quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Governo corta horas extraordinárias na Saúde

Foi publicado em Diário da República o decreto-lei que corta as horas extraordinárias e que proíbe a acumulação de pensões e salários na área da Saúde.
O decreto, que entra em vigor no início de Janeiro de 2011, impõe uma «redução do valor das ajudas de custo e do subsídio de transporte para os trabalhadores que exercem funções públicas», e «da despesa com as horas extraordinárias, através do alargamento do âmbito de aplicação do regime geral previsto no regime do contrato de trabalho em funções públicas».

A «possibilidade de acumulação de vencimentos públicos com pensões e reformas» fica proibida e são alteradas «as regras relativas à atribuição de prestações familiares».

Para além disso, o decreto dita também um corte no número de membros dos conselhos de administração dos hospitais empresa.

A Estrutura de Missão Parcerias.Saúde (EMPS) vai ser extinta, transferindo as suas competências para a Administração Central do Sistema de Saúde.

O decreto surge justificado com a necessidade de cortar custos «para além das medidas de redução da despesa e de aumento da receita apresentadas na proposta de lei do Orçamento do Estado para 2011». Uma necessidade que decorre do «actual contexto económico internacional, marcado pela necessidade de forte contenção dos défices públicos e pela tomada de medidas de austeridade por parte de vários países da União Europeia».

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ministério reduz conselhos de administração nos EPE

O Ministério da Saúde reduziu a composição dos conselhos de administração dos hospitais com gestão empresarial (EPE) e extinguiu a estrutura de missão Parceria.Saúde para reduzir despesas no sector, segundo um despacho publicado hoje em Diário da República.

Com este decreto-lei, o conselho de administração (CA) de cada hospital EPE passa a ter, além do presidente, no máximo quatro elementos - sendo um deles, obrigatoriamente, o diretor clínico e outro o enfermeiro/diretor, em vez dos cinco atuais.

Pode ainda integrar o conselho de administração um vogal não executivo a nomear por despacho conjunto dos ministros das Finanças e da Saúde, sob proposta dos municípios da área abrangida diretamente pelo hospital EPE, mas que não pode ser remunerado. Lusa

domingo, 26 de dezembro de 2010

ADSE sem dinheiro para pagar a dentistas, diz jornal

Os dentistas têm milhares de euros por receber relativos a tratamentos no âmbito de acordos com o sistema de saúde da Função Pública (ADSE), noticia esta sexta-feira o Jornal de Notícias.
Os últimos pagamentos, segundo o jornal, foram feitos em Setembro e são relativos a Maio, já que a ADSE reembolsa os prestadores a 90 dias.

Alzheimer pode ser detetado anos antes dos primeiros sintomas

Investigadores britânicos anunciaram que encontraram forma de detetar o Alzheimer anos antes de os primeiros sintomas surgirem, através de uma punção lombar combinada com um exame que deteta a contração do cérebro.
Segundo o website da televisão pública britânica BBC, os cientistas acreditam que estes exames combinados podem identificar pacientes com sinais de demência precoce, podendo administrar, mais cedo, medicamentos para retardar ou parar a doença.
Os investigadores do Instituto de Neurologia da Universidade de Londres (College University) acreditam que assim podem detetar a forma mais comum de demência - a doença de Alzheimer - na sua fase inicial, vários anos antes de os primeiros sintomas aparecerem. Lusa

Português descobre tratamento disfunção eréctil em diabéticos

Um investigador da Universidade do Porto descobriu uma nova forma de tratar a disfunção eréctil nos doentes diabéticos ao identificar uma nova via de relaxamento das artérias do pénis.
«Esta nova via de relaxamento pode complementar as terapêuticas já existentes, nomeadamente no grupo dos doentes diabéticos e cardiovasculares, pois são os que apresentam maiores dificuldades no relaxamento das artérias do pénis», refere o investigador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), La Fuente de Carvalho, em comunicado.
A descoberta deste médico urologista, cujo estudo foi distinguido pela Sociedade Europeia de Medicina Sexual, envolve o recurso a sulfídrico de hidrogénio no relaxamento das artérias do pénis.
Concluiu-se que esta molécula dilata as artérias penianas e, desta forma, melhora a erecção.
Apesar dos medicamentos orais que já existem no mercado, «há doentes, como por exemplo alguns diabéticos, que não obtêm níveis de eficácia porque não conseguem que as artérias dilatem o suficiente para permitir a entrada de um maior fluxo de sangue», explica La Fuente de Carvalho.
Por esse motivo, os resultados agora alcançados neste estudo podem vir a melhorar a dinâmica de erecção e, consequentemente, levar à criação de novos fármacos.
Em Portugal, quase 13 por cento da população masculina é afectada pela disfunção eréctil, estimando-se que a sua prevalência nos doentes diabéticos atinja os 60 por cento. Lusa

