sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Meia centena de enfermeiros protestam no ministério

Cerca de 50 enfermeiros concentraram-se esta quarta-feira em frente ao Ministério da Saúde para contestar a proposta de avaliação da tutela, que alegam não ter em conta a especialização destes profissionais, introduzir quotas e um item de avaliação «subjetivo».
«O Ministério da Saúde pretende penalizar os enfermeiros que mais contribuem para a qualidade dos cuidados e para os resultados dos serviços ao não atribuir justa compensação pelo título de enfermeiro especialista», afirmou José Carlos Martins, presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Segundo o sindicalista, o Ministério da Saúde não está a cumprir o «compromisso» que assumiu de «valorizar» o título de enfermeiro especialista.
A introdução de um item de avaliação de atitudes e comportamentos, «sem objectivar estas questões subjectivas do comportamento», é outro dos parâmetros que o SEP rejeita, sobretudo por ter um peso na avaliação final de 40 por cento.
Quanto ao sistema de quotas, o sindicato considera ser «desmotivante», sublinhando que não promove os enfermeiros que desempenhem melhor a profissão.
José Carlos Martins afirma ainda ser «inadmissível» que a tutela queira «implementar o processo» até ao final do semestre, para que os enfermeiros sejam já nessa altura avaliados segundo este sistema.
«Ainda estamos a negociar e querem que tudo esteja realizado, todo o processo burocrático, até final de Julho», criticou.
No final, o SEP entregou uma moção no Ministério da Saúde, na qual reafirma a «frontal oposição» ao que é proposto.
Segundo José Carlos Martins, estiveram concentrados em frente ao ministério cerca de 50 dirigentes de todo o continente e ilhas, representantes do SEP e do SERAM (Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira).
José Carlos Martins adiantou ainda que vai ser agendada uma reunião com a tutela e que as próximas formas de luta «estão em aberto» e «dependem do Ministério da Saúde».

Sindicato de Farmácia afirma que «é fácil defraudar o SNS»

O Sindicato Nacional dos Profissionais de Farmácia e Paramédicos (SIFAP) afirmou hoje que "é fácil defraudar o Serviço Nacional de Saúde" (SNS) e responsabilizou a tutela pelas fraudes detetadas no setor, por não ter criado um sistema seguro.
Diamantino da Silva Elias falava à agência Lusa a propósito da detenção, na quarta-feira, de oito pessoas na sequência de uma investigação que envolveu onze buscas a farmácias e empresas de distribuição de medicamentos na zona de Lisboa.
Entre os detidos estão farmacêuticos e pessoas ligadas a distribuidores de medicamentos, segundo fonte policial, acrescentando que em causa está uma suspeita de burla ao Estado "no valor de muitos milhões de euros".
O presidente do SIFAP lembrou que "há vários anos que vem alertando o Ministério da Saúde para a "inexistência de um sistema seguro que impeça as fraudes" envolvendo as farmácias e as comparticipações dos medicamentos.
"É fácil defraudar o SNS", disse, exemplificando: "Basta que um utente vá a uma farmácia e não avie toda a receita. Que garantias existem de que os medicamentos que não foram aviados não são faturados ao SNS?", questionou.
Para Diamantino da Silva Elias, "o SNS não tem um sistema que evite estas tentações".
Apesar de sublinhar que não tem conhecimento de fraudes concretas em farmácias, o dirigente sindical alerta para a inexistência de um estatuto profissional que assegure que nas farmácias só trabalhem pessoas devidamente qualificadas.
"Que sentido tem existirem pessoas sem qualificação a dispensar medicamentos?", interrogou, alertando: "Até podem ter cadastro".
Diamantino Elias reconhece, contudo, que apesar de não ser infalível, o sistema é hoje mais seguro do que na altura em que a faturação era feita mediante o envio de etiquetas das caixas dos medicamentos.
"Nunca conseguiram arranjar um sistema que impedissem que as fraudes existissem", disse.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Médicos internos obrigados a permanecer no SNS

O Governo aprovou hoje um diploma que obriga os médicos internos que façam formação no Serviço Nacional de Saúde (SNS) a permanecer nos estabelecimentos durante um período igual ao do internato, sob pena de terem que indemnizar o Estado.
A proposta de lei aprovada em Conselho de Ministros estabelece o período mínimo durante o qual os médicos internos que obtenham formação específica nos estabelecimentos do SNS devem exercer funções nesse serviço.

