine, Nova Iorque) e Kang (da Universidade de Princeton) terão laboratórios no centro. Estes locais inicialmente servirão para treino de novos cientistas e para ajudar a organizar novos laboratórios de estudo de metástases.
Sublinhando que a principal missão do centro é «cuidar do paciente, a investigação e o ensino», o responsável espera que as três áreas se combinem numa efectiva estratégia para tratamento dos pacientes. «Tratar os nossos pacientes com cancro irá reflectir compaixão, inovação e comunicação efectiva. Ensinar e investigar são complementares no nosso esforço de tratamento efectivo e esperamos começar este trabalho pouco depois da inauguração em Outubro de 2010», espera.

O novo centro vai abrir portas a 5 de Outubro do próximo ano, na zona ribeirinha de Pedrouços, Lisboa, e pretende ser um centro de excelência na área da investigação médica.
O fundador da Fundação Champalimaud, o empresário António Champalimaud, determinou no seu testamento os objectivos da instituição: apoiar a investigação de ponta nas Ciências Médicas, estimular descobertas que beneficiem as pessoas e apoiar a descoberta de novos padrões de conhecimento.
A presidente da Fundação Champalimaud diz que o «ponto crucial no avanço do conhecimento e domínio das doenças» é o contacto entre cientistas e clínicos, sendo esta a aposta do novo centro da instituição. A presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, explica que a actividade da instituição está «muito virada para traduzir conhecimento, conhecer mais o que não se conhece, mas sempre transferir esses conhecimentos que a ciência básica vai obtendo» para «melhor» prevenir e tratar doenças.

Leonor Beleza diz que através da sua experiência tem percebido que a «transferência de conhecimentos e o contacto entre cientistas e clínicos é um ponto crucial no avanço do conhecimento e domínio das doenças». Este é um modelo já usado no centro que a fundação tem na Índia e que Leonor Beleza quer repetir em Portugal.
«No mesmo local vão estar cientistas de áreas diferentes do conhecimento, com tipos de formação diferentes, e vão estar [também] clínicos a tratar pessoas», explicou. Os doentes também se aperceberão de que há laboratórios de investigação e, por outro lado, a partilha de um mesmo edifício permitirá aos cientistas verem os pacientes.
«Quem está mais dentro da Ciência Básica, certamente não quer que ninguém lhes conduza a investigação com certos objectivos. Mas eu gostaria que fossem mais sugestionáveis pela presença de doentes e pela necessidade de que os nossos conhecimentos se traduzam em melhorias», resume.

Leonor Beleza, ex-ministra da Saúde, sublinhou a importância da procura de resultados por parte da investigação científica porque «certamente» seria essa a vontade do fundador da fundação, o empresário António Champalimaud. «Os resultados são muito isso: os conhecimentos serem usados para sermos mais capazes de dominar as doenças e de permitir às pessoas viver mais tempo mas, mais importante, viver melhor, sobretudo, a parte final das vidas», diz.
Daí a atenção à área das neurociências no centro, cujo «domínio hoje está longíssimo de estar garantido». Lusa

Hospitais capazes contabilização «séria» mortes por acidente


A ministra da Saúde garantiu hoje que os hospitais têm capacidade para fazer uma contabilização “séria” das mortes resultantes de acidentes de viação nos 30 dias seguintes ao sinistro.
A partir de sexta-feira, as pessoas que morrerem nos hospitais até 30 dias após sofrerem um acidente de viação passam a ser contabilizadas como mortos nas estradas.
“Os hospitais têm capacidade, até porque eles têm o registo. É só a forma de saber mobilizar os dados”, disse Ana Jorge, em Portimão, à margem da cerimónia da entrega de 13 viaturas para as equipas de Cuidados Continuados Integrados domiciliários do Algarve.
Posição contrária à da ministra da Saúde tem o presidente da Sociedade Portuguesa do Trauma que, em declarações à Agência Lusa, considerou que os hospitais não estão “minimamente preparados para uma contabilização séria” e defendeu a criação de um registo nacional do trauma.
Nelson Olim disse que esta nova forma de fazer a contabilização das vítimas mortais dos acidentes nas estradas, “há muito reivindicada, é boa”, mas considerou que "neste momento não existem as ferramentas necessárias para pôr o sistema a funcionar”.

Segundo aquele responsável, a contabilidade dos mortos até 30 dias após um acidente "é a mais correcta e a internacionalmente mais aceite", mas para ser calculada "obriga a que haja um registo nacional do trauma", base de dados que regista todos os passos dos doentes traumatizados que entram num hospital.
Para Ana Jorge, não são necessárias “grandes alterações naquilo que são os sistemas de informação existentes nos hospitais” portugueses e admitiu que “a rede de trauma, a ser estabelecida, tem mais a ver com a sobrevivência dos doentes do que propriamente com a contagem dos mortos”.
“Um registo não é para contar os mortos, obviamente. Será [antes um sistema] de facilitação de tratar os doentes ou pessoas que sofreram traumatismo devido aos acidentes de viação”, acrescentou. Lusa

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Obesidade: Hospitais públicos farão 2.500 cirurgias em 2010


Os hospitais públicos portugueses vão realizar 2 500 cirurgias de tratamento da obesidade em 2010, para as quais os doentes vão esperar um máximo de nove meses, no âmbito de um programa lançado hoje pelo Ministério da Saúde.
O objectivo desta iniciativa é proporcionar aos doentes o acesso em «tempo adequado» à cirurgia com mais tempo de espera do país e reforçar o papel do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na resposta às necessidades de uma população de risco.
No final de 2008 havia 2 142 doentes inscritos para cirurgia, com uma mediana de tempo de espera de 15 meses, uma situação que não mudou significativamente em 2009.O Programa de Tratamento Cirúrgico da Obesidade será aplicado em 19 hospitais públicos de todo o país, estando a ser preparada já a contratualização com algumas unidades de saúde privadas, depois de reconhecidas pela Direcção-Geral da Saúde, que darão resposta aos casos para os quais o SNS não tenha capacidade.
Durante a apresentação do programa, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, reforçou que "a ambição do SNS é dar resposta a pelo menos 75 por cento dos casos".

