sábado, 31 de janeiro de 2009

Todos em Guerra contra a Ministra da Saúde


Primeiro chamou "mercenários" aos médicos, agora acusou os administradores hospitalares de serem incompetentes e garantiu que "prematuros, no privado, não!" Numa única entrevista, a ministra da Saúde, Ana Jorge, conseguiu a proeza de motivar ressentidos protestos de todos os quadrantes: clínicos, gestores, unidades privadas, estudantes e até universidades de Medicina.
A juntar-se a esta contestação, os enfermeiros anunciaram ontem mais uma greve nacional para 20 de Fevereiro contra o adiamento da negociação das carreiras. Uma convocação que surge um dia depois de os sindicatos médicos terem deixado o aviso de 'um conflito a larga escala' pelo mesmo motivo.
A fazer um ano à frente da pasta, Ana Jorge distribuiu críticas numa entrevista à Lusa que motivou uma onda de polémica só equiparável às do seu antecessor Correia de Campos.
'Um dos grandes problemas da Saúde em Portugal é organizacional. Tem falhado muito o envolvimento das administrações e dos directores de serviço', afirmou, acrescentando que são eles 'os grandes responsáveis pelo funcionamento hospitalar'. A ministra vai mais longe e diz mesmo 'que não chega apenas mudar de nome' para Entidades Públicas Empresariais (EPE) se falta aos gestores criatividade para aproveitar a autonomia dada pela empresarialização. 'Ninguém ganha com esta inoperância.'
As reacções não se fizeram esperar. Pedro Lopes, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, reconhece que 'há administrações que têm responsabilidade na forma como os hospitais são geridos', mas lembra que quem as nomeia é o próprio Ministério da Saúde e, por isso, a responsabilidade só pode recair no Governo.
A ministra anunciou, ainda, a intenção de retirar aos privados a possibilidade de fazerem partos de prematuros. A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada já manifestou a sua 'incredulidade e estupefacção'.
PRIVADOS NÃO TÊM FINANCIAMENTO PARA PREMATUROS
'A ministra tem toda a razão.' Luís Graça, presidente do Colégio de Ginecologia da Ordem dos Médicos, diz 'não perceber' a reacção dos privados. 'Não se trata da qualidade de equipamentos nem dos profissionais, trata-se de falta de financiamento', porque os seguros não cobrem a estadia de prematuros em Cuidados Intensivos e os pais dificilmente podem pagar mais mil euros cobrados por dia. Resultado: estes bebés (abaixo das 35 semanas) acabam transferidos para as 11 unidades que integram a rede pública de Neonatologia.
PORMENORES
FECHOS PARADOS
O fecho dos SAP de Macedo de Cavaleiros, Aguiar da Beira e Ourique não acontecerá antes do fim do ano.
OPERAÇÕES
O programa para reduzir os tempos de espera em Oftalmologia vai ser alargado à Urologia e Dermatologia.
INFERTILIDADE
Casais inférteis começaram a ser encaminhados para o privado em Março.
"NÃO ME LEMBRO DE BEBÉS TRANSFERIDOS" (José Miguel Boquinhas, Administrador do Hospital dos Lusíadas)
Correio da Manhã – Como vê a intenção da ministra da Saúde de retirar aos privados os partos prematuros? Acha que é por um preconceito ideológico?
Miguel Boquinhas – Não quero comentar. Só posso falar do meu hospital. E garanto que temos todas as condições de qualidade na unidade de Neonatologia.
– Quantos partos prematuros já fizeram?
– As estatísticas dizem que são 10 a 15%. E, desde que abrimos há quatro meses, estamos próximos de 150 partos no total.
– Quantos dos prematuros transferiram para o público?
– Não me recordo de ter havido alguma transferência.
– O facto de os seguros não cobrirem os internamentos mais do que dois a três dias não inviabiliza essa aposta na Neonatologia?
– Acontece o mesmo com todas as outras especialidades... Os plafonds dos seguros também não cobrem Cuidados Intensivos e não se vai proibir esta valência no privado. Somos uma unidade privada, obviamente que alguém tem de pagar. Mas já há seguros que cobrem internamentos. E os pais podem sempre optar por pagar. Agora admito que não é barato. (correio da manhã)

Uma urgência custa 147 euros


O Ministério da Saúde aumentou o preço dos cuidados de saúde prestados aos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e pagos pelos subsistemas, unidades públicas e privadas. Cada doente que procura uma consulta num Serviço de Urgência Polivalente – num hospital central – passa a custar mais 3,50 euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), um encargo que aumenta para 147 euros.
A actualização da tabela de preços, cuja portaria do Ministério da Saúde foi publicada ontem em Diário da República (portaria 132/2009, de 30 de Janeiro), inclui os preços cobrados em regime de internamento, ambulatório, cirurgias e urgências diferenciadas, previstas no programa do Governo para a requalificação do sector.
Um dos maiores aumentos é cobrado numa consulta no Serviço de Atendimento Permanente (SAP), que passou dos 16,90 euros para os 36 euros. O aumento de 19,10 euros inclui os custos do transporte.
O valor das consultas externas aumentou um euro, passando de 30 para 31 euros. Porém, as consultas médicas sem a presença do utente baixam de preço, de 30 para 25 euros.
O aborto até às dez semanas custa ao SNS valores que variam entre os 848,99 euros, caso seja feito com medicamentos, ou 1099,16 euros, se for efectuado através de meios cirúrgicos. (correio da manhã)

Estado deverá arrecadar 69,3 M€ em taxas moderadoras em 2008


O Estado deverá arrecadar 69,3 milhões de euros na cobrança de taxas moderadoras em 2008 no Serviço Nacional de Saúde, cerca de menos dois milhões que no ano anterior, segundo dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).
Segundo a previsão da ACSS, uma vez que as contas ainda não estão fechadas, a maior fatia de taxas cobradas regista-se nos hospitais (43,9 milhões), seguindo-se as Administrações Regionais de Saúde (25,3) e os serviços autónomos (0,1).
Em 2007, o Estado cobrou 71,1 milhões de euros, divididos em 42,2 milhões nos hospitais, 28,8 milhões nas Administrações Regionais de Saúde (ARS) e também 0,1 nos serviços autónomos.
O montante global cobrado em 2006 tinha sido de 60,3 milhões de euros.
Em relação à facturação, a informação da ACSS fornecida à Agência Lusa refere que no ano passado o valor deverá ser de 70,8 milhões de euros.
Nas consultas foi somada uma facturação de 31,8 milhões de euros, nas urgências e serviços de atendimento permanente (SAP) 18,6 milhões e nos meios complementares de diagnóstico e terapêutica 15,7 milhões.

Em relação aos internamentos, a facturação deverá ascender aos quatro milhões de euros, enquanto em 2007 esse valor tinha sido de 2,8 milhões.
As taxas de internamento entraram em vigor a 01 de Abril de 2007, cobrando-se cinco euros por dia, até um limite de dez dias.
Estes valores foram depois actualizados, fixando-se nos 5,10 euros por dia de internamento.
A partir de domingo, a factura passa a ser de 5,20 euros, segundo a tabela de actualização publicada no passado dia 15 em Diário da República.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Enfermeiros em greve dia 20 contra adiamento de negociações


Enfermeiros em greve dia 20 contra adiamento de negociaçõesOs sindicatos dos enfermeiros anunciaram hoje uma greve nacional a 20 de Fevereiro, que marca o início de um «plano de lutas» para os próximos quatro meses para protestar contra o adiamento do processo negocial da carreira do sector.
«Todos os sindicatos de enfermagem do país decidiram entrar num processo contínuo e crescente de radicalização das formas de luta nos próximos quatro meses», afirmou em conferência de imprensa José Carlos Martins, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
A luta começa com a greve nacional e agudiza-se a partir da primeira quinzena de Março, com greves e manifestações.
O SEP, o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem, o Sindicato dos Enfermeiros e o Sindicato dos Enfermeiros da Madeira contestam os «sucessivos adiamentos e o não cumprimento dos compromissos assumidos por parte do Ministério da Saúde» no processo negocial de alteração da Carreira de Enfermagem, que devia ter sido concluído até Setembro do ano passado.
«É inadmissível que o Governo tenha promovido um processo de arrastamento ao longo de oito, nove meses quando estava legalmente obrigado« a concretizá-lo até Setembro, afirmou José Carlos Martins.

