quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Dívida (IPS) de sangue atinge os 37 milhões


"Os hospitais públicos devem ao Instituto Português do Sangue (IPS) 37 milhões de euros, uma dívida que tem vindo a ser acumulada nos últimos anos – em 2005 o valor não ultrapassava os 12 milhões de euros. O Ministério da Saúde declara que a dívida será paga nos próximos meses, uma vez que já foi efectuado o pagamento de todas as dívidas vencidas e validadas aos fornecedores dos hospitais EPE (Entidades Públicas Empresariais), no valor de 900 milhões de euros.
O alerta para a necessidade do pagamento da dívida dos hospitais ao IPS foi feita ontem pelo presidente daquele organismo público, Gabriel Olim, no decurso da visita do Presidente da República, Cavaco Silva, às instalações do IPS. Cavaco Silva, que descerrou uma lápide alusiva aos 50 anos do IPS, fez-se acompanhar pela primeira-dama, Maria Cavaco Silva, pela ministra da Saúde, Ana Jorge, e pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro.
Gabriel Olim sublinhou que a dívida não interfere com a boa produtividade da instituição, que regista um aumento nas colheitas de sangue. "Os hospitais devem fazer um esforço para saldar a dívida, porque em 2009, ao contrário de anos anteriores, não serão transferidas receitas do Orçamento do Estado. Temos de viver com receitas próprias."
O secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, garantiu ao CM que "a dívida será paga em breve" e que a prioridade do Governo "era o pagamento aos fornecedores externos."
PRODUTOS SANGUÍNEOS MAIS CAROS
Para garantir a sustentabilidade financeira do Instituto Português do Sangue (IPS), dado que este ano não recebe verbas do Orçamento do Estado e que conta apenas com receitas próprias, o Ministério da Saúde actualizou os preços dos produtos de sangue vendidos pelo IPS a todos os hospitais dos sectores público e privado, uma revisão de preços que não acontecia desde há três anos. O aumento dos preços foi publicado há dias em despacho (nº 282/2009, de 6 de Janeiro) no Diário da República. Ao CM, Adalberto Campos Fernandes, presidente do conselho de administração do Hospital de Santa Maria (Lisboa), admite que o aumento do custo dos produtos de sangue vem pesar no orçamento hospitalar. "A actualização de preços aumenta a nossa despesa nos produtos de sangue que, em 2008, foi de 3,3 milhões de euros, mas logicamente não vamos deixar de os comprar." (Correio da Manhã)

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