O ministério da Saúde pretende reduzir para nove meses o prazo máximo de marcação de cirurgia e para dois meses o limite para o doente ter uma consulta pré-operatória de avaliação multidisciplinar.
No âmbito deste programa, serão realizadas em hospitais públicos no próximo ano mais mil cirurgias de tratamento de obesidade do que as 1 500 que se realizavam até aqui, especificou a ministra da Saúde, Ana Jorge.
O financiamento associado à primeira fase do programa de tratamento cirúrgico nos hospitais públicos será de 9,6 milhões de euros.
Manuel Pizarro adiantou que o custo das cirurgias, incluindo a avaliação pré-operatória, será de 3 377 euros no caso da banda gástrica e de 4 295 euros no caso do "bypass".
Este valor não inclui o acompanhamento pós-cirúrgico, previsto no programa, com uma duração de três anos e que inclui um mínimo de duas consultas anuais.

Ana Jorge ressalvou, no entanto, que o problema da obesidade não se resolve só com cirurgia, mas sim com um programa de promoção de hábitos de vida saudáveis.
"A cirurgia intervém onde a prevenção não teve tempo de o fazer", afirmou, sublinhando que não cabe só aos nutricionistas este papel, mas sim a equipas multidisciplinares que devem acompanhar e prestar atenção aos hábitos alimentares desde a infância e até mesmo desde a gravidez das mães.
Questionada sobre a forma como os hospitais vão conseguir agora dar resposta a um problema para o qual demonstravam falta de capacidade, a ministra respondeu que esse problema não cabe ao SNS resolver.
"Foi feita a proposta aos hospitais. A forma como o aplicam é da responsabilidade dos próprios hospitais. Têm que encontrar a melhor forma de gerir com os recursos humanos e financeiros que têm", disse.

Em 2011, o programa de tratamento cirúrgico da obesidade será alvo de uma reavaliação e de reforço das medidas necessárias, referiram os governantes. Lusa

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Administradores hospitalares criticam política orçamental


O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Pedro Lopes, classificou hoje de positivo o reforço de capital dos 15 hospitais públicos, embora sustente que não cria nem investimento nem valor.
«A utilização [desta verba] para despesas correntes não permanece e não se perpetua [nos hospitais], nem cria investimento e valor», criticou o dirigente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.
O Governo reforçou em 70 milhões de euros o capital social de 15 hospitais públicos (EPE), para os ajudar a pagar parte das dívidas a fornecedores.
Os hospitais deverão chegar ao fim deste ano com uma dívida de cerca de mil milhões de euros, segundo refere a edição de hoje do jornal Diário Económico.
«Estes hospitais estão efectivamente com dificuldades de tesouraria, não têm capacidade financeira para pagar aos fornecedores, pelo que a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares vê com satisfação a adopção desta medida, mas alerta para o facto de se tratar de um reforço do capital estatutário», disse à agência Lusa o dirigente.

Neste sentido, Pedro Lopes considera que o reforço [em 70 milhões de euros] do capital social dos 15 hospitais públicos não deveria destinar-se ao pagamento de despesas correntes, isto é, a fornecedores, mas sim para despesas de investimento.
O secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar, garantiu em declarações à imprensa que o montante agora avançado já estava previsto no Orçamento para 2009 e que, embora seja reduzido, é um recurso «disponível» que o Governo não quer desperdiçar.
Por seu turno, Pedro Lopes disse à Lusa que a verba em questão «é pouco significativa e não resolve muito».
«São verbas para reforço do capital social estatutário e, por isso, deveriam em teoria servir para investir, nomeadamente, na melhoria da qualidade dos serviços, e não para pagar despesas correntes a fornecedores, como o Governo a fazer», conclui. Lusa

Antissépticos podem tornar bactérias mais resistentes


Um estudo realizado por investigadores irlandeses, especializados no combate a infecções hospitalares, identificou que os antissépticos podem tornar as bactérias mais resistentes não só a estes produtos, mas também aos antibióticos.
Os cientistas da Universidade Nacional da Irlanda em Galway chegaram à esta conclusão após acrescentar quantidades crescentes de desinfectante a culturas em laboratório de pseudomonas aeruginosa, uma bactéria responsável por infecções nos hospitais.
Segundo o estudo, publicado na edição de Janeiro da revista Microbiology, a bactéria sobreviveu ao desinfectante e o seu ADN mudou para torná-la resistente aos antibióticos do tipo da ciprofloxacina, apesar não ter sido exposta a estes remédios.
Os desinfectantes são utilizados para limpar diferentes superfícies nos hospitais, com o objectivo de evitar a proliferação das bactérias.
Conforme o autor principal do estudo, Gérard Fleming, a elevadas concentrações não parece haver problema, mas «os resíduos de desinfectantes diluídos de forma incorrecta e que permanecem na superfície num hospital podem gerar o crescimento de bactérias resistentes aos antibióticos».