O sindicalista acrescentou que o Governo, além de »arrastar« o processo, apresenta »propostas de solução totalmente inaceitáveis como ponto de partida para a negociação«.
«Nós exigimos uma carreira que regule as condições de trabalho de todos os enfermeiros do país», independentemente do vínculo, e uma carreira com uma única categoria, frisou.
Os sindicatos consideram ainda «inadmissível» que o Governo não apresente uma grelha salarial e que, ao apresentá-la, não enquadre os enfermeiros nos salários de técnico superior administrativo.
Para os sindicatos, o Governo não pretende rever a carreira de enfermagem antes das eleições legislativas.
«Isso é intelectualmente desonesto porque o Governo tem dado alguns passos em função da pressão que temos exercido e desde 29 de Dezembro adiou três reuniões e três entregas de contrapropostas«, sublinhou o sindicalista.

De acordo com José Carlos Martins, o Ministério da Saúde tinha-se »comprometido« a entregar no princípio desta semana a sua contraproposta e a marcar uma reunião.
Como isso não aconteceu, os sindicatos decidiram avançar com este plano de lutas que irá «perturbar o funcionamento dos hospitais e centros de saúde», acrescentou.

Hospital Lusíadas diz-se qualificado para partos prematuros


O director clínico do Hospital dos Lusíadas garantiu hoje que os médicos daquela unidade privada estão «qualificados» para realizar partos permaturos, depois de a ministra da Saúde ter defendido que só os hospitais públicos devem realizar estes partos.
Em entrevista à agência Lusa, a Ministra da Saúde, Ana Jorge, defendeu a realização de partos de bebés prematuros apenas nos hospitais públicos, argumentando que os níveis de segurança só se alcançam em instituições com 70 a 80 partos de recém-nascidos pré-termo por ano e «uma unidade privada nunca vai ter» esses números.
Contactado pela Lusa, o director clínico do Hospital dos Lusíadas, José Miguel Boquinhas, explicou que «a equipa de obstetrícia [do hospital que dirige] está altamente qualificada porque os médicos trabalharam toda a carreira no Serviço Nacional de Saúde ou ainda trabalham».
«Posso garantir toda a segurança e confiança na nossa equipa», defendeu o administrador.
O presidente do colégio de obstetrícia da Ordem dos Médicos, Luís Graça, alertara hoje para os riscos de partos prematuros realizados em hospitais que não garantem o tempo necessário de internamento dos bebés.

«Os hospitais privados trabalham em 99 por cento dos casos com seguradoras que têm plafons reduzidos e, salvo em seguros de valor excepcional, o que está previsto é o internamento de dois ou três dias da paciente e do bebé».
No entanto, uma criança que nasça prematura vai «forçosamente» exceder os três dias, alertou o obstetra.
Confrontado com esta questão, o director clínico do Hospital dos Lusíadas admitiu trabalhar com seguradoras cujos plafonds permitem internamentos de apenas três dias para a maioria das mães e bebés.
José Miguel Boquinhas disse que «é decisão da família se paga [os restantes dias de internamento]. Se não pagar, temos de transferir o bebé prematuro para outro hospital».
No entanto, o director clínico defendeu que a questão dos plafonds «não tem nada a ver com a qualidade da equipa, são coisas diferentes».

A Lusa contactou ainda o Hospital da Luz, que não quis reagir às declarações da ministra, e o grupo CUF, que remeteu para mais tarde uma reacção.

Privados não têm interesse nos partos de prematuros


O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) disse hoje que não há necessidade da ministra da Saúde limitar aos hospitais públicos a realização de partos de bebés prematuros, porque os privados não estão interessados nesse sector.
A ministra da Saúde, Ana Jorge, defendeu a realização de partos de bebés prematuros apenas nos hospitais públicos, admitindo que essa exclusividade fique já definida nas normas de licenciamento das maternidades privadas, que a tutela está a ultimar. Para a ministra, pediatra de formação e que sempre exerceu em instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS), «o prematuro é algo muito difícil, que exige uma equipa muito bem preparada, com médicos e enfermeiros que saibam trabalhar com uma criança pré-termo».
O bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, disse que Ana Jorge não precisa de limitar o nascimento de bebés prematuros aos hospitais públicos, porque os privados «não os querem lá». O responsável justificou que só os hospitais públicos têm a capacidade para este tipo de situação, dados os investimentos realizados e o tipo de organização.

«Nenhuma grande empresa está verdadeiramente interessada» nos partos de bebés prematuros, porque «não é uma aposta saudável do ponto de vista económico», referiu. Contudo, Pedro Nunes disse que o «sector público e privado não são antagonistas» e deve haver uma complementaridade entre ambos.

O problema é dos Administradores e Directores


A ministra da Saúde sustenta que o principal problema do sector é «organizacional», uma doença cujas causas estão nos «administradores e directores de serviço hospitalares». Para combater este problema, Ana Jorge recomenda «criatividade», mas avisa que «não basta mudar o nome aos hospitais».
Há um ano, quando aceitou substituir António Correia de Campos à frente do Ministério da Saúde - num clima de forte contestação por causa da reestruturação da rede de urgências -, Ana Jorge disse que acreditava no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Um ano depois, a ministra reafirmou a sua aposta nas virtudes do sistema, onde sempre trabalhou em exclusividade, e mostra-se mais conhecedora dos problemas.
«Um dos grandes problemas da saúde em Portugal é organizacional», disse, numa entrevista à Lusa a propósito dos 365 dias à frente do Ministério, que se assinalam esta quinta-feira. Na área hospitalar, «tem falhado muito o envolvimento das administrações e dos directores de serviço», declarou, considerando que são estes «os grandes responsáveis pelo funcionamento do serviço hospitalar e por envolver os seus profissionais».

Ana Jorge dá como «exemplo de sucesso» o Programa de Intervenção em Oftalmologia (PIO), através do qual foram realizadas mais de 15 mil cirurgias, uma medida que a ministra elege como a «mais emblemática» do seu mandato. A «chave do sucesso foi o envolvimento dos profissionais e, nomeadamente, dos directores dos serviços de oftalmologia», considera.
A ministra preconiza mudanças, mas não só ao nível do nome, numa referência à transformação dos hospitais em Sociedades Anónimas (SA) e, mais tarde, em Entidades Públicas Empresariais (EPE). Para Ana Jorge, «existem alguns hospitais EPE com os profissionais mobilizados e outros que se esqueceram que precisam dos profissionais» de saúde. «Assim não dá, pois só muda o nome», salientou.

Estas instituições dispõem de «todos os instrumentos» para a resolução dos problemas, afirmou a ministra, para quem alguns hospitais EPE padecem de falta de criatividade e não usam a autonomia de que dispõem. «Porque não mudaram o conceito de organização das equipas de urgência (criar equipas específicas, por exemplo)?», questionou a ministra, lembrando que os hospitais EPE «não precisam da tutela para o fazer».
Ana Jorge não tem dúvidas de que «ninguém ganha com esta inoperância». Pelo contrário, «todos perdem: utentes, médicos e o sistema». A ganhar ficaram os doentes que foram operados através do PIO. A receita de sucesso deverá aplicar-se, ainda durante a actual legislatura, às especialidades de urologia e dermatologia. No caso da urologia, as intervenções implicam internamento, ao contrário da oftalmologia que é tratada com cirurgia de ambulatório.

Quanto à venda de medicamentos por unidose, uma medida anunciada pelo primeiro-ministro no início da legislatura, só deverá avançar no final do ano e a título experimental.
Ana Jorge ultrapassa o primeiro ano à frente da pasta da Saúde sem as polémicas que marcaram o mandato do seu antecessor, mas mantendo as linhas estratégicas traçadas por António Correia de Campos, nomeadamente na reestruturação da rede das urgências. O encerramento dos horários nocturnos de vários centros de saúde, que ainda não se concretizou porque faltam três helicópteros do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), é o próximo passo desta reestruturação.