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Resultados dos hospitais EPE pioram 30% para -275 M€

Os resultados líquidos do conjunto de hospitais com gestão empresarial (EPE) agravaram-se 29,3 por cento em setembro deste ano, passando de -212 milhões para -275 milhões, de acordo com a execução económico-financeira do SNS.
Os dados, divulgados na página da Administração Central do Sistema de Saúde, mostram que o resultado operacional dos hospitais EPE passou de -213,1 milhões de euros, em setembro de 2009, para -278,7, no mesmo mês deste ano, o que representa um agravamento dos prejuízos que ultrapassa os 30 por cento.
Olhando para os resultados líquidos, o panorama é semelhante, com um deterioração de 29,3 por cento, ao passar de -212,9 para -275,2 milhões de euros, de setembro de 2009 a setembro deste ano.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Governo rejeita fazer contas à duração da descida de 6% nos fármacos

O Ministério da Saúde aconselha os utentes a não começaram já a fazer contas ao preço dos medicamentos porque a única certeza é que a partir de hoje há redução de seis por cento.

A partir de hoje, e depois de vários adiamentos, as farmácias começam a vender os medicamentos comparticipados com uma redução no preço de seis por cento, como tinha sido definido pelo Ministério da Saúde.
Um cenário que pode mudar já em Janeiro com a actualização do preço de referência dos fármacos. Porém, o ministério avisa desde já os utentes que não se pode afirmar com rigor que esta redução vá durar apenas 15 dias.
«Não é líquido dizer-se que vai haver algum aumento de preço a pagar pelos cidadãos porque tudo depende da evolução do preço dos medicamentos no mercado e da situação do preço de referência. Nós próprios, no Ministério da Saúde, ainda estamos a elaborar essas contas», justificou o secretário de Estado da Saúde, Óscar Gaspar
Certo, neste momento, é que a partir desta quarta-feira a redução vai ser aplicada em todas as farmácias, deixando de ser vendidas as embalagens com o preço antigo.
«O Infarmed deve ter conhecimento de todos os casos em que haja ruptura de stocks, mas até ao momento não tenho conhecimento de nenhuma situação anómala», garantiu
O secretário de Estado da Saúde acrescentou, a estes esclarecimentos, a informação de que serão aplicadas multas para os utentes que não pagarem as taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma nova regra que entra em vigor a partir de Janeiro.
«O que está no Orçamento do Estado é que o pagamento tem que ser cinco vezes o valor inicial da notificação, no mínimo 100 euros. Portanto, se a taxa moderadora fosse por exemplo de 50 euros, seriam 250 euros», explicou Óscar Gaspar. LUSA

Médicos: 2ª volta entre Isabel Caixeiro e José Manuel Silva

Isabel Caixeiro e José Manuel Silva vão disputar, a 19 de janeiro, a segunda volta nas eleições para Bastonário da Ordem dos Médicos, anunciou a instituição no seu portal.
Segundo o portal, citando resultados preliminares, «verificaram-se percentagens de votação próximas entre os dois candidatos», no escrutínio realizado na quarta-feira.
Já com resultados apurados, Miguel Guimarães, que liderava a única lista concorrente, ganhou a eleição para a secção regional do Norte da Ordem dos Médicos.

Aprovada prescrição por princípio ativo e preços nas embalagens


A Assembleia da República aprovou um projeto de lei do BE que restabelece a obrigatoriedade de os preços dos medicamentos estarem impressos nas embalagens e outro do PSD para generalizar a prescrição de fármacos no SNS pelo princípio ativo.
Estes dois diplomas serão agora discutidos na especialidade, a nível de comissão parlamentar.
O projeto do Bloco de Esquerda (BE) foi aprovado com os votos de todos os partidos da oposição (PSD, CDS-PP, PCP e BE), tendo os deputados do PS votado contra. Quanto ao diploma do PSD, foi aprovado com os votos do PSD e do CDS e a abstenção dos restantes deputados. LUSA

sábado, 4 de dezembro de 2010

INEM alerta para cuidados a ter durante as vagas de frio

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) alertou hoje a população para os cuidados a ter com o frio, em especial quando forem utilizadas lareiras e aquecedores, que podem propiciar risco de incêndio e intoxicação.