Este diploma, aprovado na generalidade para consultas e negociação coletiva, vem alterar o regime jurídico da formação médica após a licenciatura em Medicina.

O Governo pretende deste modo estabelecer um período mínimo para os médicos internos continuarem a exercer funções no sector público após a obtenção de especialidade, sempre que os serviços deles necessitem.

Esse período de tempo deverá "em princípio ser igual à duração da formação obtida", especifica o comunicado do Conselho de Ministros.

A proposta de lei assegura também o ressarcimento do Estado no caso de os médicos que não pretendam exercer funções no SNS durante o período fixado.

A medida é justificada pelo Governo com a necessidade de uma "gestão rigorosa dos recursos disponíveis, considerando a carência identificada de médicos em diversas especialidades".

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Acções contra médicos duplicaram nos últimos quatro anos

As acções contra médicos duplicaram nos últimos quatro anos. Um estudo divulgado hoje pelo Jornal de Notícias revela que as queixas de alegados erros médicos por parte de utentes estão na base de 90% das perícias pedidas ao Conselho Médico-Legal do Instituto de Medicina Legal (IML).
A insatisfação dos utentes está igualmente patente no número de reclamações. Em 2005 registaram-se 17.700 reclamações, mas em 2009 as queixas passaram para 32.739.
De acordo com o estudo «Registo de Incidentes e Eventos Adversos: Implicações Jurídicas da Implementação em Portugal», da autoria da jurista Paula Bruno, estes números mostram com total evidência o aumento da «litigiosidade entre médicos e pacientes».
O estudo alerta para a necessidade da criação de legislação sobre erros médicos.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Ana Jorge: aumento de taxas defende gratuitidade do SNS

A ministra da Saúde, Ana Jorge, afirmou, esta sexta-feira, que a actualização das taxas de saúde pública serve para defender a gratuitidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
«Aquilo que eu defendo é que algumas das medidas são feitas exactamente para que o Serviço Nacional de Saúde para os portugueses continue a ser como é, tendencialmente gratuito. Por isso, temos de o gerir bem e saber o que é que é possível e necessário», disse a ministra, que falava aos jornalistas no Centro de Saúde da Amadora.

De acordo com Ana Jorge, o aumento das taxas das vacinas internacionais, por exemplo, é uma actualização face ao que já acontece noutros países europeus como a Inglaterra, a França ou a Espanha, tratando-se de uma medida que afecta somente uma pequena faixa da população que viaja para determinados países. A ministra explicou que este processo é «complexo», uma vez que exige um boletim de vacinação especial e consultas com enfermeiros, não se tratando somente do custo em si da vacina.


Relativamente aos atestados médicos que subiram de preço, a ministra adiantou que os aumentos das taxas são «adequados àquilo que é o valor do trabalho executado» para os obter, tratando-se de atestados cujo «único objectivo» passa por conseguir benefícios fiscais.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