Os helicópteros deverão chegar em breve para Macedo de Cavaleiros, Aguiar da Beira e Ourique, mas a ministra não conta fechar ainda os SAP, preocupada com o sentimento de segurança que os mesmos dão às populações. «Vamos ter que trabalhar muito com a população e os seus responsáveis», disse, revelando que o encerramento não deverá acontecer antes do fim do ano e já com um novo Governo em funções.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009



o Presidente do STAE frisou que a defesa da criação da Carreira dos Técnicos de Ambulância de Emergência quer-se que possa incluir também os bombeiros, que tenham formação e desempenhem idênticas funções, dado que actualmente estes são responsáveis por cerca de 65% doauxílio pré-hospitalar prestado.
De seguida explicitou que estes técnicos são os únicos que têm competências pré-hospitalares e o INEM é o único que detém ambulâncias profissionais com equipas compostas por estes técnicos. O facto de a carreira não existir origina carência de técnicos devidamente habilitados, pelo que o INEM recorreu à requisição de enfermeiros para suprir as necessidades, sendo que estes não têm as competências nem as habilitações necessárias para fazer parte de uma equipa de ambulância. In Relatório retirado do Site da Assembleia da República
No site da OE pode ler-se:A Ordem dos Enfermeiros (OE) solicitou hoje, 29 de Dezembro, a realização de uma audiência com carácter urgente ao Dr. Manuel Pizarro, Secretário de Estado da Saúde, devido à criação de uma nova profissão na área da emergência pré-hospitalar - a Técnico de Emergência Pré-Hospitalar.Em ofício igualmente dado a conhecer à Dr.ª Ana Jorge, Ministra da Saúde, e ao Dr. Abílio Gomes, Presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica, a OE refere o seu apoio ao reforço da formação e qualificação de todas as pessoas que lidam com os cidadãos em situações de doença, o que inclui as situações de transporte de doentes. Contudo, a proposta de criação de Técnico de Emergência Pré-Hospitalar de que a Ordem teve conhecimento «implica a intervenção em emergência pré-hospitalar», o que tem consequências para a segurança e qualidade dos cuidados prestados.Além disso, a OE considera que existe uma «efectiva invasão do campo de intervenção dos enfermeiros e das suas competências». Esta posição é justificada pelo Parecer 84 / 2008 do Conselho de Enfermagem, o qual foi remetido aos responsáveis máximos do Ministério. (fonte:Forum enfermagem)

domingo, 25 de janeiro de 2009

Reunião entre Ordem e Sindicatos

Na sequência da reunião da semana passada entre a Ordem dos Enfermeiros e os quatro Sindicatos de Enfermagem, foram agendados cinco debates regionais para o mês Fevereiro em Lisboa (9), Funchal (10), Coimbra (11), Porto (12) e Ponta Delgada (16).
Estes encontros visam dar a conhecer e aprofundar, junto dos enfermeiros de cada região, os processos em curso relativamente à alteração Estatutária da Ordem dos Enfermeiros e a revisão da Carreira, a cargo dos Sindicatos, nomeadamente no que se refere a intervenções desenvolvidas e a adoptar num futuro breve.

LISBOA - Dia 9 das 15h às 18h - Auditório da Associação de Comerciantes de Lisboa - Rua Castilho, nº 14

FUNCHAL - Dia 10 das 16 às 19h - Hotel Monumental Lido

COIMBRA - Dia 11 das 15 às 18h - Auditório da Escola Superior de Enfermagem
de Coimbra – Pólo A (ex - E. S. E. Dr. Ângelo da Fonseca)


PORTO - Dia 12 das15 às 18h - Auditório Hospital Magalhães Lemos - Rua Professor Álvaro Rodrigues (à circunvalação)

PONTA DELGADA - Dia 16 das 15 -18h - Auditório do Hospital do Divino Espírito Santo

É fundamental estar ocorrente sobre o futuro da profissão e debater estas temáticas hoje, torna-se imperativo para um reconhecimento real no futuro. Compareça.

sábado, 24 de janeiro de 2009

SIPE e Sindicato dos Enfermeiros

Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem e Sindicato dos Enfermeiros assumem:

1. Reafirmamos a unidade na defesa dos princípios estruturais assumidos em documento assinados pelos quatro Sindicatos de Enfermagem.

2. Quanto ao ponto da situação actual do processo negocial denunciamos o Ministério da Saúde pelo incumprimento dos prazos por ele próprio estipulados, recorrendo a adiamentos sucessivos, usando argumentos que mais não visam que o protelamento, por tempo indeterminado, do direito a termos Carreira de Enfermagem no âmbito do novo quadro jurídico que a Assembleia da República determinou e cujos prazos o Governo não respeitou nem dá sinais de se corrigir.

3. Como a única força de que os trabalhadores dispõem para impor os seus direitos passa por formas de luta adequadas, nas quais se inclui a greve, mantemos o alerta amarelo para a possibilidade de os Enfermeiros entrarem em greve de zelo, por tempo indeterminado, ou outras formas de luta que a situação exija e justifique.

4. Este é o ponto de partida para que os Enfermeiros se mobilizem, pois isto é com cada um dado que a indiferença do Governo, a manter-se, constitui o mais vil desprezo, pela Profissão de Enfermagem, situação que não deve deixar indiferente nenhum Enfermeiro.Mantém-te atento, Participa,
Porque a luta é de todos.

Saúde 24: LCS surpreendida se contrato não for renovado



O administrador delegado da empresa gestora da Linha Saúde 24, Ramiro Martins, manifestou-se hoje surpreendido com a hipótese do contrato do serviço não ser renovado, assegurando que não existem conflitos laborais a sanar na empresa.
O director-geral da Saúde, Francisco George, admitiu quarta-feira, na comissão parlamentar de Saúde, onde foi ouvido sobre os problemas que afectam o serviço, a possibilidade de não renovar o contrato com a empresa LCS (Linha Cuidados de Saúde) caso continue a tensão laboral.
Ramiro Martins disse que foi com "admiração e surpresa" que recebeu as declarações de Francisco George, uma vez que o serviço tem apresentado bons resultados. "A LCS ganhou o contrato da Linha 24 em 2007 e desde essa altura temos vindo a trabalhar ininterruptamente com índices de satisfação dos utentes excepcionalmente elevados, através de inquéritos que apontam para que mais de 95 por cento dos utentes estão totalmente satisfeitos", garantiu o responsável.
Salientou ainda que a própria Direcção-Geral de Saúde (DGS) tem "a capacidade de regularmente verificar e auditar o funcionamento da linha e tem atribuído classificações entre o bom e o muito bom".
"Isso quer dizer que a Linha tem cumprido um contrato muito difícil de cumprir, que inclui um conjunto de restrições muito difíceis impostas pela DGS, acumulando um excelente acolhimento por parte dos utentes", sustentou.
Ramiro Martins realçou o desempenho da equipa de Saúde 24: "se a empresa consegue ter tanta satisfação da parte dos enfermeiros é porque a equipa está formada e organizada".
"Os enfermeiros são muito competentes e conseguem atingir a performance que é necessária para cumprir as exigências do contrato", frisou, ressalvando que existe "uma pequena franja de enfermeiros, três por cento, que não atingem os parâmetros necessários para cumprir o contrato com o Estado".
Relativamente a estes profissionais, o responsável da empresa assegurou que não lhes renovará o contrato, apesar do director-geral de Saúde ter solicitado a sua readmissão.
O director-geral de Saúde acusou na quarta-feira a empresa de não saber lidar com os enfermeiros e apelou à "total serenidade na gestão dos recursos humanos". Confrontado com estas declarações, Ramiro Martins garantiu que não existe nenhum conflito entre a empresa e os profissionais.
"Não entendo as palavras que foram proferidas de que existe um problema laboral e de que o contrato não seria renovado se o problema laboral não for sanado. Não se pode sanar o que não existe", frisou. Segundo o responsável, existe uma vida normal na empresa, os clientes são atendidos e os enfermeiros fazem o seu trabalho.
Admitiu que há enfermeiros "insatisfeitos" devido aos seus contratos não serem renovados, sublinhando que "fazem muito ruído para benefício próprio". A administração da Linha Saúde 24 dispensou no início do ano quatro enfermeiros e anunciou que não vai renovar os contratos de três outros, que terminam em Março.
Os funcionários acusam a administração de os estar a despedir por terem denunciado o "caos organizativo" da instituição, o que foi negado pela administração. Numa iniciativa do Ministério da Saúde, a Linha Saúde 24 foi criada em 2007 para dar assistência em cuidados de saúde, fazendo triagem e aconselhamento dos utentes, tendo em vista evitar que estes se desloquem aos hospitais e centros de saúde sem necessidade. (agencia lusa)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Director-geral da Saúde admite não renovar contrato S24