Nos últimos dias Portugal continental tem registados temperaturas baixas, com alguns distritos a enfrentarem valores negativos, situação que se deverá manter nos próximos dias, de acordo com o Instituto de Meteorologia.

Em comunicado, o INEM aconselha, principalmente os idosos e crianças, tidos como a grupos mais vulneráveis, para se manterem «quentes» e «seguros», alertando, contudo, para os principais problemas relacionados com o frio.

Finanças: «Não foi concedida excepção aos hospitais EPE»

O Ministério das Finanças considerou hoje que não há qualquer regime de exceção no despacho que isenta os hospitais de reduzirem os custos operacionais em 15 por cento, argumentando que os cortes na Saúde já estavam a ser feitos.
"Não foi concedida qualquer exceção aos hospitais EPE [Entidades Públicas Empresariais] no âmbito do programa de redução de custos e aumento de eficiência operacional", argumenta uma nota divulgada ao princípio da tarde pelas Finanças, que argumenta que, como "decorre já uma redução de 6,4 por cento, em virtude das medidas já identificadas (cuidados de saúde primários, cuidados hospitalares, programas verticais e serviços centrais do Ministério da Saúde), verifica-se, assim, que para o objetivo de 15 por cento, uma parte significativa (6,4 por cento), corresponde a medidas já identificadas para a sua prossecução".

De acordo com o jornal Público de hoje, o despacho conjunto das secretarias de Estado das Finanças e da Saúde que desobriga os hospitais de reduzirem os custos operacionais em 15 por cento acontece depois de os administradores hospitalares terem mostrado que não é possível baixar a despesa neste montante sem afetar a qualidade dos serviços de saúde.

Na nota enviada à imprensa, as Finanças concedem que "a redução pretendida em matéria de custos operacionais e o consequente aumento da eficiência não deverão pôr em causa o nível de serviços de saúde prestados aos cidadãos", mas insistem no corte geral de 15 por cento nos gastos, sendo que a diferença é que, para este montante, contam os esforços já feitos, que representam 6,4 por cento, de acordo com o Executivo.

"A estas medidas acrescerão as demais a propor pelos hospitais EPE nos prazos definidos, incidentes, designadamente, sobre salários e fornecimentos e serviços externos (FSE), tendo em vista o objetivo de 15 por cento, no quadro da respetiva monitorização e calendário de implementação a definir em articulação com o Ministério da Saúde".

Para as Finanças, é imperativo o cumprimento do diploma que diz que "a redução da massa salarial e os FSE deverão variar, respetivamente, em linha com a redução preconizada para a Administração Pública e com os objetivos globais de redução de custos operacionais do Sector Empresarial do Estado".

Dadas as novas regras, o despacho prorrogou o prazo de entrega dos planos de cortes na despesa dos hospitais até 17 de dezembro.

sábado, 27 de novembro de 2010

Nova Pós Gradução no ISLA

Pós-graduação de Especialização em Instrumentação Cirúrgica;
Pós-graduação de Especialização em Enfermagem de Cuidados intensivos;
Pós-graduação de Especialização em Enfermagem de Anestesia e Emergência;
Pós-graduação de Especialização em Tomografia Computorizada e Ressonância Magnética;



sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Greve geral: Enfermeiros com adesão de 70% no turno da tarde

A adesão dos enfermeiros à greve geral de hoje (24 de novembro) atingiu os 70 por cento a nível nacional no turno da tarde, entre as 16:00 e as 24:00, avançou à agência Lusa o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
A presidente do sindicato, Guadalupe Simões, indicou que se registou uma paralisação dos enfermeiros de 100 por cento no hospital de Tondela, enquanto na maioria da unidades hospitalares do país a adesão à greve rondou entre os 80 e os 98 por cento.
No turno das 08:00 às 16:00 o sindicato aponta uma adesão de 75 por cento.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Greve: Hospitais asseguram serviços como se fosse feriado