DGS pondera excepções para novos valores vacinas do viajante

A Direção-Geral da Saúde (DGS) está a ponderar a criação de mecanismos de exceção para as pessoas que, pela sua condição social, não possam pagar os novos valores das taxas das vacinas internacionais, avançou à Lusa a subdiretora-geral.
A partir de segunda-feira, quem for vacinar-se contra a febre amarela, a encefalite japonesa, a febre tifóide, a meningite tetravalente e a raiva vai ter de pagar uma taxa que pode custar 50 ou 100 euros e que atualmente é inferior a um euro.
Questionada pela agência Lusa sobre se estes valores podem afastar as pessoas da vacinação, Graças Freitas afirmou que, «em princípio, isso não irá acontecer».
"As pessoas que viajam por lazer poderão ter capacidade económica para o pagar, as que viajam pelas empresas estão cobertas pelos seus empregadores", sublinhou.
Mas, ressalvou, as autoridades de saúde estão "sensíveis": "Tentaremos encontrar uma solução para situações excepcionais, como, por exemplo, pessoas pertencentes a instituições sem fins lucrativos, que não têm entidade patronal ou, eventualmente, imigrantes", disse.
"A DGS não fecha portas a haver soluções para as excepções", de acordo com o quadro legal, referiu.
Nesse sentido, acrescentou, "poderão vir a propor-se mecanismos de excepção, como existe, por exemplo, nas taxas moderadoras e nos medicamentos".
Graça Freitas adiantou à Lusa que houve necessidade de rever estas taxas porque estavam "muito desactualizadas", além de existirem "valores de referência europeus" que também têm de ser tidos em conta.
Deu como exemplo o caso das vacinas internacionais, que podem implicar uma consulta do viajante ou um certificado de vacinação internacional. Ou seja, implica "uma série de componentes que estavam desactualizadíssimos".
"Devia ter sido previsto em 1968 um mecanismo de actualização das taxas", defendeu, comentando que as pessoas agora vão sentir uma diferença grande porque as taxas passaram de um valor muito baixo, de cêntimos ou muito poucos euros, para um valor elevado.
Os atestados médicos passados por uma autoridade de saúde ou por um profissional de saúde pública, que custavam menos de um euro, também passam a custar, a partir de segunda-feira, 20 euros e os chamados "atestados multiuso de incapacidade em junta médica" 50 euros. Já um "atestado em junta médica de recurso" passa a ter o preço de 100 euros.
Atestados médicos e vacinas do viajante ficam mais caros a partir de agora, segundo um diploma publicado ontem em Diário da República que actualiza taxas de serviços de saúde pública que se mantinham inalteradas desde 1982.

Francisco George justifica aumento do valor de atestados

O diretor-geral de Saúde justificou hoje o aumento do valor cobrado pela emissão de atestados multiusos de incapacidade de 90 cêntimos para 50 euros com o facto de nos últimos 40 anos não ter havido qualquer aumento faseado dos preços.
Em declarações à agência Lusa, Francisco George desvalorizou o impacto da medida na vida dos cidadãos, sublinhando que atestar a incapacidade é feita em regra uma «única vez» e não de forma repetida ao longo da vida.
Assinalou que está isenta de pagamento a instrução do processo de avaliação de incapacidade de pessoas com deficiência para acesso a benefícios fiscais e de outra natureza, mas admitiu que a emissão do atestado de incapcidade, caso seja solicitado pelo interessado, tem que ser pago com o referido aumento.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Hospital Cascais: Mais de 70% dos utentes «muito satisfeitos»

Mais de 70 por cento dos utentes do novo Hospital de Cascais, aberto há quase um ano, mostraram-se “muito satisfeitos” com as condições e serviços desta unidade, revela um estudo promovido pela HPP Saúde, gestora do hospital.
De acordo com o comunicado divulgado hoje pelo HPP Hospital de Cascais, que não revela os números exatos, mais de 70 por cento dos utentes que frequentam aquela unidade hospitalar estão “muito satisfeitos”, sendo que é na Consulta Externa e Internamento que os valores são mais notórios.
Nestas duas áreas [consulta externa e internamento] registou-se em 2009 um aumento de satisfação de cerca de 40 por cento face a estudos de 2008.
O grupo Hospitais Privados de Portugal (HPP) começou a gerir o Hospital de Cascais em 2009 quando ainda funcionava nas antigas instalações.
“O Hospital de Cascais, na área da Consulta Externa, estava classificado em último lugar a nível nacional tendo hoje uma percentagem de 80 por cento de utentes muito satisfeitos”, refere o Hospital.
Também o serviço de Urgência registou uma melhoria no grau de satisfação, com 30 por cento dos utentes “muito satisfeitos”, número que atingiu em 2010, aquando da inauguração das novas instalações, 57,6 por cento.
Para o Hospital de Cascais este valor representa “um enorme salto qualitativo na prestação de cuidados de saúde à população”, uma vez que os últimos dados de 2009, disponíveis pelo Ministério da Saúde, revelam que a média nacional é de 35 por cento de utentes que atribuem pontuação máxima ao serviço de Urgência.
O estudo de satisfação desenvolvido pelo HPP Saúde revelou ainda que o relacionamento entre profissionais e utentes “tem vindo a evoluir significativamente”.
“Numa escala de um a dez, os utentes valorizam o Pessoal Médico com 8.8 pontos, de Enfermagem com 9.2 pontos e o Pessoal Auxiliar com 8.8 pontos”, lê-se.
Em Novembro de 2010 o diretor clínico do Hospital de Cascais, João Varandas Fernandes, denunciou a sobrelotação do espaço, admitindo que havia doentes a ser assistidos em macas nos corredores do edifício.
A situação foi encaminhada para a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo que já aprovou algumas medidas propostas pela administração do Hospital para alargar a capacidade de internamento.
O Hospital de Cascais é gerido em regime de parceria público privada e abrange uma população de cerca de 300 mil pessoas dos concelhos de Cascais e Sintra.