O Director-Geral da Saúde, Francisco George, foi hoje ao Parlamento assumir que muitas das preocupações levantadas pelos partidos da oposição sobre o funcionamento da linha de atendimento telefónico Saúde 24 também são suas. E já as transmitiu à administração.
Francisco George voltou a dar um ultimato à entidade gestora para que “ponha fim, de uma vez por todas, ao conflito laboral”, sob pena de não renovar o contrato de concessão, em Maio.
Numa audição que se prolongou por mais de três horas, Francisco George defendeu que, apesar dos problemas, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) deve fazer tudo para não descredibilizar o serviço. Palavras que não sossegaram os deputados. “Saio daqui ainda mais preocupado do que entrei”, afirmou o deputado do Bloco de Esquerda, João Semedo, acrescentando: “Até hoje nunca tinha visto uma situação como esta: a DGS quer mudar uma situação e não consegue. A tutela está prisioneira do prestador privado.”
Bernardino Soares, do PCP, sublinhou que “não se pode confundir descredibilização do serviço com apontar falhas e resolvê-las”. E disse mesmo que “o próprio modelo não serve”, já que a DGS discorda da gestão “mas essa discordância não tem efeito nenhum prático”.
“Para mim é intolerável que o Estado tenha um contrato com uma entidade que desrespeita os seus funcionários. O Estado não pode alhear-se das perseguições, suspeições e intimidações que se têm verificado”, disse também Teresa Caeiro, do CDS. (Correio da Manhã)

Situação da “Linha 24” leva Director-Geral da Saúde ao Parlamento



O Director-Geral da Saúde, Francisco George, vai à Comissão Parlamentar de Saúde dar esclarecimentos sobre o funcionamento da Linha Saúde 24. A linha telefónica "Saúde 24" foi acusada de falhas e os supervisores chegaram mesmo a denunciar aquilo a que chamaram de "caos organizativo" no serviço.
Em causa está o conflito laboral entre enfermeiros e Administração da Linha. A administração da ”Saúde 24” dispensou, no início do mês de Janeiro, quatro enfermeiros ao mesmo tempo que anunciava a intenção de não renovar com outros três. Como justificação, a administração apresentava a má prestação dos enferemeiros em causa. Todos os enfermeiros que prestam serviço na Linha são avaliados, todos os anos, de acordo com critérios conhecidos aquando da sua admissão. Ora, a administração da LCS, empresa que gere a linha "Saúde 24" invocava precisamente que os enfermeiros em causa apresentavam em sucessivas avaliações resultados de ”não satisfaz”. Os visados contra – argumentam acusando a LCS de os estar a despedir por terem denunciado o "caos organizativo" da instituição, o que foi negado pela empresa. Recorde-se que a linha telefónica ”Saúde 24” foi acusada de falhas e que os supervisores chegaram mesmo a denunciar aquilo a que chamaram de "caos organizativo" no serviço Em reunião da comissão conjunta de acompanhamento da Linha Saúde 24, realizada em meados de Janeiro, constituída por dois representantes do ministério da Saúde e dois representantes da LCS, ambas as partes se comprometeram a "tomar decisões, que serão oportunamente comunicadas", para resolver o conflito. Afirmou na altura uma fonte da DGS que as partes iriam reflectir sobre o que os assuntos abordados na reunião com vista a criar condições para ultrapassar um conflito que foi considerado laboral e que a Direcção-Geral da Saúde não queria que, de alguma forma, pusesse em causa a qualidade do serviço prestado aos utentes. A Direcção-Geral de Saúde afirmava na altura que tudo estava normal no funcionamento da Linha Saúde 24, mas as críticas surgiam e motivaram mesmo que o grupo parlamentar do Partido Social-Democrata, pela voz do seu líder Paulo Rangel a interpelar o Primeiro-Ministro, no debate mensal dedicado à saúde. A ministra da Saúde, Ana Jorge, garantia na altura, que o serviço prestado aos utentes da Linha Saúde 24 "não foi afectado" pelo diferendo entre funcionários e a administração. "O serviço prestado aos utentes não foi afectado, o que mostra o profissionalismo das pessoas. É um bom serviço, esperamos que seja ainda melhor", disse a titular da pasta da Saúde em declarações aos jornalistas. Numa iniciativa do Ministério da Saúde, a ”linha de Saúde 24” foi criada em 2007 para dar assistência em cuidados de saúde, fazendo triagem e aconselhamento dos utentes, tendo em vista evitar que estes se desloquem aos hospitais e centros de saúde sem necessidade. Desde o seu arranque e até à data mais de 800.000 pessoas ligaram para a Linha telefónica Saúde 24 (808242424). (RTP)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Desemprego de enfermeiros é uma "falácia"


Só há desemprego porque causa das políticas de contenção garante a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros.



Maria Augusta de Sousa não tem dúvidas que o desemprego entre os enfermeiros é uma consequência das medidas de contenção económica, não o resultado de excesso de profissionais no mercado de trabalho. Hoje, durante a inauguração da exposição dos 10 anos da Ordem dos Enfermeiros no Madeira Shopping, a bastonária lembrou que, em Portugal, continua abaixo da média dos países da OCDE de 2004. Nessa altura, existiam 8,2 enfermeiros por cada 1000 habitantes nestes países; em Portugal, em 2008, a média era de 5 enfermeiros por cada 1000 habitantes. "É uma falácia. Não o desemprego, mas dizer que o sistema não precisa de mais enfermeiros e é também uma má opção política até em termos de gastos na Saúde. Mais enfermeiros significará melhor saúde a médio e longo prazo".

Adiada Reunião entre Governo e Sindicatos

A reunião marcada para ontem entre membros do governo e os sindicatos de Enfermagem foi adiada. Nesta reunião estavam em cima da mesa temas como tabelas salariais e a proposta de carreira.
Mais uma vez a negociação foi adiada.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Sócrates elogia papel de Correia de Campos em reforma do SNS


"O primeiro-ministro considerou hoje que a criação da rede de cuidados continuados foi uma reforma «revolucionária» do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em 2006, num discurso em que elogiou o ex-ministro Correia de Campos.
«Esta é uma das reformas pelas quais valeu a pena passar pela política», declarou José Sócrates no final de uma cerimónia em que foram assinados mais de uma centena de protocolos com misericórdias e entidades do sector social para a criação de mais 3138 camas na rede de cuidados continuados.
Este investimento, na ordem dos 100 milhões de euros - e que tem como meta dotar a rede de cuidados continuados com 8200 camas já em 2009 -, foi anunciado pelo primeiro-ministro na quarta-feira, durante o debate quinzenal na Assembleia da República.
Na Feira Internacional de Lisboa (FIL), no Parque das Nações, José Sócrates elogiou a acção concertada entre os ministérios da Saúde e do Trabalho e da Solidariedade na criação da rede de cuidados continuados - articulação que disse ter contrariado as práticas do passado na administração pública portuguesa.