Os hospitais deverão funcionar na quarta-feira, dia de greve geral, como se de um fim-de-semana ou feriado se tratasse, com serviços mínimos que asseguram apenas as situações de urgência, segundo os administradores hospitalares.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação dos Administradores Hospitalares explicou que os serviços mínimos são uma determinação legal, sendo da responsabilidade da entidade patronal e dos sindicatos negociarem os números mínimos para o atendimento urgente.
«Os serviços mínimos nos hospitais são equivalentes normalmente àquilo que é uma escala de urgência num domingo ou num feriado», sintetizou Pedro Lopes.
Assim, os hospitais terão sempre os quadros mínimos para atender casos de maior gravidade e até, se necessário, usar o bloco operatório. Contudo, as consultas e cirurgias marcadas deverão ser adiadas.
As escalas dos serviços mínimos são negociadas entre cada administração hospitalar e os respectivos representantes sindicais.
À greve geral de quarta-feira decretada conjuntamente pela CGTP e UGT aderiram o Sindicato Independente dos Médicos, a Federação Nacional dos Médicos e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.

APROVADO AUMENTO DE COTAS

Foi aprovado na Assembleia Geral (AG) Extraordinária da Ordem dos Enfermeiros o aumento das quotas . Um acréscimo mensal de 2,52 euros (doravante será de 10 euros mensais (faseado): + 52 cêntimos em 2011, + 50 cêntimos em 2012, + 50 cêntimos em 2013 e + 1 euro em 2014). DE

domingo, 21 de novembro de 2010

Papa Bento XVI admite utilização do preservativo

Pela primeira vez um Papa, Bento XVI, admitiu a utilização «em certos casos» do preservativo «para reduzir os riscos de contaminação» do vírus da SIDA.
Segundo um livro de entrevistas que será publicado na terça-feira, citado pela agência de notícia France Presse, à questão «A Igreja Católica não é fundamentalmente contra a utilização de preservativos?», o líder da Igreja Católica respondeu: «Em alguns casos, quando a intenção é de reduzir o risco de contaminação, isso poderá ser um primeiro passo para preparar o caminho para uma sexualidade mais humana».


No livro intitulado «Luz do Mundo», feito com um jornalista alemão, e que aborda temas como a pedofilia, o celibato dos padres, a ordenação das mulheres e a relação com o Islão, entre outros, Bento XVI cita o exemplo do «homem prostituto» para ilustrar as suas palavras.


«Pode haver casos isolados, como quando um homem prostituto utiliza um preservativo. Isso pode ser um primeiro passo para uma moralização, o início da tomada de consciência de que nem tudo é permitido e de que não podemos fazer tudo o que queremos», afirmou o Papa. «Mas este não é o caminho para se vencer a infeção do HIV. Isso deve ocorrer na humanização da sexualidade», acrescentou.


Até agora, o Vaticano bania todas as formas de contracepção, além da abstinência, mesmo como prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

SNS: Correia de Campos desvaloriza estimativas de desperdício

O ex-ministro da Saúde, Correia de Campos, desvalorizou hoje as auditorias que apontaram para «um desperdício de 25 a 30 por cento no Serviço Nacional de Saúde (SNS)» em Portugal, considerando que esses números «não estão comprovados».

Ao intervir hoje, em Viseu, num fórum promovido pela concelhia do PS, Correia de Campos referiu que «diz-se que o SNS desperdiça muito dinheiro e há sempre uma auditoria do Tribunal de Contas» que estima o desperdício entre 25 a 30 por cento.

«Esses números não valem rigorosamente nada. Não estão comprovados», frisou.

sábado, 20 de novembro de 2010

Enfermeiras parteiras querem poder receitar medicamentos

As enfermeiras parteiras portuguesas vão exigir que a Ordem dos Enfermeiros contemple a autonomia destas profissionais especializadas para prescreverem medicamentos e exames na área da vigilância pré-natal e pós-parto em casos de gravidez considerada normal.
Dolores Sardo, da Associação de Enfermeiros Obstetras, disse à Lusa que estes profissionais especializados querem «assumir na plenitude a vigilância pré-natal, pois vêem relegado para segundo plano este conhecimento, sendo as mulheres vigiadas por enfermeiros e médicos de família, pessoas sem formação específica nesta área».

«Quando falamos de prescrição, não queremos ser médicos, mas enfermeiros especialistas que, à semelhança de outros colegas de países europeus, têm autonomia para prescrever determinados medicamentos, exames, protocolos de ecografias e drogas protocoladas, necessários à vigilância da gravidez normal, sem patologia».

A enfermeira refere que já foram feitas «diligências para chamar a atenção da bastonária da Ordem dos Enfermeiros e do colégio da especialidade para pôr em pleno esta área de actividade, que está contemplada na directiva europeia como função autónoma da parteira».