UAlg abre mais 32 vagas em Medicina no próximo ano lectivo

A Universidade do Algarve (UAlg) abriu mais 32 vagas para o mestrado integrado em Medicina para o ano lectivo 2011/12, podendo as candidaturas ser enviadas por correio eletrónico até 31 de Janeiro, revelou hoje a instituição.
O curso tem a duração de quatro anos e o processo de selecção consiste, numa primeira etapa, na avaliação de aptidões cognitivas e na realização de uma prova de língua inglesa. Na fase seguinte consiste num conjunto de entrevistas.
Esta será a terceira edição do curso, inaugurado em 2009 e frequentado actualmente por 64 alunos, prevendo-se que em 2013 saiam os primeiros médicos formados no Algarve.
Os candidatos devem possuir um diploma de licenciatura, ou equivalente legal, com a classificação mínima de 14 valores, sendo o ensino baseado em problemas clínicos reais, método importado da universidade canadiana de McMaster.
Em comunicado, o director do mestrado, José Ponte, refere que este método de ensino é uma das “peças essenciais” no paradigma de formação médica da UAlg, pelo que é “muito recompensador” ver os resultados.
“A aprendizagem baseada em problemas não é um método novo e já deu provas, em muitas universidades, de que é um método extremamente eficaz”, afirma José Ponte, que faz um balanço positivo dos dois primeiros anos de funcionamento do curso.
A aquisição de conhecimentos das ciências básicas e clínicas é baseada em problemas clínicos reais através de duas tutoriais semanais, de três horas cada, em grupos de oito alunos.
No curso da Universidade do Algarve, o ensino clínico começa logo no primeiro ano em centros de saúde e na experiência da Medicina Geral e Familiar, seguindo-se o ensino hospitalar a partir do terceiro ano.
“Penso que estamos a ser bem sucedidos na implementação de um método de ensino novo em Portugal. Temos tido resultados muito satisfatórios e os nossos estudantes têm-se manifestado muito agradados”, sublinha José Ponte.
Em edições futuras, o director do curso de Medicina pretende uma melhor integração entre as aptidões práticas e os conhecimentos teóricos, assegurando que se tem estado a trabalhar nesse sentido.
“Na segunda edição [ano lectivo de 2010/11], aproveitando a experiência adquirida com a primeira, procedemos a alguns ajustes e aperfeiçoamentos que, creio, estão a permitir uma melhor integração”, acrescentou.

Enfermeiros já entregaram duas providências cautelares

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) interpôs duas providências cautelares para evitar os cortes salariais anunciados pelo Governo e irá entregar as restantes no final do mês, disse hoje à Lusa a presidente daquela estrutura sindical.
“Duas [providências cautelares] já foram entregues, as restantes serão entregues quando os enfermeiros receberem os recibos de vencimento, no dia 21”, afirmou hoje Guadalupe Simões em declarações à Lusa.
O SEP alega “questões processuais, tendo em conta que o governo não pôs esta matéria [redução de salários] em discussão com os parceiros sociais”.
Os enfermeiros juntam-se assim a professores, médicos, polícias e outros profissionais da função pública, que seguiram a iniciativa de Frente Comum e apresentaram providências cautelares para impedir os cortes dos salários.
Os cortes salariais anunciados pelo Governo para combater o défice do Estado vão de 3,5 por cento a 10 cento do salário e aplicam-se a quem ganhe mais de 1 500 euros por mês na Administração Pública e no setor empresarial do Estado.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Portugueses vão ter dados clínicos informatizados em 2012