A ameaça para a saúde é grande, já que se as bactérias sobrevivem aos desinfectantes e contaminam um paciente, este será tratado com antibióticos resistentes às bactérias.
A pseudomonas aeruginosa é uma bactéria oportunista que ataca normalmente pessoas cujo sistema imunológico está debilitado, como doentes de fibrose cística e diabetes.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, pelo menos 8,7% dos pacientes contraem infecções durante a hospitalização. LUSA

Hospitais: Governo disponibiliza 70 M€ para pagar dívidas


O Governo resolveu dar uma prenda de Natal aos hospitais, injectando 70 milhões de euros no reforço do capital social de 15 hospitais EPE, um esforço que visa o pagamento de dívidas dos estabelecimentos de saúde, segundo o Diário Económico desta segunda-feira.
Cada instituição vai receber entre um milhão e 9,4 milhões de euros. O despacho conjunto dos ministérios das Finanças e da Saúde foi assinado no dia 23 de Dezembro e é hoje publicado, com efeitos imediatos.
A verba estava contemplada no Orçamento do Estado para 2009, mais precisamente no capítulo 60 do Ministério das Finanças, onde estão previstos os aumentos de capital, diz o diário citando informação do secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar.
O objectivo da medida é ajudar os hospitais a pagar parte da dívida aos fornecedores. Segundo números já noticiados pelo jornal, os hospitais devem encerrar o ano com uma dívida superior a mil milhões de euros.

Com o Fundo de Apoio aos Pagamentos do Serviço Nacional de Saúde falido - dos 645,3 milhões de euros de capital, 643,5 milhões estão emprestados aos hospitais - este reforço evita que uma parte da dívida transite para 2010. LUSA

domingo, 27 de dezembro de 2009

Vacinação já abrange todos os prioritários


A campanha de vacinação para a gripe A arrancou há dois meses e já abrange todos os grupos considerados prioritários, o que só deveria ocorrer em Janeiro. Segundo a ministra da Saúde, Ana Jorge, o facto de os adultos só precisarem de uma dose, quando inicialmente se previa que precisassem de duas, permitiu antecipar a vacinação do último grupo – que inclui as crianças até aos 12 anos – para a passada segunda-feira.
Sobre o eventual alargamento da vacinação a outros grupos, Ana Jorge responde que "só depois da vacinação das pessoas dos grupos A, B e C é que a comissão técnica de vacinação irá fazer a indicação de quem são os grupos prioritários". De acordo com os últimos dados da Direcção-Geral da Saúde, registaram-se em Portugal 58 mortes com H1N1.

Ana Jorge preocupada com saída de médicos para o privado


A ministra da Saúde, Ana Jorge, está preocupada com a saída dos profissionais de saúde do sistema público para o privado e afirma que vai trabalhar para aumentar o ânimo e a motivação dos funcionários do Serviço Nacional de Saúde.
«Preocupa-me um pouco a saída, principalmente porque há uma fatia de profissionais de grande experiência que estão a sair, profissionais que se formaram dentro do sistema público, que são os responsáveis pelos bons desempenhos e que são também os formadores» dos mais jovens, afirmou a ministra, em entrevista à Lusa.
«O que me preocupa não é o funcionamento, porque as respostas, quer em número, quer em qualidade, têm vindo a aumentar, mas acho que há um sentimento nos profissionais de um menor ânimo e de falta de motivação«, acrescentou. Lusa

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Centros de saúde receberam muitas marcações de vacinação a crianças


A ministra da Saúde afirmou, esta terça-feira, que muitas pessoas ligaram para os centros de saúde para marcarem a vacinação contra a gripe A, depois de esta ter sido alargada às crianças até aos 12 anos.
«A informação que temos ainda é muita pequena mas houve muitas pessoas a ligarem para os centros de saúde para marcar a vacinação. A dose não é unitária, são frascos que dão para dez pessoas, nas crianças para 20, pois até aos dez anos é meia dose. Para podermos gerir bem, pede-se para [as pessoas] telefonarem e marcarem para o dia mais adequado», disse Ana Jorge. A vacinação das crianças até aos 12 anos, incluídas no grupo C e cuja vacinação estava prevista para Janeiro, foi antecipada e começou na segunda-feira. «Existiu a possibilidade de se vacinar o grupo C e antecipamos o grupo das crianças até aos 12 anos. O vírus veio para tomar conta de todos os [outros] vírus e, pelo que se sabe, praticamente todas as viroses são H1N1», acrescentou a ministra, após uma visita à Urgência Pediátrica e ao Serviço de Pediatria do Hospital Garcia de Orta, em Almada. «Essa é a razão para que [a vacinação] seja feita para os grupos de risco e progressivamente se alargue a toda a população, pois o que se prevê é que a gripe do próximo Inverno seja H1N1 e com mais pessoas vacinadas a possibilidade se ter uma epidemia é menor», acrescentou. TSF

Listas de espera para cirurgia online a partir de 4ª-feira


As pessoas inscritas para cirurgias podem a partir de quarta-feira consultar na Internet a sua posição na lista de espera e saber quanto falta para serem operadas, divulgou hoje o Ministério da Saúde.
O Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (e-SIGIC), que será apresentado na quarta-feira no Ministério da Saúde, possibilita «conhecer a posição que ocupa na lista, bem como o tempo dentro do qual será realizada a intervenção cirúrgica».
Para consultar o e-SIGIC, é preciso registar-se no Portal da Saúde com o número de utente, que dá direito a uma palavra-passe que permite consultar o processo. Lusa

Governo lança campanha para aliviar urgências hospitalares


A ministra da Saúde, Ana Jorge, apresenta esta terça-feira uma nova campanha que pretende aliviar as urgências hospitalares nesta época festiva, convidando os pais de crianças doentes a recorrerem antes à Linha Saúde 24.
A nova campanha, intitulada «Dói, dói? Trim, trim!» e promovida pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), decorre até ao final da primeira semana de 2010 e aconselha o recurso à Linha Saúde 24 (808 24 24 24) em casos de preocupação ou dúvidas relativas à saúde das crianças, que podem ser resolvidas com um simples atendimento telefónico ou com uma deslocação ao Centro de Saúde.
Para promover o recurso prioritário das crianças aos cuidados de saúde primários, a ARSLVT deu instruções aos serviços de atendimento dos centros de saúde para que as crianças entre um e 12 anos que sejam encaminhadas pela Linha Saúde 24 tenham prioridade no atendimento.«A sua criança está doente? Está preocupada/o? Não corra para a urgência, corra para o telefone» é o conselho principal da campanha, que inclui a distribuição de cartazes e folhetos em diversos locais, como serviços de saúde, farmácias e lojas do cidadão, entre outros.