Esta reivindicação é um dos temas da 3.ª Conferência das Parteiras Europeias, que decorre até sábado no Funchal, com a participação de cerca de uma centena destes profissionais de saúde de 23 países.

Bastonário da OM defende reorganização dos hospitais

O bastonário da Ordem dos Médicos considerou hoje que o relatório do Tribunal de Contas, que aponta falhas na gestão dos hospitais públicos, mostra que os serviços hospitalares devem ser “reorganizados para tratar doentes” e “não para dar lucro”.
“Deve-se reorganizar o sistema para aquilo que existe, que é tratar dos doentes. Os hospitais são organizações para tratar de doentes e não para dar lucro”, sublinhou Pedro Nunes.

O bastonário da Ordem dos Médicos reagia às conclusões do relatório do Tribunal de Contas, que enumera as falhas detetadas na gestão dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente o facto da contratação externa de serviços médicos ter provocado um aumento na despesa na ordem dos 25,7 por cento, em 2008, assim como uma “gestão pouco criteriosa dos dinheiros públicos” ou os excessos no recurso aos ajustes diretos.

“Dever-se-iam pedir explicações aos administradores dos hospitais que lá foram colocados há seis anos, estes é que devem comentar o relatório”, disse ainda Pedro Nunes, sublinhando que as conclusões referenciadas no documento comprovam o que a Ordem dos Médicos tinha já referido na altura: “Que esta tática na gestão dos hospitais não iria trazer nada de bom”.

Em declarações à Lusa, o bastonário da Ordem dos Médicos questionou ainda “se não será melhor deixar os hospitais a cargo dos médicos”, defendendo a reposição nos serviços hospitalares da “hierarquia de competências”, com “os médicos a serem as figuras centrais”, “a serem avaliados pelos seis pares” e, acima de tudo, “a serem responsabilizados”.

“Está na altura de se refletir sobre se a reforma de Correia de Campos foi uma boa reforma”, declarou Pedro Nunes, referindo-se ao antecessor de Ana Jorge na tutela do Ministério da Saúde.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Nova Tabela Remuneratória para a Enfermagem publicada

NATO: Três hospitais de referência para tratar enviados

Os hospitais Santa Maria, São José e São Francisco Xavier, em Lisboa, são as unidades de referência para receber participantes da cimeira da NATO, incluindo chefes de Estado e Governo, tendo já elaborado planos para responder a eventuais ocorrências.
No caso de ser necessário, o hospital de Santa Maria está referenciado para acolher presidentes, primeiros-ministros e ministros que participam na cimeira, que decorre na sexta-feira e no sábado em Lisboa, disse à agência Lusa fonte do sector.
O hospital São Francisco Xavier será a instituição de referência para acolher outros participantes na cimeira, enquanto o de São José está preparado para responder aos manifestantes.
A mesma fonte sublinhou que estes hospitais foram escolhidos por terem serviços de urgência em todas as valências.
As instituições têm vindo a preparar-se para uma eventual necessidade de serviços hospitalares durante a cimeira, tendo já definido medidas como a criação de corredores de circulação.
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) é a entidade responsável pela coordenação da assistência pré-hospitalar, evacuação de doentes e ligação entre hospitais.
Este organismo conta com um dispositivo que envolve equipas de saúde, como médicos, enfermeiros e tripulantes de ambulância de emergência, bem como técnicos de telecomunicações e logística, num total de 102 pessoas.
Estas equipas – que têm a capacidade de prestar cuidados de Suporte Avançado de Vida (SAV) – contam ainda com 42 viaturas, entre ambulâncias, carros de apoio e uma Viatura de Intervenção em Catástrofe.
A função do INEM será a de “assegurar a assistência médica pré-hospitalar aos participantes, comitivas e também ao centro de imprensa que vai funcionar no âmbito da cimeira”.
Lusa

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Ana Jorge: Hospitais mantêm produtividade apesar dos cortes

A ministra da Saúde, Ana Jorge, disse este sábado, em Aveiro, que acredita que os hospitais vão ser capazes de manter a produtividade, apesar dos cortes previstos no Orçamento do Estado (OE) para 2011.
«Não há razão para que a redução do valor atribuído a cada uma das instituições de saúde tenha um impacto direto na produção, isto é, no número de consultas», disse Ana Jorge, em declarações à margem da sessão de abertura do IV Fórum Nacional da Diabetes.