Dentro de dois anos os portugueses deverão ter os seus dados clínicos disponíveis num sistema informático acessível a qualquer profissional de saúde público ou privado, disse hoje à Lusa o coordenador do projecto.
"O que está apontado é que até final de 2012 consigamos ter um conjunto de dados mínimo para cada doente. Algo como os diagnósticos, prescrição, alergias e vacinas, por exemplo", declarou à agência Lusa o coordenador nacional do Registo de Saúde Electrónico, Luís Campos, cuja nomeação foi hoje publicada em Diário da República.
O Registo de Saúde Electrónico pretende ser um serviço informático que terá a informação de saúde essencial de cada cidadão, tornando-a acessível sempre que seja necessário.
Para Luís Campos, este é um investimento "útil" nesta fase da economia portuguesa porque contribui para reduzir a despesa dos serviços de saúde e estimula o sector das empresas dos sistemas de informação.
Apesar de não adiantar estimativas dos montantes a investir, o responsável refere que o projecto terá "um retorno que pode chegar aos 200%".
Além de aproveitar a informatização já feita nos serviços de saúde, o projecto vai permitir, por exemplo, evitar a repetição desnecessária de exames médicos.
Terá ainda, refere Luís Campos, "um enorme impacto na continuidade e melhoria dos cuidados e da segurança dos doentes".
"Uma das grandes vantagens deste projecto é que é nacional e diz respeito a cada um dos 10 milhões de portugueses, independentemente se são tratados no Serviço Nacional de Saúde ou nos privados", adianta o coordenador.
Numa primeira fase, até final de 2012, pretende conseguir-se dar acesso a um conjunto mínimo de dados sobre cada cidadão, mas o projecto vai expandir-se até 2015 e será necessário lançar concursos públicos para a criação de uma plataforma tecnológica.
A confidencialidade e segurança dos dados são preocupações centrais deste projecto, diz Luís Campos, que conta com o apoio da Comissão Nacional de Protecção de Dados.
"Terá um impacto muito positivo ao nível da garantia de confidencialidade de dados e possibilidade de níveis de acesso conforme o perfil de cada profissional", salienta.
Neste momento isso não acontece: "os processos clínicos andam nos hospitais e há muita gente que tem acesso, sem diferenciação", justifica.

Nove casos de gripe A confirmados entre enfermeiros


Nove enfermeiros do Hospital Sousa Martins, na Guarda, estão em casa infetados com Gripe A, disse hoje à Agência Lusa o presidente do conselho de administração, Fernando Girão.
Segundo aquele responsável, os nove casos no serviço de Medicina Interna foram detetados entre 12 testes de despistagem, sendo que durante a tarde devem ser conhecidos os resultados de outros testes feitos a 11 profissionais e um doente.
"As pessoas que aguardam esses resultados também estão em casa e nenhuma apresenta sintomas graves", nem mesmo os casos confirmados de Gripe A, acrescentou Fernando Girão.
"Não há nenhuma severidade. Todas apresentam sintomas ao nível da gripe sazonal", descreveu.
De acordo com aquele responsável, estão ainda sob vigilância todos os utentes que foram tratados pelos enfermeiros com Gripe A confirmada.
Fernando Girão explicou à Agência Lusa que as escalas estão a ser reforçadas, "de preferência com profissionais vacinados" e que a situação não está a prejudicar os serviços do hospital.
"A situação está controlada e não foi necessário ativar o plano de contingência para a Gripe A", destacou.

Entretanto, há uma mensagem a circular por telemóvel na cidade da Guarda, alertando para a existência dos casos de Gripe A.
No entanto, Fernando Girão garante que "a população pode continuar a usar o hospital "à vontade". "Não há problema nenhuma no funcionamento", concluiu.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Cortes salariais: Médicos avançam com providências

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) vai avançar esta semana com providências cautelares que visam impedir a redução salarial imposta pelo Governo, para a qual "não existe base constitucional".
"Até ao final da semana serão interpostas as providências cautelares", disse à agência Lusa o presidente da FNAM, Mário Jorge, defendendo que "não existe base constitucional para [o Governo] tomar uma medida deste tipo".
Também o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) vai tomar medidas no sentido de "contestar o caráter aparentemente permanente" dos cortes salariais.
O SIM, explicou o seu presidente, Jorge Silva, tem "dúvidas sobre a eficácia" das providências cautelares e, como tal, irá optar por outras medidas legais e constitucionais.
"Não iremos avançar para as providências cautelares porque são de eficácia reduzida. Temos outras vias jurídicas em estudo", referiu.
Os cortes salariais vão de 3,5 por cento a 10 cento do salário e aplicam-se a quem ganhe mais de 1.500 euros por mês na Administração Pública e no setor empresarial do Estado.