Após palavras de elogio dirigidas aos seus ministros Ana Jorge e Vieira da Silva, também presentes na cerimónia, Sócrates lembrou igualmente o trabalho desenvolvido pelo seu ex-ministro da Saúde Correia de Campos (exonerado há um ano do Governo) na área dos cuidados continuados.
«O meu querido amigo Correia de Campos sempre batalhou para que existisse esta rede de cuidados continuados«, disse.
No seu discurso, que se seguiu a intervenções dos ministros da Saúde, do Trabalho e da Solidariedade e dos presidente da União das Misericórdias Portuguesas (Manuel Lemos) e da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade (padre Lino Amorim), Sócrates aludiu às medidas adoptadas pelo seu executivo em relação aos idosos.
«Com a constituição desta rede de cuidados continuados e com o complemento solidário para idosos, que retirou da pobreza cerca de 200 mil cidadãos, este Governo deu expressão a um imperativo moral», declarou

O primeiro-ministro vincou depois que «a forma como cada país trata os seus idosos é um sinal da maturidade democrática, de desenvolvimento, mas também de humanidade».
«Esta reforma dos cuidados continuados começou em 2006 e foi nessa altura uma ideia revolucionária«, sustentou o primeiro-ministro, numa intervenção em que também assinalou os 30 anos de existência do SNS.
«Todos sabemos a importância que o SNS teve na construção da democracia e de um Estado social em Portugal, garantindo a universalidade na prestação de cuidados de saúde», afirmou o chefe do Governo, para quem a melhor forma de homenagear o SNS foi precisamente «introduzir avanços na rede de cuidados continuados».
«Todos os serviços do Estado social necessitam de ser reformados, tendo em vista servirem melhor os cidadãos e serem mais eficientes«, sublinhou.

No seu discurso, perante uma plateia cheia, Sócrates defendeu que o SNS »cumpriu pela primeira vez nos últimos três anos os seus orçamentos« e que as medidas para apoio e assistência na rede social são também um importante factor de combate à actual crise económica e financeira internacional.
«O país precisa de mais investimentos públicos para animar a economia e para proteger os empregos. Mas o país também precisa que esses investimentos se façam de forma rápida e concentrada. Há muita gente que vai depender do apoio do Estado - e o nosso dever moral é andar depressa», salientou." (agência lusa)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

PSD questiona Sócrates sobre caos do INEM e da Linha Saúde 24

O líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, considerou hoje que o INEM e a Linha Saúde 24 têm tido um «funcionamento caótico» e questionou hoje o primeiro-ministro, José Sócrates, sobre o assunto, sem obter resposta. Santana Lopes vai receber dia 15 Janeiro enfermeiros da s24 para estar por dentro da situação que envolve toda esta polémica.

Taxas moderadoras mais caras a partir de Fevereiro


"As consultas, urgências e actos médicos em hospitais e centros de saúde serão mais caros a partir de 1 de Fevereiro, enquanto as cirurgias de ambulatório descem quase para metade, segundo a actualização das taxas moderadoras, publicada esta quinta-feira em Diário da República.
A Portaria n.º 34/2009 actualiza o preço da saúde pública em Portugal por considerar que as taxas moderadoras se encontram "desactualizadas, quer quanto ao valor, quer quanto à tipologia dos actos".
Desta forma, estabelece que as consultas nos hospitais centrais sobem de 4,30 para 4,50 euros, nos hospitais distritais aumentam de 2,85 para 3 euros e nos centros de saúde passam de 2,10 para 2,20 euros
Em relação às urgências, o pagamento deixa de ser feito consoante a tipologia do hospital e passa a ser efectuado consoante se trata de uma urgência polivalente (9,40 euros), urgência básica e urgência médico-cirúrgica (8,40 euros) ou em centros de saúde (3,70 euros).
Por cada um dos primeiros dez dias de internamento o doente passa a pagar 5,20 euros e o serviço domiciliário sobe 20 cêntimos, para 4,70 euros.
A cirurgia de ambulatório é o único acto médico cuja taxa moderadora desce na nova tabela: custava 10 euros e passa a custar 5,20.
O Governo quer que este ano mais de metade das cirurgias programadas sejam feitas em ambulatório (sem internamento), uma meta que segundo o Ministério da Saúde permitirá "diminuir muito" as listas de espera.
São poucas as taxas moderadoras inalteradas, já que a generalidade sobe entre 10 e 25 cêntimos por acto médico nas várias especialidades." (Jornal de Noticias)

Sindicatos defendem principios para a carreira

Pode ler-se no site do sindicato dos enfermeiros:


Até finais de Janeiro de 2009, "se o Governo cumprir" teremos reunião na qual o Ministério da Saúde se propõe apresentar nova proposta negocial, em consequência de termos recusado as duas propostas anteriores por as mesmas não corresponderem, minimamente, às propostas por nós entregues.

Há princípios dos quais não abdicamos, tais como:


- O reconhecimento de autonomia inquestionável das competências exclusivas do Enfermeiro;
- Intervenção efectiva nos vários níveis de gestão de órgãos singulares ou colectivos;
- O reconhecimento da especialização como evolução natural e geral dos Enfermeiros, garantindo a todos o grau de especialização na área da sua escolha;
- Actualização salarial em função do estatuto da sua carreira superior especial que tem vindo a ser negada desde 1989, tal como consta de legislação da época que pode ser consultada;
- Porque da tabela salarial, parte integrante da Carreira, deve constar a evolução salarial indexada à avaliação e valorização.
- Porque pretendemos Carreira unicategorial;
- Porque exigimos Carreira única com aplicabilidade a todos os serviços de saúde.


Tendo como pressupostos as razões que nos levam a rejeitar os documentos anteriores, apresentados pelo Governo, é nosso dever sugerir a todos os colegas que se mantenham mobilizados para a defesa dos princípios que enunciamos nesta informação.

Dívida (IPS) de sangue atinge os 37 milhões


"Os hospitais públicos devem ao Instituto Português do Sangue (IPS) 37 milhões de euros, uma dívida que tem vindo a ser acumulada nos últimos anos – em 2005 o valor não ultrapassava os 12 milhões de euros. O Ministério da Saúde declara que a dívida será paga nos próximos meses, uma vez que já foi efectuado o pagamento de todas as dívidas vencidas e validadas aos fornecedores dos hospitais EPE (Entidades Públicas Empresariais), no valor de 900 milhões de euros.
O alerta para a necessidade do pagamento da dívida dos hospitais ao IPS foi feita ontem pelo presidente daquele organismo público, Gabriel Olim, no decurso da visita do Presidente da República, Cavaco Silva, às instalações do IPS. Cavaco Silva, que descerrou uma lápide alusiva aos 50 anos do IPS, fez-se acompanhar pela primeira-dama, Maria Cavaco Silva, pela ministra da Saúde, Ana Jorge, e pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro.
Gabriel Olim sublinhou que a dívida não interfere com a boa produtividade da instituição, que regista um aumento nas colheitas de sangue. "Os hospitais devem fazer um esforço para saldar a dívida, porque em 2009, ao contrário de anos anteriores, não serão transferidas receitas do Orçamento do Estado. Temos de viver com receitas próprias."
O secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, garantiu ao CM que "a dívida será paga em breve" e que a prioridade do Governo "era o pagamento aos fornecedores externos."
PRODUTOS SANGUÍNEOS MAIS CAROS
Para garantir a sustentabilidade financeira do Instituto Português do Sangue (IPS), dado que este ano não recebe verbas do Orçamento do Estado e que conta apenas com receitas próprias, o Ministério da Saúde actualizou os preços dos produtos de sangue vendidos pelo IPS a todos os hospitais dos sectores público e privado, uma revisão de preços que não acontecia desde há três anos. O aumento dos preços foi publicado há dias em despacho (nº 282/2009, de 6 de Janeiro) no Diário da República. Ao CM, Adalberto Campos Fernandes, presidente do conselho de administração do Hospital de Santa Maria (Lisboa), admite que o aumento do custo dos produtos de sangue vem pesar no orçamento hospitalar. "A actualização de preços aumenta a nossa despesa nos produtos de sangue que, em 2008, foi de 3,3 milhões de euros, mas logicamente não vamos deixar de os comprar." (Correio da Manhã)