A ministra da Saúde defende que os administradores hospitalares têm de «aumentar a eficiência» com o valor que têm disponível. «Isso significa gerir bem o valor que têm, mantendo a produtividade. É isso que é exigido aos bons gestores», explicou a responsável, acrescentando estar convencida que as administrações «vão ser capazes» de fazer isso.

Questionada sobre o facto de os hospitais não terem feito, até agora, mais com menos dinheiro, Ana Jorge disse que se vai «aproveitar os períodos de crise para os tornar em oportunidade». «Talvez seja bom que o facto de termos pouco e termos este problema da crise e termos de reduzir o défice sirva para introduzir medidas de gestão que muitas vezes são mais difíceis de fazer», adiantou a governante.

Ana Jorge realçou ainda que é preciso que todos os profissionais e cidadãos em geral tenham consciência que «o problema é sério» e que «é gerir bem e utilizando bem os serviços de saúde» que se pode contribuir para se ter «saúde para todos».
Lusa

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Hospitais EPE: Ana Jorge justifica reforço do fundo do SNS

A ministra da Saúde justificou hoje o reforço do fundo para pagamento de dívidas do Serviço Nacional de Saúde com a necessidade de os hospitais resgatarem verbas que lá depositaram.
“O reforço do fundo vai permitir a alguns hospitais resgatarem o que puseram do seu capital social, quando necessitam de ter as obras de remodelação e de investimento. Por outro lado permite também que alguns hospitais possam pedir ao fundo empréstimos para poderem pagar as suas dívidas”, explicou.
Fonte da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) revelou na quarta-feira à agência Lusa que o fundo foi recentemente reforçado com 50 milhões.
Criado há dois anos pelo então ministro Correia de Campos, este fundo reuniu inicialmente 800 milhões de euros para pagamentos das dívidas dos hospitais Entidades Públicas Empresariais (EPE).
Estes 800 milhões de euros resultaram dos 200 milhões do fundo de apoio ao sistema de pagamentos do Serviço Nacional de Saúde, que em 2006 foi criado para o pagamento das dívidas às farmácias, e de verbas disponíveis no capital estatutário dos hospitais EPE.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

PEDIDO DE DIVULGAÇÃO AOS ENFERMEIROS - Congresso APER 2010 Madeira


CONGRESSO NACIONAL DE ENFERMAGEM DE REABILITAÇÃO

«Acrescentamos qualidade de vida» APER - MADEIRA

2010 - 2, 3 e 4 de Dezembro

Santa Cruz

Madeira Hotel Vila Galé


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Doentes poderão ser tratados em qualquer serviço saúde UE

A possibilidade de um doente se poder tratar em qualquer país da União Europeia poderá ser uma realidade já no próximo ano, anunciou hoje o comissário europeu da saúde, John Dalli.
Embora a grande maioria dos doentes continue a recorrer a cuidados de saúde existentes no seu próprio país, por vezes os melhores cuidados médicos são ministrados no estrangeiro.
Durante um almoço em Lisboa, Jonh Dalli lembrou a existência de cuidados altamente especializados num outro país e o caso das regiões transfronteiriças em que o estabelecimento de cuidados de saúde mais próximo se encontra noutro país vizinho.
A comissão está a tentar “regular para facilitar a mobilidade dos pacientes” e clarificar as possibilidades de procura de cuidados de saúde, disse o comissário Europeu da Saúde e da Defesa do Consumidor, durante um almoço com jornalistas que decorreu hoje no Centro Jean Monet.
Jonh Dalli reconheceu que gostaria de dizer que esta é uma realidade possível "já amanhã", mas acredita que "será possível já no próximo ano”.
Lembrando que “as pessoas não gostam de andar de uns países para os outros, principalmente quando estão doentes”, o comissário recordou ainda uma outra medida da comissão que poderá melhorar os serviços de saúde europeus: o "e-health".
Sem grandes gastos financeiros, a telemedicina iria permitir melhores cuidados sem a necessidade “de as pessoas se deslocarem”, acrescentou o responsável, lembrando que o maior obstáculo ao serviço de “e-saude” é a “incompatibilidade dos diferentes sistemas” existentes nos serviços de saúde da Europa.
A divulgação de tecnologias médicas inovadoras, além da prestação de cuidados seguros aos doentes em todos os Estados-Membros, é outra das medidas na calha.
Jonh Dalli lembrou que está a ser estudado um sistema que avalie e compare as novas descobertas na área da saúde para tentar perceber se são realmente melhores que as já existentes e se existe um real benefício.
“A grande questão é perceber quem é que ficará responsável por essa avaliação, quem é que toma a decisão científica sobre se é melhor ou não e se é economicamente vantajoso”, explicou.