Serão ainda publicados anúncios em jornais locais e regionais, bem como pequenos anúncios televisivos. Lusa

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Notário morre após operação


Carlos Henrique Ribeiro Melon, um notário de Lisboa, faleceu depois de ter sido submetido a uma cirurgia para colocar uma banda gástrica.
O notário, com cerca de 55 anos, tinha alguns problemas de peso, sofria de diabetes e terá tido um ataque cardíaco na sala de operações, revelou ao CM fonte próxima da família. Segundo a mesma fonte, a colocação da banda no estômago terá decorrido sem problemas, e Carlos Melon, que foi operado na semana passada num hospital privado da zona de Lisboa, já estava em casa a recuperar quando desenvolveu uma peritonite (infecção). Regressou ao hospital, onde acabou por falecer no dia 17 de Dezembro alegadamente vítima de uma paragem cardíaca. O corpo foi cremado ontem no cemitério dos Olivais.
O CM tentou contactar a unidade hospitalar, mas até à hora de fecho desta edição não foi possível obter qualquer comentário.
Carlos Santos, cirurgião do Centro Hospitalar do Alto Ave e presidente do Colégio de Cirurgia geral da Ordem dos Médicos, explicou ao CM que "as bandas gástricas são colocadas em doentes com obesidade mórbida, doença que por si só já acarreta riscos elevados devido às doenças associadas, como a diabetes e a tensão alta, logo há também mais riscos de desenvolver uma infecção".
O cirurgião alerta para o facto de estas intervenções se tornarem "numa verdadeira pandemia", uma vez que há cada vez mais jovens obesos. "Segundo os últimos dados cerca de 30% dos jovens sofrem de obesidade mórbida". CM

Ceia de Natal saudável e barata


Com o Natal à porta, chega a preocupação de comprar alimentos para a ceia da consoada que sejam baratos e não prejudiquem ainda mais a saúde de quem já sofre de elevados níveis de colesterol, de diabetes ou de hipertensão arterial, principais factores de risco cardiovascular e principais causas de morte de cerca de 43 mil portugueses por ano em Portugal.
A nutricionista Alexandra Bento, presidente da Associação Portuguesa de Nutricionistas, alerta para os perigos da hipertensão arterial. "É um grave problema que deve ser pensado durante todo o ano, e particularmente nesta altura do ano, em que o consumo do sal é maior."
O bacalhau é muito salgado e é um dos alimentos mais consumidos pelos portugueses. Apesar do seu elevado teor de sal, os hipertensos não devem ser privados de o saborear.
Alexandra Bento dá um conselho aos hipertensos para a ceia da Consoada: "O bacalhau deve ser muito bem demolhado, para perder o sal, e não deve ser adicionado sal na água da cozedura. Seria um erro."
As pessoas com níveis de colesterol elevados devem evitar as frituras e devem optar pelo azeite, uma gordura cardioprotectora, que protege o coração. Deixar os alimentos a boiar no azeite é um erro, recomendando--se um consumo moderado.
As rabanadas devem ser demolhadas em leite magro e assadas no forno, em vez de fritas em óleo. A gelatina é outra sobremesa recomendada.
Os doentes diabéticos devem optar por uma refeição adequada à doença, optando pelos cozidos e grelhados e evitando os fritos. Não devem ser privados de uma sobremesa, podem provar um doce nesta altura do ano, sendo aconselhada a farófia ou fruta. O início da ceia deve ser a sopa, de legumes ou com uma base de tomate, ervilhas e polvilhada com dois ou três pinhões, que lhe vão dar um ar de requinte. Sugestões de uma ceia gastando poucos euros.

Clínicos querem baixas médicas fora dos centros de saúde


A Ordem e a Federação Nacional dos Médicos defendem alterações ao processo que obriga os portugueses a recorrerem ao centro de saúde para obterem uma baixa médica, mas o Ministério da Saúde garante que não está prevista qualquer mudança.
O actual modelo para justificar a ausência ao trabalho por motivo de doença foi implantado em Maio de 2007, quando o regime da Administração Pública foi equiparado ao regime geral. «Na altura, a lógica era limitar ao máximo as infracções e o abuso, mas de facto não funciona porque as situações fraudulentas continuam a existir», disse à Lusa o presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM).
O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) e o presidente da FNAM concordam que o actual sistema, ao exigir que os Certificados de Incapacidade Temporária sejam emitidos nos Centros de Saúde, aumenta a burocratização do trabalho dos médicos de família e dificulta a vida aos utentes.
O bastonário, Pedro Nunes, resume a situação: «Os médicos dos centros de saúde perdem tempo com papelada em vez de estarem a ver doentes e por sua vez, os doentes perdem dias de trabalho nos centros de saúde à espera de uma consulta médica para poderem obter um simples papel».

Para Pedro Nunes, o actual sistema é «absurdo». «As pessoas vão a um médico que os trata e depois vão a outro só para pedir o papel».
O caso é ainda «mais absurdo» nos doentes que «vão à urgência, são atendidos por um médico que, sendo uma situação banal, os trata e depois os reencaminha para o médico de família para pedir o atestado, quando este nem os viu».
A opinião de Pedro Nunes é partilhada pelo dirigente sindical, que considera «inadmissível» a situação. «É sobrecarregar os centros de saúde e repetir procedimentos burocráticos-administrativos. Não faz qualquer sentido roubar capacidade de resposta assistencial dos médicos de família», frisou.
É que além destas baixas por doença, frisou Pedro Nunes, «há os inúmeros atestados, declarações e coisas do género que cada departamento público ou não público vem inventado. Para a caça, para a pesca, para a universidade ou para a escola de futebol. Isto cai tudo em cima do médico de família».