domingo, 11 de janeiro de 2009

DGS admite nova gestão da Linha Saúde 24


O director-geral da Saúde convocou, "com carácter de urgência", uma reunião da comissão de acompanhamento da Linha de Saúde 24 para amanhã. Francisco George vai juntar a uma mesma mesa os representantes da empresa gestora, da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e da Administração Central dos Sistemas de Saúde para "exigir explicações e impor uma resolução imediata do conflito laboral" que se vive no serviço de aconselhamento telefónico. E pondera, se necessário, "pedir a substituição da administração".
É a primeira vez que o director--geral da Saúde admite directamente que a qualidade está em causa e, por isso, decide intervir directamente. "Não podemos correr qualquer tipo de riscos nem aceitar que este conflito ponha em causa a qualidade do serviço público", afirma Francisco George. Apesar de a ministra Ana Jorge ter dado ordens para ser feita uma auditoria – que está a ser coordenada pelo enfermeiro Sérgio Gomes, da DGS – desde que a polémica rebentou, em Outubro, ainda não foram divulgados resultados desta avaliação.
Contudo, durante os últimos meses, o ambiente interno tem vindo a agravar-se. Esta semana, a empresa gestora – a LCS, do grupo Caixa Geral de Depósitos – começou a dispensar enfermeiros e oito (sete dos quais fundadores) já receberam cartas de despedimento. Os profissionais acusam a administração de "perseguição" e de "represálias" por terem denunciado "o caos organizativo". Cinco destes são testemunhas a favor da enfermeira suspensa, no seguimento das denúncias feitas à ministra.
Ontem, duas dezenas de actuais e antigos funcionários concentraram-se em frente ao serviço numa manifestação de protesto. O funcionamento do centro de Lisboa esteve suspenso entre as 08h00 e as 11h00. "Só vemos uma solução possível: a demissão desta administração", afirma Lúcio Silva, um dos enfermeiros que foi despedido.
LCS DIZ QUE VAI PROCESSAR OS MANIFESTANTES
A entidade gestora, LCS, emitiu ontem um comunicado anunciando a sua intenção de, nos próximos dias, "avançar com processos-crime" contra os que participaram na manifestação de ontem, à porta do centro de atendimento de Lisboa. Diz a empresa, que "já identificou" os manifestantes que participaram no protesto, que apelida de "acto de vandalismo". No comunicado, a LCS considera que a manifestação de funcionários e ex-funcionários foi uma iniciativa para "impedir o regular funcionamento do serviço de atendimento, através da destruição de meios de acesso às instalações". Os enfermeiros de Lisboa apenas voltaram ao trabalho depois de Francisco George se ter deslocado ao local e ter garantido que os vai receber amanhã.
RESTAM POUCOS ENFERMEIROS DA FUNDAÇÃO
Dos cerca de 40 funcionários que fundaram o Saúde 24, "apenas resta uma meia dúzia". Uns foram despedidos, outros "saíram pelo próprio pé, porque não aguentavam trabalhar nas condições impostas pela administração", afirma Lúcio Silva. O enfermeiro agora despedido defende que "a empresa se rege por critérios exclusivamente economicistas, que entram em conflito com a qualidade do serviço". O administrador Ramiro Martins justificou à Lusa os despedimentos por "má prestação" laboral. Mas ontem na manifestação Francisco George elogiou "o trabalho exemplar dos enfermeiros".
APONTAMENTOS
DENÚNCIA
Em Outubro, oito supervisores escreveram a Ana Jorge denunciando o "caos organizativo". A ministra pediu auditoria sobre as falhas.
SUSPENSÃO
Ana Rita Cavaco, a primeira subscritora, foi suspensa pela administração por ser "inconveniente a sua presença na empresa".
CONTRATO
A Saúde 24 é um serviço público gerido por uma empresa privada, através de um contrato de concessão.

Saúde 24 dispensou 4 enfermeiros este mês e 3 saem Março

A linha de Saúde 24 dispensou esta semana quatro enfermeiros, despedimentos que não estão relacionados com a denúncia dos supervisores de «caos organizativo» no serviço, disse hoje o responsável pela empresa que gere aquela estrutura do Ministério da Saúde.
Ramiro Martins salientou, em declarações à Agência Lusa, que a linha de Saúde 24 dispensou esta semana quatro enfermeiros comunicadores e já informou outros três que não vai renovar os contratos em Março devido a «má prestação» laboral.
«Este mês houve dispensa de quatro enfermeiros comunicadores, mas ao mesmo tempo contratámos 23 novos enfermeiros e dois supervisores», que já se encontram ao serviço, adiantou o responsável.
Segundo Ramiro Martins, os quatro enfermeiros que saíram esta semana foram »dispensados de imediato porque tinham uma performance muito má« e outros três foram notificadas para sair em Março.
»As pessoas que foram dispensadas ao longo desta semana faltaram 25 dias nos últimos três meses, chegaram atrasados 17 dias e até houve um colaborador que passou 817 minutos com os auscultadores na cabeça mas não atendeu chamadas«, sublinhou para justificar os despedimentos.
O Jornal de Negócios noticiou que quatro dos trabalhadores dispensados são testemunhas abonatórias de uma das supervisoras que a empresa suspendeu na sequência da carta enviada à ministra da Saúde, denunciando »falhas graves« nos serviços prestados aos utentes, e os restantes faziam parte da sua equipa.
Segundo o jornal, nas vésperas das audições das testemunhas perante os instrutores do processo disciplinar à supervisora, a linha telefónica Saúde 24 decidiu abdicar do serviço de sete enfermeiros, que se dizem vítimas de perseguição.
O responsável pela empresa que gere o serviço disse à Lusa que os sete trabalhadores dispensados não estiveram envolvidos na carta enviada para a ministra Ana Jorge e que os despedimentos «não estão relacionados» com a missiva.
»Se quiserem ligar isto à carta é uma tentativa deles de justificarem a dispensa«, disse, desvalorizando os despedimentos, ao mesmo tempo que se congratulou com as novas contratações para darem apoio aos casos de doentes com vírus da gripe.
Segundo o responsável, os serviços da linha de Saúde 24 aumentaram entre 200 a 300 por cento nas últimas semanas devido ao vírus da gripe.
Um inquérito realizado entre 29 e 30 de Novembro do ano passado junto dos utentes da linha de Saúde 24, tornado público hoje, revela que 99,17 por cento dos utilizadores recomendam o serviço e 95 por cento estão «totalmente satisfeitos».
A recolha de informação, no âmbito do inquérito, foi realizada pela Netsonda, através de entrevista telefónica, junto de 361 utentes do serviço Saúde 24.
Numa iniciativa do Ministério da Saúde, a linha de Saúde 24 foi criada em 2007 para dar assistência em cuidados de saúde, fazendo triagem e aconselhamento dos utentes, tendo em vista evitar que estes se desloquem aos hospitais e centros de saúde sem necessidade.
Desde o seu arranque e até à data mais de 800.000 pessoas ligaram para a Linha telefónica Saúde 24 (808242424).

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Linha de Saúde 24 contrata 23 enfermeiros e 2 supervisores

A Linha de Saúde 24 contratou 23 enfermeiros e dois supervisores com vista «à disponibilização permanente de um serviço de elevada qualidade e disponibilidade», anunciou hoje aquela estrutura do Ministério da Saúde.
«Com o objectivo de consolidar a equipa que diariamente auxilia milhares de portugueses em questões relacionadas com saúde, foram contratados 23 novos enfermeiros e dois novos supervisores entre Dezembro e Janeiro», refere em comunicado a Linha de Saúde 24.
Segundo a estrutura, o reforço de pessoal permite criar as «condições objectivas de melhoria na acessibilidade aos serviços disponíveis».
A linha telefónica Saúde 24 foi acusada recentemente de falhas no seu funcionamento e supervisores chegaram mesmo a denunciar o «caos organizativo» no serviço.
Também a Ordem dos Farmacêuticos desaconselhou o recurso àquela linha, por não reconhecer a validade das informações prestadas pelo serviço em matéria de medicamentos, «enquanto a entidade gestora não proceder à contratação de profissionais com formação e competências adequadas».Numa iniciativa do Ministério da Saúde, a linha Saúde 24 foi criada em 2007 para dar assistência em cuidados de saúde, fazendo triagem e aconselhamento dos utentes, tendo em vista evitar que estes se desloquem aos hospitais e centros de saúde sem necessidade.
Desde o seu arranque e até à data mais de 800.000 pessoas ligaram para a Linha telefónica Saúde 24 (808242424).