Proposta de aumento de quotização da Ordem dos Enfermeiros

Foi enviado pela Ordem dos Enfermeiros juntamente com o impresso para o pagamento das quota mensal de Novembro, uma convocatória para reunião extraordinária da assembleia geral a 20 de Novembro corrente, em que o ponto nº 1 é a proposta para aumento de quotização mensal de 7,48 euros para 10 euros.
A presença de cada um é fundamental para se aprovar ou reprovar esta proposta.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Desfibrilhadores em espaços públicos quadruplicaram num mês

O novo presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) colocou o Programa de Desfribrilhação Automática Externa (DAE) no topo das suas prioridades e, desde que tomou posse, o número destes aparelhos disponíveis em espaços públicos mais do que quadruplicou. Ainda assim, os desfribrilhadores ainda não chegaram aos aeroportos.
«Há uma curva de aprendizagem que está a jogar a favor de todos, para que encurte o tempo», afirmou Miguel Soares de Oliveira, dando importância ao seu antecessor. «Além disso, há também dentro da própria equipa de coordenação a imposição passada por este novo conselho directivo do INEM de que isto é uma prioridade, portanto todas as outras tarefas devem ficar para segundo plano», explicou.
O programa está numa «situação muito positiva», segundo o responsável, em declarações à TSF, destacando a presença dos DAE em todas as viaturas do INEM. Quanto à cobertura nas viaturas dos bombeiros e Cruz Vermelha, parceiros do INEM, a situação será resolvida. Até ao final do ano, 38 corporações estarão abrangidas pelo programa, disse Soares de Oliveira.

Ordem critica tutela nas reformas antecipadas dos médicos

A Ordem dos Médicos (OM) acusou hoje o Ministério da Saúde de faltar ao respeito aos médicos que depois de pedirem a reforma antecipada voltam agora ao serviço e a quem a tutela obriga a optar pelo vencimento ou pelo valor da reforma.
"Em termos de função da Ordem dos Médicos não coloca problema, agora é uma falta de respeito pelos colegas que estão disponíveis para continuar a dar o seu contributo para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) havendo falta de médicos", criticou Isabel Caixeiro, presidente do Conselho Regional do Sul da OM.
Hoje, a ministra da Saúde garantiu que os médicos reformados que voltem a trabalhar no SNS vão continuar a acumular a reforma e o salário, situação que não é alargada aos médicos com reforma antecipada e a quem é exigido que escolham entre receber o vencimento ou o valor da reforma.
Em declarações à Agência Lusa, Isabel Caixeiro sublinhou que estes médicos só voltaram a trabalhar no SNS por haver "necessidade de manter os serviços a funcionar e de manter a capacidade de formação dos serviços".
"Para receber a reforma, fiz os meus descontos, trabalhei a vida toda e por isso é um direito que me assiste. O que eu faço agora do meu tempo livre e se eu quiser ocupar esse tempo a continuar a dar o meu tempo e o meu conhecimento e a minha experiência ao Serviço Nacional de Saúde, acho que deve ser adequadamente remunerado, ainda por cima porque faço falta", sublinhou Isabel Caixeiro.

80 médicos aposentados pediram para regressar ao SNS

O Ministério da Saúde (MS) anunciou hoje que recebeu cerca de 80 pedidos de médicos aposentados antecipadamente e por reforma normal para regressarem ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Numa nota, o Ministério da Saúde (MS) adianta que "40 processos estão já devidamente instruídos e outros 40, recebidos nas últimas semanas, estão a aguardar instrução".
"Até hoje foram rececionados no Ministério da Saúde cerca de 80 pedidos de regresso ao SNS de médicos aposentados (antecipadamente e por aposentação normal)", acrescenta.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Médicos reformados vão poder acumular salário e pensão

Numa altura em que o Governo aprovou já em Conselho de Ministros a proibição de acumulação do salário com a reforma, a TSF avança que os médicos reformados que aceitem voltar a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde (SNS) vão ser autorizados a adoptar esta solução, embora apenas no caso de não terem pedido a antecipação da pensão.
Esta medida de carácter excepcional acaba por permitir aos médicos escapar à proibição de acumulação de salários e reformas, e que abrangerá inclusivamente o próximo Presidente da República.