Em seu entender, «a única maneira de ultrapassar isto é permitir que o médico, público ou privado, que acompanha um indivíduo com uma doença crónica ou que necessita de uma cirurgia possa, sob compromisso de honra, passar a declaração» que dá acesso ao subsídio por doença.
O presidente da FNAM, Mário Jorge, recorda por seu lado que «todo e qualquer médico que passa um atestado fica automaticamente responsabilizado pelo seu acto. Todos são abrangidos pelas mesmas normas disciplinares».
«Deveria haver regras de fiscalização que não permitissem as naturais tendências para o abuso», acrescenta, enquanto o bastonário vai mais longe: «O Estado deve ter, isso sim, um sistema pericial eficaz que seja desencadeado perante suspeita ou até aleatoriamente, com penalidades para quem prestasse falsas declarações. Essas penalidades deveriam ser grandes para serem dissuasoras da fraude».

Contactada pela Lusa, fonte do Ministério da Saúde disse apenas que «não está prevista qualquer alteração ao processo das baixas médicas, o qual não depende apenas do Ministério da Saúde, mas também do Trabalho e Solidariedade Social». Lusa

Obsessão com gripe A em Portugal evitou pânico


A epidemia da gripe tornou-se num dos assuntos mais mediáticos do ano em Portugal, continuando a a abrir telejornais quando em muitos países já raramente era notícia. Tanta atenção à doença acabou por ter, sobretudo, efeitos positivos: foi pedagógica e evitou o pânico, dizem os especialistas.
A comunicação sobre a gripe A em Portugal foi, em geral, pedagógica e informativa: além de evitar o pânico, conduziu a comportamentos preventivos contra o vírus, como a lavagem frequente das mãos, consideram os peritos ouvidos pela Lusa.
Porém, houve casos, como o da morte de grávidas e fetos, em que a comunicação social não terá feito «um enquadramento aprofundado», diz o sociólogo Francisco Rui Cádima.
«Houve, eventualmente, um tratamento enviesado por parte de alguma comunicação social que terá levado à criação de boatos como o da vacina poder ser prejudicial», considera.
Para o sociólogo, os media têm de «assumir a sua responsabilidade social e não condescender minimamente em relação a formas especulativas, sensacionalistas ou meramente estatísticas porque isso desencadeia atitudes negativas por parte do público em relação aos problemas».

No entanto, considera demasido «arriscado» responsabilizar os meios de comunicação por as grávidas não aderirem à vacinação, como fizeram as autoridades de saúde: «Uma entidade pública ou privada não deve fazer esse tipo de pronunciamento sem ter um estudo com uma base minimamente sólida».
Já para o director da Escola Nacional de Saúde Pública, Constantino Sakellarides, «o nível de cobertura mediática foi bastante adequado em termos de intensidade e bastante pedagógica em termos de conteúdo», sublinhando que contra uma pandemia de gripe, a primeira e mais importante arma é a vacinação e depois a comunicação.
Sakellarides diz que o bom tratamento de informação deveu-se, em parte, ao «grande esforço de comunicação das autoridades de saúde», que permitiu que «a informação fosse constante e precoce», o que não aconteceu em países como os Estados Unidos.

Para o pneumologista António Diniz, «os portugueses não estão aterrorizados com a gripe, embora tenha sido, de alguma forma, uma coisa que os sensibilizou», levando-os a adoptar «comportamentos de defesa».
Quanto à comunicação feita pelos media e pelas autoridades de saúde, afirmou que «perante situações novas é difícil que todas as pessoas tenham sempre as atitudes mais correctas», mas no geral foi um «bom trabalho»: «O resultado final é que o que se passa em Portugal, não se afasta do que existe em países com estruturas de saúde tão boas ou melhores do que as nossas».
Sakellarides salientou que a pandemia levou a mudanças de atitudes das pessoas em relação à gripe, quando se aperceberam de que é uma doença que «merece respeito»: e assim, a partir de agora, «quando chegarmos aos Invernos vamos ter, talvez, um comportamento melhor do que tínhamos até agora». Lusa

sábado, 19 de dezembro de 2009

Farmacêuticos Hospitalares querem mais profissionais nas unidades de saúde


A Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares diz que se podem eveitar erros na medicação com mais profissionais de farmácia nas unidades de saúde. A presidente Aida Baptista defende ainda que não basta apurar a culpa no caso que levou à cegueira de seis doentes no Hospital de Santa Maria.


A Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares considera que existem unidades de saúde que deviam ter mais profissionais de farmácia, porque se assim for seria possível evitar erros com a medicação.
Um dia depois de o Ministério Público ter acusado um farmacêutico e uma técnica de farmácia de estarem na origem da troca de medicamentos que provocou cegueira em seis doentes no Hospital de Santa Maria, a presidente desta associação diz que não basta apurar a culpa neste caso.
«Devem apurar-se as condições em que ocorreu este eventual erro e eventual culpa destes profissionais. Há uma série de factores que podem estar envolvidos nesse acontecimento, entre eles, as condições de trabalho e pressões e a quantidade de profissionais», explicou Aida Baptista.
A dirigente desta associação reconheceu que há unidades de saúde com boas condições de trabalho, mas que outras há onde existe falta de profissionais para evitar casos como o do Hospital de Santa Maria.
«Temos hospitais em que só existe um farmacêutico. É claro que não são hospitais que fazem a preparação de citotásticos na farmácia como é o caso de Santa Maria, mas que têm outras actividades que necessitariam de ter mais profissionais», acrescentou.
Desta forma, entende Aida Baptista poder-se-ia impedir que «ocorresse eventualmente erros ou problemas com a medicação que os doentes recebem nos hospitais».
Questionada sobre se a farmácia do Hospital de Santa Maria tem boas condições, a presidente da Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares diz que esta tem boas condições agora, mas afirmou que não sabe como era a situação quando ocorreu a troca de medicamentos. TSF

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Mais de 36 mil doentes operados às cataratas