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

"FORÇAS ARMADAS disponibilizam camas hospitalares se gripe agravar"

Os hospitais militares irão disponibilizar algumas camas de reserva para internamento de doentes com gripe, anunciou hoje a ministra da Saúde, Ana Jorge, que disse já ter contactado o Ministério da Defesa. «Em caso de necessidade, poderão ser necessários recursos a unidades militares e já foi feito o contacto por mim, pelo Ministério da Saúde, que, em contacto com o Ministério da Defesa, decidiu criar uma situação de excepcional necessidade de poder accionar algumas das camas de reserva dos hospitais militares», referiu a titular da pasta da Saúde, à margem de uma visita ao Hospital Amadora/Sintra, hoje de manhã.
«Até aqui tem havido capacidade de resposta e, portanto, acreditamos que vai haver e temos ainda em estudo outras situações de alternativa de reserva que poderá ser necessário accionar se os hospitais que estão envolvidos e a trabalhar todos em rede tiverem em determinado momento necessidades que excedam a sua capacidade», afirmou.
Mas, segundo Ana Jorge «para que isso possa ser feito terá que haver uma necessidade bem identificada».

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Os Sálários de Cada Um

No site do sindicato dos Enfermeiros pode-se ler:

Estava-se em 2005.
O Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos disse: “Conhecer para melhor agir”, foi o lema que inspirou esta iniciativa, em cumprimento do Programa do XVII Governo Constitucional, tudo isto a propósito da caracterização dos recursos humanos na administração pública portuguesa.Chamou a nossa particular atenção entre outras rubricas a que se refere à “Remuneração média mensal do emprego por grupo profissional:

Pessoal Dirigente – 2.715€

Técnico Superior – 1.871€

Técnico – 1.496€

Docente universitário – 2.512€

Docente do Ensino Básico e Secundário – 1.904€

Pessoal Médico – 3.091€

Técnico Superior de Saúde – 1.949€

Técnico Diagnóstico e Terapêutica – 1.302€

Enfermeiro – 1.515€

Por aqui poderemos aferir as diferenças relativas a cada grupo e dos grupos entre si.Uma coisa é o que se diz; outra coisa é o que é.É destas premissas que teremos de partir para fazer juízos de facto, correctos e consentâneos com o valor da hora trabalhada de cada um.Podemos perguntar, por exemplo, quantas horas trabalha, em média, um enfermeiro e quantas trabalham outros que com ele formam equipa, como alguns tanto gostam de dizer.A primeira curiosidade é que o Médico é o pessoal mais bem pago de todos e, relativamente aos enfermeiros, mais que duplica os valores.Se aquilatarmos as horas trabalhadas, por cada grupo, (repare-se que só agora é que andam a avariar controlos de pontualidade-assiduidade, com vista ao controlo efectivo, uma miragem no deserto), veremos o que temos de andar.A segunda nota é que os enfermeiros têm uma diferença para menos, nunca superada, com a ascensão à licenciatura. Por isso os docentes do ensino básico e secundário vão nos 1.904€ e os enfermeiros nos 1500€.Já em 1989, aquando da entrada no NSR pelo DL 34/90 se dizia que o enfermeiro licenciado entraria na carreira pelo índice correspondente ao 2º escalão do enfermeiro especialista, hoje 160 a que correspondem 0s 1470€. No Governo onde esta análise se fazia estava Correia de Campos como Ministro da Saúde, que afirmava: …” Não é possível perpetuar por mais tempo a situação de baixos salários de médicos hospitalares… venham as USF também para os hospitais…”
E os Enfermeiros, senhores!?

S. João: Médicos ameaçam processar administrador por dizer que "faltam" muito

O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos está «indignado» com as alegadas afirmações do presidente do Hospital de São João, no Porto, que terá insinuado que os médicos faltavam muito e ameaça «tomar as medidas necessárias», não descartando a possibilidade de processar o administrador.
Em comunicado, este conselho regional afirma que «foi com indignação e estupefacção» que tomou conhecimento de uma entrevista do presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João, na qual António Ferreira «faz algumas afirmações relativamente à assiduidade e produtividade dos médicos, que são inaceitáveis, na medida em que o bom nome de todos os médicos do Hospital de São João está a ser posto em causa».
«Esta atitude é incompatível com a recente divulgação, pelo próprio, dos excelentes resultados obtidos pelos médicos do Hospital de São João no contexto da Península Ibérica, tendo-os, inclusivamente, felicitado no fim do ano de 2008, pelos resultados obtidos», prossegue o comunicado.
O presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos especificou que «é falso» que os médicos sejam os profissionais que mais faltam. «Dá ideia que os médicos não produzem e não são assíduos, o que não corresponde à verdade», disse José Moreira da Silva. Perante «a gravidade da situação», este Conselho Regional irá tomar «as medidas necessárias para a defesa da dignidade dos médicos», como processar o administrador do hospital pelas afirmações proferidas, afirmou.
Segunda-feira, o presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João anunciou que esta unidade de saúde vai adoptar este ano uma política de incentivos aos profissionais, monitorizando a sua produção e respectiva qualidade através de sistemas informáticos. António Ferreira explicou que a monitorização em tempo real acontecerá através de sistemas informáticos, que substituem o «papel» até agora utilizado, mas sem recurso a quaisquer câmaras de vigilância. Por outro lado, essas informações serão divulgadas nos locais apenas acessíveis aos profissionais, assegurou.
Actualmente, o hospital atribui subsídio de assiduidade a trabalhadores que estejam ao abrigo da lei geral. Para implementar uma «política de reconhecimento, que inclui incentivos», o hospital tem de «estar seguro de que [essa política] é absolutamente transparente, de forma a que cada profissional saiba como vai receber o incentivo», defendeu.
O controlo das entradas e saídas não é suficiente para avaliar a produção e a sua qualidade, acrescentou o responsável, argumentando que a política de avaliação tem de ser «bem clara e sustentada por números». Esses incentivos podem passar por dinheiro e apoios à formação e investigação, explicou.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Urgências Lotadas

Mais de 32.000 pessoas procuraram os serviços de urgências dos hospitais e centros de saúde, na passada sexta-feira, em consequência do surto de gripe que afecta o país, o valor que eleva em mais de 60% o número de afluências registado a 31 de Dezembro, de acordo com dados da Direcção-Geral de Saúde.
"Todo o dispositivo que foi montado para dar resposta [à epidemia de gripe] vai manter-se, mas provavelmente a situação irá melhorar. Hoje já atingimos a intensidade máxima do período epidémico gripal deste Inverno", disse o coordenador da Direcção-Geral de Saúde (DGS) para a monitorização dos serviços de urgência, Mário Carreira.
No dia 31 foram registados 20.000 casos, no primeiro dia do ano 22.000 e dia 2 recorreram às urgências 32.000 pessoas, segundo a mesma fonte. Destas 32.000, 18.000 foram registados nos centros de saúde e 14.000 nos hospitais.
A procura de serviços de consulta e urgência em hospitais e centros de saúde foi também muito elevada durante o fim-de-semana, refere o mesmo responsável.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Enfermeiros com ordenados milionários

