segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Portugueses vão ter dados clínicos informatizados em 2012

Dentro de dois anos os portugueses deverão ter os seus dados clínicos disponíveis num sistema informático acessível a qualquer profissional de saúde público ou privado, disse hoje à Lusa o coordenador do projecto.
"O que está apontado é que até final de 2012 consigamos ter um conjunto de dados mínimo para cada doente. Algo como os diagnósticos, prescrição, alergias e vacinas, por exemplo", declarou à agência Lusa o coordenador nacional do Registo de Saúde Electrónico, Luís Campos, cuja nomeação foi hoje publicada em Diário da República.
O Registo de Saúde Electrónico pretende ser um serviço informático que terá a informação de saúde essencial de cada cidadão, tornando-a acessível sempre que seja necessário.
Para Luís Campos, este é um investimento "útil" nesta fase da economia portuguesa porque contribui para reduzir a despesa dos serviços de saúde e estimula o sector das empresas dos sistemas de informação.
Apesar de não adiantar estimativas dos montantes a investir, o responsável refere que o projecto terá "um retorno que pode chegar aos 200%".
Além de aproveitar a informatização já feita nos serviços de saúde, o projecto vai permitir, por exemplo, evitar a repetição desnecessária de exames médicos.
Terá ainda, refere Luís Campos, "um enorme impacto na continuidade e melhoria dos cuidados e da segurança dos doentes".
"Uma das grandes vantagens deste projecto é que é nacional e diz respeito a cada um dos 10 milhões de portugueses, independentemente se são tratados no Serviço Nacional de Saúde ou nos privados", adianta o coordenador.
Numa primeira fase, até final de 2012, pretende conseguir-se dar acesso a um conjunto mínimo de dados sobre cada cidadão, mas o projecto vai expandir-se até 2015 e será necessário lançar concursos públicos para a criação de uma plataforma tecnológica.
A confidencialidade e segurança dos dados são preocupações centrais deste projecto, diz Luís Campos, que conta com o apoio da Comissão Nacional de Protecção de Dados.
"Terá um impacto muito positivo ao nível da garantia de confidencialidade de dados e possibilidade de níveis de acesso conforme o perfil de cada profissional", salienta.
Neste momento isso não acontece: "os processos clínicos andam nos hospitais e há muita gente que tem acesso, sem diferenciação", justifica.

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