O Programa de Intervenção em Oftalmologia (PIO) superou a previsão da tutela, registando um aumento de doentes operados às cataratas e com primeiras consultas, gastando menos dinheiro.
Segundo o Ministério da Saúde, 36 446 doentes foram operados de Janeiro de 2008 a Junho de 2009, apesar de terem sido contratualizadas trinta mil cirurgias; 80 940 doentes tiveram uma primeira consulta, das 75 mil contratualizadas. Quanto às reclamações de doentes de não acederem à cirurgia – alguns foram operados no estrangeiro – o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, disse que a tutela "não montou uma linha verde para os doentes que não apareceram depois do programa estar a funcionar". O PIO custou 3,5 milhões de euros e a tutela dispunha de 28 milhões. CM

SNS: Estado pode poupar 813 M€ com nova central de compras

O Estado pode poupar mais de 800 milhões de euros nos próximos cinco anos recorrendo a uma central de compras para o Serviço Nacional de Saúde, diz o economista Augusto Mateus, em entrevista à agência Lusa.
O antigo ministro da Economia explica que o estudo foi feito este ano a pedido do SUCH - Serviço de Utilização Comum dos Hospitais, que está, em conjunto com a Administração Central do Sistema de Saúde, a preparar uma central de compras, cuja criação foi recusada pelo Tribunal de Contas.
Tal como a Lusa noticiou quarta-feira de manhã, os juízes consideram que a criação de uma central de compras para a Saúde viola a autonomia de gestão das unidades de saúde e é ilegal por obrigar estas entidades a fazerem as compras partilhadas. Lusa

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ordem dos Médicos critica criação de novos cursos


O ministro do Ensino Superior, Mariano Gago, garantiu ontem que irão ser criados mais cursos de Medicina no País durante a cerimónia do novo curso de Medicina na Universidade de Aveiro.
O governante refutou a ideia de que haja desemprego na classe médica, respondendo às críticas do bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, que considerou que Portugal terá mais médicos no desemprego dentro de quatro ou cinco anos.
Na cerimónia, em Aveiro, o primeiro-ministro, José Sócrates, considerou que a criação do curso, que arranca em 2011 com 40 alunos e que se destina a licenciados, é mais um passo para corrigir o "erro histórico" que constituiu o desinvestimento na formação de médicos. "O País tem hoje falta de médicos e muitos médicos vão reformar-se", alertou.

2 mil doentes esperam por um rim

Cerca de dois mil doentes estão em lista de espera por um rim, sendo que as principais causas da insuficiência renal são a diabetes e a hipertensão arterial, revelou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro.
Ao CM, Pizarro sublinhou o aumento dos transplantes de cadáveres e também de dadores vivos. "Os portugueses são muito solidários e aceitam bem a doação de órgãos de familiares cadáveres. Um dador dá em média três órgãos, o que permite 500 transplantes por ano e aumentar para 39 os hospitais que fazem colheita. LUSA

Ministra: Ainda há muitos portugueses sem médico de família

A ministra da Saúde lembrou hoje que «existem ainda muitos portugueses sem médico de família», contestando assim as criticas do bastonário dos médicos e dos estudantes de Medicina contra a abertura de novos cursos.
À margem de um encontro sobre assistência hospitalar, realizado hoje na Universidade Católica, Ana Jorge contestou as declarações do bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, que considerou que a abertura de um novo curso de Medicina na Universidade de Aveiro «é uma grande asneira».
«Em Portugal existem muitos portugueses que não têm médico de família e faltam também [profissionais de] algumas especialidades», reagiu a ministra, que esta manhã esteve presente na assinatura do protocolo entre as universidades de Aveiro e do Porto para criar um novo curso de Medicina. Lusa

Enfermeiros: Sindicato reúne-se hoje com Ministério

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses reúne-se hoje com o Ministério da Saúde, de quem espera receber uma nova proposta de grelha salarial para os profissionais, disse à Lusa Guadalupe Simões.
A confirmar-se, esta será a primeira proposta de grelha salarial desde o reinício das negociações, com este novo Executivo, sobre a reestruturação das carreiras.
«A reunião servirá para receber e analisar a nova proposta de grelha salarial do ministério, mas não acredito que seja conclusiva, a não ser que a ministra aceite todas as propostas do sindicato», disse Guadalupe Simões à agência Lusa. Lusa

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Mais de 70 mil vacinas por administrar


Já foram administradas 240 mil das mais de 310 mil vacinas contra a gripe A adquiridas por Portugal.
De acordo com o director-geral de Saúde, Francisco George, com a imunização de 40 a 50 por cento da população será possível travar uma eventual segunda onda de gripe A. De acordo com os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde, países como Portugal já ultrapassaram o pico de casos de H1N1. Em Portugal, foram notificadas 37 mortes de pessoas com gripe A, segundo os últimos números divulgados pelo Ministério da Saúde.

Bastonário quer negociar comparticipações nos privados


O hoje reeleito bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Orlando Monteiro da Silva, prometeu negociar com o Governo uma tabela de comparticipações para que os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) possam recorrer a clínicas dentárias privadas.
Em declarações à agência Lusa, Orlando Monteiro da Silva considerou que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não tem sabido dar resposta às necessidades de saúde oral dos portugueses e defendeu a necessidade de criação de um sistema de comparticipação destes actos médicos pelo Estado junto de privados.
«Estamos interessados em negociar uma tabela de reembolsos de alguns actos de medicina dentária com o SNS nas clínicas e consultórios privados», afirmou. Lusa

