sábado, 3 de janeiro de 2009

17 602 casos de gripe, a pior de sempre

Portugal regista a situação de gripe mais grave da Europa e a pior desde que há registos, sendo o único país que, pela segunda semana consecutiva, apresenta uma intensidade elevada, divulgou ontem o European Influenza Surveillance Scheme (EISS). Em 15 dias, a gripe aumentou em mil as hospitalizações, ou seja, uma média de 500 por semana.
Ontem, dia de ponte, centros de saúde e Urgências de hospitais não registaram grande afluência. Nova prova de fogo ocorre na segunda-feira com o regresso a Lisboa e Porto.
Na última semana de 2008, o relatório observou 165,8 doentes de gripe por cada cem mil em Portugal, o que se traduz em mais 17 602 casos de gripe. Trata-se do valor mais alto registado desde 1990, de acordo com os registos do EISS, ultrapassando o pico observado na primeira semana de Fevereiro de 2005 com 163,1 doentes por cem mil. Crianças até os 4 anos contraem mais infecções .
Segundo o coordenador do dispositivo da Direcção-Geral da Saúde para a monitorização dos Serviços de Urgência, Mário Carreira, os valores apresentados enquadram-se na tendência desenhada, acrescentando que "ainda não foi atingido o pico da doença".
A previsão é feita a partir de um sistema de vigilância, com base nos casos de gripe enviados para diagnóstico laboratorial por uma rede de médicos. Permite estabelecer um gráfico-padrão com a estimativa da taxa de incidência.
Perante uma "actividade gripal epidémica de intensidade alta e tendência crescente", a Direcção-Geral da Saúde admite que neste ano um milhão contraia a doença .
"Uma estimativa idêntica não é contudo possível de realizar face à mortalidade. Mário Carreira recorda, contudo, que no Inverno há em média mais dois mil óbitos face às restantes estações.
VÍRUS AH3N2 PROPAGA-SE COM MAIOR FACILIDADE E RAPIDEZ
O elevado número de pessoas contagiadas por gripe neste Inverno resulta do facto de o vírus influenza A (estirpe AH3N2) se "transmitir com maior facilidade e rapidez e oferecer maior resistência ao tratamento", diz Mário Jorge, presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública. "Também um Inverno rigoroso com temperaturas negativas e ausência de radiação ultravioleta é outra das causas para a elevada incidência de gripe, diz Mário Jorge.
"O Inverno dá condições ao vírus para que sobreviva o tempo suficiente para ser transmitido de uma pessoa para outra", acrescentou o médico do Centro de Saúde de Santiago do Cacém. Outro factor de propagação do vírus é a concentração de pessoas em recintos fechados, como centros comerciais.

1 comentário:

Anónimo disse...

A surgências estão cheias, a saúde 24 cheia de chamadas mas muitas das pessoas que recorrem a estas unidades de saúde ou atendimentos têm tosse ou febre há menos de 24h. Assim é impossivel trabalhar com qualidade porque está tudo entupido com coisas qeu podiam bem ser resolvidas com tempo ou em centros de saúde. A população portuguesa nao tem as minimas noções de cuidados de saúde por esta razão o sistema de saúde português não dá resposta a todas as situações. Tem de haver amior promoção da saúde e mais educação para a saúde. Investimos hoje para colher amanhã