"Estão a roubar o INEM há muito tempo, têm salários milionários e os técnicos, que muitas vezes fazem os mesmo serviços, ganham muito menos." A acusação é de um dos técnicos de emergência médica do INEM, que falou ao CM sob anonimato, na sequência da polémica sobre os milhares de euros gastos em horas extras no INEM, que poderá vir a dispensar cerca de 60 enfermeiros que estão a recibos verdes.
Têm duplo emprego, trabalhando em vários hospitais ou centros de saúde e no INEM chegam a ganhar cerca de 400 euros por um turno ao domingo, segundo a tabela salarial de prestação de serviços para um enfermeiro especialista à qual o CM teve acesso.
A tabela prevê ainda que numa "semana-tipo" ganhem mais de 2200 euros. Trabalhando cinco dias úteis auferem 1447 euros. Apenas asseguram a comunicação de dados com as ambulâncias, já que o atendimento das chamadas de utentes é feita por operadores.
O CM sabe que os enfermeiros estarão a concertar posições contra a actual direcção do INEM, a que preside Abílio Gomes. "Quando souberam da possibilidade de serem dispensados fizeram uma reunião em Coimbra e andam a ameaçar a direcção com processos judiciais", disse outra fonte.
"Os salários milionários estão também na base do lóbi que a classe dos enfermeiros está a fazer contra a criação da carreira de paramédico", acusou outro técnico. Ao CM, fonte oficial do INEM desmentiu eventuais pressões sob a direcção e garantiu não estar prevista a dispensa de 60 enfermeiros. Maria Sousa, bastonária da Ordem dos Enfermeiros, recusou comentar os salários dizendo ser um "absurdo" a substituição de enfermeiros na emergência médica por técnicos. Já Ricardo Rocha, do Sindicato de Técnicos de Ambulância de Emergência sublinhou apenas a importância da criação da carreira de paramédico no INEM.
PORMENORES
INEM NEGA DISPENSA
O INEM continua a negar que tenha deliberado a dispensa de 60 enfermeiros que trabalham sob o regime de prestação de serviços. A direcção rejeita também estar a ser alvo de pressões por parte desses profissionais, que desempenham funções nos quatro CODU.
DUPLO EMPREGO
No quadro do INEM existem cerca de 20 enfermeiros. Os restantes 60 trabalham em hospitais ou outras unidades. Tratam da transmissão de dados médicos às viaturas em serviço, após consulta do médico. Quando ocupados, são os operadores que assumem a função. Os protocolos são validados só por médicos.
MAL-ESTAR NO INEM
Fontes contactados pelo CM, falam num verdadeiro mal-estar entre os vários profissionais do INEM devido às diferenças salariais. Muitos falam mesmo num clima de "guerra".

17 602 casos de gripe, a pior de sempre

Portugal regista a situação de gripe mais grave da Europa e a pior desde que há registos, sendo o único país que, pela segunda semana consecutiva, apresenta uma intensidade elevada, divulgou ontem o European Influenza Surveillance Scheme (EISS). Em 15 dias, a gripe aumentou em mil as hospitalizações, ou seja, uma média de 500 por semana.
Ontem, dia de ponte, centros de saúde e Urgências de hospitais não registaram grande afluência. Nova prova de fogo ocorre na segunda-feira com o regresso a Lisboa e Porto.
Na última semana de 2008, o relatório observou 165,8 doentes de gripe por cada cem mil em Portugal, o que se traduz em mais 17 602 casos de gripe. Trata-se do valor mais alto registado desde 1990, de acordo com os registos do EISS, ultrapassando o pico observado na primeira semana de Fevereiro de 2005 com 163,1 doentes por cem mil. Crianças até os 4 anos contraem mais infecções .
Segundo o coordenador do dispositivo da Direcção-Geral da Saúde para a monitorização dos Serviços de Urgência, Mário Carreira, os valores apresentados enquadram-se na tendência desenhada, acrescentando que "ainda não foi atingido o pico da doença".
A previsão é feita a partir de um sistema de vigilância, com base nos casos de gripe enviados para diagnóstico laboratorial por uma rede de médicos. Permite estabelecer um gráfico-padrão com a estimativa da taxa de incidência.
Perante uma "actividade gripal epidémica de intensidade alta e tendência crescente", a Direcção-Geral da Saúde admite que neste ano um milhão contraia a doença .
"Uma estimativa idêntica não é contudo possível de realizar face à mortalidade. Mário Carreira recorda, contudo, que no Inverno há em média mais dois mil óbitos face às restantes estações.
VÍRUS AH3N2 PROPAGA-SE COM MAIOR FACILIDADE E RAPIDEZ
O elevado número de pessoas contagiadas por gripe neste Inverno resulta do facto de o vírus influenza A (estirpe AH3N2) se "transmitir com maior facilidade e rapidez e oferecer maior resistência ao tratamento", diz Mário Jorge, presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública. "Também um Inverno rigoroso com temperaturas negativas e ausência de radiação ultravioleta é outra das causas para a elevada incidência de gripe, diz Mário Jorge.
"O Inverno dá condições ao vírus para que sobreviva o tempo suficiente para ser transmitido de uma pessoa para outra", acrescentou o médico do Centro de Saúde de Santiago do Cacém. Outro factor de propagação do vírus é a concentração de pessoas em recintos fechados, como centros comerciais.

Hospitais privados dão prioridade a quem tem dinheiro

A inspecção-geral de Actividades em Saúde (IGAS) está a investigar várias reclamações de utentes que demoraram mais tempo a obter um exame médico em serviços privados quando pediram a marcação através do Serviço Nacional de Saúde.
Esta reacção surge na sequência de um artigo da Deco - Associação de Defesa do Consumidor, a publicar na revista "proteste" de Dezembro. Elementos da associação, fazendo-se passar por doentes, descobriram que vários hospitais privados antecipam a marcação de exames quando os utentes se disponibilizam a prescindir da credencial e a pagar do próprio bolso - uma discriminação proibída por lei.
No artigo, a Deco afirma que em 11% dos 529 estabelecimentos privados que visitaram verificaram que foi diminuido o tempo de espera quando se abdicou da credencial do médico de família.
(...) Nalguns casos, o tempo de espera era de 187 dias com credencial e passou para 12, quando o colaborador colocou a hipótese de pagar o valor do exame do próprio bolso.
Tanto fontes do Ministério da Saúde, como da Entidade Reguladora da Saúde admitiram ter recebido queixas sobre o mesmo assunto.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Enfermeiros pressionam Governo

Insatisfeitos com a proposta de revisão da carreira do Ministério da Saúde, os enfermeiros ameaçaram, esta segunda-feira, com greves gerais e greves de zelo por tempo indeterminado se o Governo não atender às suas reinvidicações.
Após uma reunião com o presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) devido à ausência da ministra Ana Jorge, os sindicatos dos enfermeiros reafirmaram as suas exigências e insistiram numa nova proposta da revisão de carreira. O Ministério da Saúde irá apresentar uma nova versão na próxima reunião, a 14 de Janeiro, mas os sindicatos esperam para ver se as suas reinvidicações vão ser atendidas e já deixam avisos caso o Governo faça ouvidos moucos.
Essencialmente, duas questões dividem os enfermeiros e o Governo: a existência de vários diplomas legais a regular a actividade e a criação de dois níveis de enfermeiros - especialistas e generalistas.
"As Entidades Públicas Empresariais (EPE) de Saúde são EPE atípicas porque não vendem um bem ou serviço a um determiando preço, mas prestam um serviço tendencialmente gratuito. Portanto, os seus funcionários não podem ser regidos pelos regulamentos das EPE mas sim pelo estatuto geral da Administração Pública", explica José Carlos Martins, coordenador do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), exigindo ao Governo um instrumento legal que regule a actividade de todos os enfermeiros. O sindicalista refere que este ponto de vista é partilhado tanto pelo Supremo Tribunal Administrativo como pelo Tribunal Constitucional, tendo ambos proferido decisões com esta orientação.
Em relação às duas categorias, José Carlos Martins refere que elas são apenas um meio de "constragimento salarial". "Se um enfermeiro tirar um curso de especialização, ele só irá ser reconhecida em termos monetários quando abrirem vagas e o enfermeiro ganhar o concurso. Mas, para todos os efeitos, ele já as exerce e não há conteúdo funcional diferente que justifique um concurso para se passar de uma categoria para outra".
Após ter apresentado ao Ministério os fundamentos para a contestação ao regime proposto, o coordenador espera, agora, que Ana Jorge reconheça a justeza dos mesmos e mude o seu projecto. No caso de não recuar, José Carlos Martins antecipa tempos difíceis para o sector com a convocação de acções de luta que podem passar por greves gerais.
Antes do SEP, foi ouvido o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE) que foi ainda mais longe nos avisos ao Governo caso este dê ouvidos às exigências da classe. Fernando Correia, do SIPE, disse à rádio Antena 1 que pode-se avançar para "uma greve de zelo por tempo indeterminado - que pode ser de anos". Ou seja, os enfermeiros limitar-se-iam a fazer exclusivamente as tarefas que lhes competem, não ajudando em mais nada.
Além de enfermeiros, o problema dos diferentes vínculos laborais afecta também médicos e técnicos de diagnóstico e terapêutica, o que motivou já a publicação de uma declaração conjunta, subscrita por oito estruturas sindicais de profissionais de saúde, contestando as propostas do ministério.