Primeiro simpósio Harvard Medical School-Portugal começa hoje


O primeiro simpósio Harvard Medical School - Portugal começa hoje em Lisboa para mostrar os mais recentes avanços da investigação em áreas da medicina como o cancro, a sida, a diabetes ou as doenças epidémicas.
O simpósio decorre entre hoje e terça-feira, em Lisboa, e enquadra-se num protocolo assinado, no final de Maio, entre o Governo português e a Universidade de Harvard, no valor de 42 milhões de euros, com o objectivo de reforçar em Portugal a investigação clínica e a transferência de conhecimento cientifico.
O programa de colaboração inclui concursos anuais para a selecção de novos projectos de investigação clínica, um programa de pós-graduações para profissionais em princípio de carreira ou com carreira confirmada e outro para estimular a produção e publicação de informação médica junto dos profissionais do sector, estudantes de medicina e população em geral. Lusa

Rede SIV do INEM pode estar à beira de ruptura


A rede Suporte Imediato de Vida, do INEM, pode estar à beira da ruptura caso o ministério da Saúde não convoque novo concurso para integrar enfermeiros e os que aí trabalham tenham de regressar aos seus postos de origem.
A “falência completa” nas ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV) pode acontecer no final de Janeiro, logo a seguir a uma reunião que será solicitada ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), disse à Lusa o dirigente da delegação de Coimbra do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Paulo Anacleto, após o Encontro Nacional de Enfermeiros de Emergência Pré-Hospitalar.
Segundo o dirigente sindical, o concurso publicado em Março para fazer entrar 80 funcionários nos quadros não teve ainda resultados, o que Paulo Anacleto considera "inadmissível" e que leva os enfermeiros a exigir a nulidade do actual concurso e a abertura de um novo.
Paulo Anacleto acrescentou que o INEM terá pedido um parecer jurídico sobre o concurso e que deverá ser pedido outro parecer.

“Em função da decisão de legalidade ou ilegalidade do concurso poderá haver de imediato a abertura de um novo concurso já em Janeiro”, disse, lembrando que, caso não exista novo concurso, os enfermeiros estão na disposição de “em finais de Janeiro, princípios de Fevereiro” regressarem aos seus locais de trabalho de origem.
“Poderá haver o que ninguém pretende, principalmente as populações, que é a ruptura e a falência completa de rede de socorro que é o Suporte Imediato de Vida”, referiu.
A SIV surgiu há cerca de dois anos, no âmbito da reestruturação da rede das urgências, tendo sido requisitados pelo INEM cerca de 130 enfermeiros a vários hospitais.
“Os enfermeiros [que] estão emprestados ao INEM querem ficar em definitivo ligados à emergência pré-hospitalar e pretendem fazer o seu percurso profissional no INEM", disse, ressalvando que com a "incerteza e dúvida do posto de trabalho no INEM” é natural que os enfermeiros regressem ao local de trabalho original.

“O que assim acontecendo poderá entrar em ruptura aquilo que são os meios de socorro SIV em todo o país”, concluiu. Lusa

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Inscritos para cirurgia vão ter acesso a tempo de espera


A ministra da Saúde anunciou hoje que a lista de espera para cirurgia vai estar disponível ainda este mês para os utentes poderem saber a sua posição e o tempo previsível para serem operados.
Os doentes registam-se através do portal de saúde - www.portaldasaude.pt -, obtêm uma senha e depois podem consultar a sua posição na lista de espera e o tempo previsível para a realização da cirurgia, explicou Ana Jorge na primeira audição na Comissão Parlamentar de Saúde, onde esteve com os secretários de Estado Manuel Pizarro e Óscar Gaspar.
Nesta lista, estão inscritos com indicação para intervenção cirúrgica cerca de 170 mil doentes, adiantou a ministra à margem da audição, avançando que este sistema entrará em vigor no final do mês.
A ministra disse que é preciso "continuar a trabalhar na redução do tempo de espera cirúrgico para as neoplasias malignas". A mediana do tempo de espera no primeiro semestre de 2009 era de 27 dias e em 2008 era de 36 dias.

Durante a audição, requerida pelo PSD e CDS-PP, a ministra da Saúde respondeu a várias perguntas dos deputados sobre as principais linhas de actuação política e legislativa que o Governo pretende executar na área dos cuidados de saúde primários e continuados.
A deputada do CDS-PP Isabel Neto manifestou preocupação por 700 mil portugueses não terem médico de família, situação que Ana Jorge gostaria de ver resolvida nesta legislatura.
Ana Jorge admitiu que, apesar da reforma dos cuidados de saúde primários estar "no bom caminho”, os números alcançados são ainda insuficientes, no que respeita às Unidades de Saúde Familiar (USF) e Unidades de Cuidados na Comunidade.
Já o deputado do Bloco de Esquerda (BE) João Semedo afirmou que tem havido um “arrefecimento do ritmo de implantação das USF”.
Lembrou que o objectivo é chegar a 2013 com todo o território nacional coberto por USF e em 2012 haver em todos os municípios Unidades de Cuidados na Comunidade.

Há 212 USF em funcionamento, mais 320 000 pessoas com médico de família, 1520 médicos e 1540 enfermeiros a prestar serviço em Unidades de Saúde Familiar.
“Reconhecemos que estes números são ainda insuficientes. Mas demonstram que a ambição da meta que traçámos para 2013 está ao nosso alcance”, frisou.
Sobre a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, a ministra afirmou que permitirá uma melhor gestão dos cuidados, com mais capacidade para as situações agudas, nomeadamente cirurgias, facilitando a redução das listas de espera cirúrgicas.
“Numa área em que quase tudo estava por fazer, e apesar do muito concretizado, reconhecemos que há atrasos e dificuldades a ultrapassar. Por exemplo, faltam camas principalmente na Região de Lisboa e Vale do Tejo”, afirmou.