Hospitais com «afluência invulgar» na última semana

As urgências hospitalares registaram na última semana uma “afluência invulgar” que levou ao aumento dos tempos de espera para os doentes menos graves, segundo alguns hospitais contactados pela agência Lusa.
No Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) houve uma “afluência invulgar” à urgência polivalente do Hospital de S. José, que se deveu, “sobretudo, a síndromes gripais próprios da época", segundo fonte oficial do CHLC.
Também no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, houve um aumento na afluência à maior urgência do país entre 20 de dezembro de 2010 e 02 de janeiro, principalmente na urgência pediátrica, com um média diária de 181 atendimentos, contra os 135 registados no período homólogo anterior.
O maior número de atendimentos neste hospital (215) registou-se a 28 de dezembro.
“Houve, efetivamente, nas duas últimas semanas, um aumento de afluxo, em particular no que reporta à urgência pediátrica e ao serviço de urgência básica Lisboa Norte (na extensão do centro de saúde de Santo António dos Cavaleiros)”, com uma média de 292 atendimentos diários, contra os 228 registados há um ano.
Por outro lado, na urgência central de adultos houve um aumento moderado e manteve-se estável o movimento da urgência obstétrica e ginecológica.
No total das urgências do Santa Maria houve uma média semanal de 1.058 atendimentos, tendo o “máximo de afluxo às urgências” sido registado a 28 de dezembro, com 1.318 atendimentos.
O mesmo se passou no Hospital Garcia de Orta, em Almada, onde a 27 de dezembro, devido a um aumento significativo do número de utentes a recorrer à urgência (349, mais 104 do que a média do mês de dezembro), os doentes urgentes esperaram em média sete horas para serem atendidos depois de terem passado pela fase de triagem.
No Hospital de São João, no Porto, houve 3.444 atendimentos urgentes na semana de 26 de janeiro a 01 de dezembro, contra 3.058 no período homólogo.
Na semana anterior tinham recorrido às urgências 2.890 doentes. A média diária foi de 275 pessoas, contra 164 no ano anterior.
Nas urgências pediátricas do São João foram atendidas, na semana de 26 de dezembro a 01 de janeiro, 1.926 crianças, contra 1.150 no mesmo período do ano anterior.
Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), “a atividade gripal é moderada, mas revela tendência crescente, conforme esperado para esta época do ano”.
Tal como em outros países europeus, circulam, sobretudo, o vírus do tipo A (H1N1), igual à estirpe pandémica de 2009, e o vírus do tipo B, que é o “predominante”.
Dados da DGS divulgados a 30 de dezembro indicam que desde o início da época gripal 2010/2011 foram notificados, cumulativamente, 13 internamentos hospitalares por gripe, dos quais 11 por tipo A (H1N1) e dois por tipo B.
Foram admitidos em cuidados intensivos cinco doentes e registadas duas mortes (uma por vírus A e outra por vírus de tipo B). Cinco doentes tiveram alta.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Novo pacote de medidas entra hoje em vigor

O aumento das taxas moderadoras e o seu pagamento por desempregados, o fim do pagamento do transporte para doentes não urgentes e alterações nos preços dos medicamentos são medidas que entram em vigor este sábado, para reduzir a despesa na Saúde.
A partir de hoje, os portugueses vão pagar mais em taxas moderadoras. As consultas nos hospitais centrais sobem de 4,50 para 4,60 euros e nos distritais passam de três para 3,10 euros.

Já as consultas nos centros de saúde sobem de 2,20 para 2,25 euros e na urgência polivalente de 9,40 para 9,60 euros.