Por outro lado, acrescentou, há carência de equipas de cuidados continuados nos Agrupamentos de Centros de Saúde para apoio domiciliário. “E a articulação entre as equipas de gestão de altas dos hospitais e as equipas do terreno nem sempre é a mais adequada”, referiu.
“Há [também] uma deficiente resposta aos doentes que necessitam de cuidados paliativos”, adiantou, anunciando que, às cerca de 4000 camas disponibilizadas pela rede a partir do final deste ano, se somarão mais 10 000 nesta legislatura. Lusa

Governo: «Gestão privada na Saúde está politicamente fechada»


O secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar, admite que a recomendação dos peritos que defendem que a escolha sobre a gestão privada na Saúde deve ser decidida caso a caso é «tecnicamente robusta», mas afirma que «o assunto está politicamente fechado».
Em entrevista à agência Lusa, Óscar Gaspar afirma que «a decisão foi tomada e é para manter», explicando que «o Ministério da Saúde tomou a decisão que as parcerias só fazem sentido se for de infra-estrutura e não de gestão clínica, tendo em conta os prós e os contras».
Questionado sobre a razão de o Governo ir contrariar as conclusões de uma comissão nomeada pela ministra da Saúde para aferir as vantagens e desvantagens dos três modelos de gestão de hospitais em Portugal (Sector Público Administrativo, Entidade Pública Empresarial e Parceria Público-privada), o governante começa por conceder que «o estudo faz uma análise económica, e a conclusão a que chega é tecnicamente robusta - depende das economias de gama e da complexidade tecnológica». Lusa

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Ainda nenhuma farmácia aderiu à venda de medicamentos unidose


Apesar de já regulamentada pelo Governo, ainda nenhuma farmácia aderiu até ao momento à venda de medicamentos em unidose, com o CDS-PP, partido que mais lutou pela implementação da medida, a acusar o Executivo de ter falhado na regulamentação desta lei e de não ter criado «mecanismos apelativos e justos».

Numa altura em que se cumpre seis meses após a entrada em vigor da nova lei sobre a venda de medicamentos em unidose, a deputada do CDS-PP Teresa Caieiro salientou, em declarações à TSF, que, «quando o Governo socialista ao fim de quatro anos de insistência do CDS e após inúmeras promessas finalmente regulamenta a dispensa de medicamentos em unidose por parte das farmácias não o fez de modo a que existam mecanismos apelativos ou justos entre as responsabilidades que as farmácias têm de assumir e a vantagem que daí advém para os cidadãos».

Recordando que não defende que «deva haver benefícios específicos para as farmácias», a parlamentar também reconhece que estas também «não podem arcar com um peso ou ónus quando no fundo estão a proporcionar um mecanismo que vai poupar dinheiro ao Estado e aos cidadãos».

«Não basta estar-se a legislar se depois a sua eficácia é nula», concluiu Teresa Caeiro, num «recado» claramente dirigido ao Governo.

A TSF afirma ter contactado ainda a Associação Nacional de Farmácias (ANF), organismo que, no entanto, terá optado por não comentar o facto de nenhuma farmácia ter ainda aderido à venda de medicamentos unidose, uma vez que decorre ainda o período experimental de um ano na região de Lisboa e Vale do Tejo, e só em Agosto ter lugar as alterações de propôs na legislação, de forma a que as farmácias sejam compensadas. LUSA

Hospitais EPE agravam prejuízos em 22,4% para 218 M€


Os hospitais públicos com gestão empresarial (EPE) registaram um agravamento dos prejuízos em 22,4 por cento nos primeiros nove meses do ano, para 218 milhões de euros, segundo os dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

O resultado líquido negativo de 218 milhões de euros dos hospitais EPE compara com um prejuízo de 178 milhões de euros registado em igual período do ano passado. Desta comparação exclui-se o hospital Amadora-Sintra, que regressou à gestão estatal a 1 de Janeiro deste ano.

O resultado operacional melhorou 4,3 por cento, com um desagravamento do resultado negativo de 232,9 milhões de euros o ano passado para 222,9 milhões de euros até Setembro deste ano. Lusa

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Médicos portugueses são «bons solistas» - Sobrinho Simões

Manuel Sobrinho Simões, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, criticou hoje os médicos portugueses por, sendo «bons solistas», não saberem trabalhar em «orquestra», e defendeu que os candidatos a Medicina devem ser, sempre que possível, entrevistados.
«Temos um problema que é termos bons solistas mas sermos maus a trabalhar em orquestra e isso tem a ver com as limitações históricas», disse o professor catedrático, durante a sessão inaugural do Curso de Medicina que decorreu hoje na Universidade do Algarve (UAlg).
Os «minifundiários» e as «pequenas invejas» que existem na área da Medicina são «defeitos culturais e não genéticos», referiu Sobrinho Simões, remetendo os problemas actuais para o monolitismo da Universidade de Coimbra, a existência de um cirurgião-mor, a recusa de estrangeirados, a exaltação da retórica, o Estado Novo e a Inquisição. Lusa

Gripe A: Médicos antecipam chamadas para evitar desperdício

Face à recusa de algumas pessoas designadas como prioritárias em levar a vacina da Gripe A, os centros de saúde estão a convocar para a vacinação grupos não prioritários, como forma de evitar o desperdício.
A notícia é avançada na edição desta sexta-feira do Jornal de Notícias, depois de, ontem, a própria ministra da Saúde ter confirmado situações de recusa da vacina, por «receios infundados», ao mesmo tempo que apelou a quem tem vacina marcada para que «não deixe de aparecer, porque isso leva a que outras pessoas não possam usufruir da vacina. O respeito que cada um tem por si e pelos outros também se pode verificar aqui».

Ainda de acordo com a ministra, os centros de saúde têm estado a fazer «um esforço muito grande» na convocação das pessoas para que, quando as ampolas são abertas, sejam gastas em tempo útil e no seu total «para não haver o mínimo de desperdício». Contudo, o facto de haver pessoas que não estão a comparecer tem torpedeado os planos do Ministério da Saúde.
Já o director-geral da Saúde, Francisco George, considerou, também em declarações ao JN, ser «lamentável» que haja pessoas que estão a desperdiçar a oportunidade de ser vacinadas, quando há outras que pretendem ser vacinadas e não são.