Em declarações à mesma rádio, a ministra da Saúde, Ana Jorge, defendeu já esta situação de excepção, garantindo que tal medida tem como objectivo a manutenção do SNS, «uma grande defesa deste governo».

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Cascais: Mais de dez enfermeiros abandonam hospital

O Sindicato dos Enfermeiros disse hoje que mais de uma dezena enfermeiros abandonaram o Hospital de Cascais desde julho, uma situação que a administração afirma não estar a afectar assistência aos utentes.
De acordo com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) tem havido “muitas queixas” de profissionais do novo Hospital de Cascais e, num espaço de quatro meses, já 14 enfermeiros abandonaram o serviço da nova unidade hospitalar, em funcionamento desde fevereiro.
“As principais queixas estão relacionadas com a sobrecarga de trabalho, sobrecarga de horários e horas extras que não são pagas”, disse hoje à agência Lusa Jorge Rebelo, do SEP, sublinhando que o código do trabalho, para a gestão do Hospital de Cascais, é “uma brincadeira”.
De acordo com o responsável, foi pedida uma reunião ao conselho de administração do Hospital que estava prevista para hoje, mas que acabou por não se concretizar.
“Tínhamos pedido a reunião para 15 de outubro, não puderam. Disseram que hoje nos recebiam e afinal ligaram-nos a dizer que só hoje é que iriam estudar a melhor forma de nos receber, adiando mais uma vez a reunião. É uma vergonha”, criticou o sindicalista.
Confrontado com as acusações, fonte da administração do Hospital de Cascais confirmou à Lusa que “têm saído alguns enfermeiros”, mas, diz que o motivo está relacionado com “alguma inadaptação aos novos modelos organizacionais, ou simplesmente por o desejarem”.
Questionada sobre o facto de a saída de profissionais prejudicar a assistência aos utentes, respondeu que “a qualidade do serviço nunca poderá estar em causa”.
A fonte acrescentou que “o hospital teve algumas situações de funcionários com final de contrato de trabalho a termo nas áreas de enfermagem e auxiliar médico que não foram renovados”.
Sobre as queixas apresentadas ao SEP, disse que “as horas extras estão a ser pagas de acordo com a lei”.
Além disso, a fonte esclareceu que não cabe ao Hospital, cuja gestão é privada, pronunciar-se sobre as saídas, por não ser a entidade patronal desses funcionários que pertencem ao quadro da função pública.
Para já não estão previstas novas contratações, embora admita “ajustamentos no futuro, dependendo da evolução do hospital e das necessidades de pessoal”. LUSA

ADSE e ANF em conflito

A ministra da Saúde disse hoje que a questão do pagamento das facturas dos medicamentos dispensados a doentes do subsistema dos funcionários públicos é um problema entre a ADSE e as farmácias, mas lamentou pelos beneficiários.
“Penso que é um problema entre a ADSE e a Associação Nacional de Farmácias (ANF). A ADSE é gerida pelo Ministério das Finanças, portanto, quando muito, eu posso lamentar em relação aos doentes e às pessoas beneficiárias da ADSE, mas não queria fazer mais nenhum comentário sobre isso”, afirmou Ana Jorge aos jornalistas à margem de uma convenção sobre saúde mental em Lisboa.
Na quinta feira a ANF acusou a ADSE de “abuso de poder” ao recusar receber a faturação relativa à dispensa de medicamentos a crédito aos seus beneficiários no mês de setembro, num valor superior a 18 milhões de euros.
Se o problema não for resolvido até ao dia 10 de novembro, “as farmácias concluirão que a ADSE quer retirar o benefício da dispensa de medicamentos a crédito aos seus beneficiários, pelo que, a partir do dia 11 de novembro, terão de pagar integralmente nas farmácias o preço dos medicamentos”, adiantou a ANF em comunicado.

Novo Hospital de Viseu

O Grupo Visabeira e a HPP Saúde anunciaram hoje que vão construir um hospital privado em Viseu que «deverá entrar em funcionamento em janeiro de 2012» e cujo investimento «rondará os 40 milhões de euros».
De acordo com o presidente do conselho de administração da HPP Saúde, José Miguel Boquinhas, o novo HPP Hospital de Viseu vem trazer sobretudo complementaridade ao setor público e privado já existente.
«Vai trazer uma melhor assistência à população, sobretudo na preocupação com a qualidade», acrescentou. Lusa

Ordem dos Enfermeiros espera reunião positiva com INEM

A Ordem dos Enfermeiros espera que a nova direcção do INEM lhe dê o “espaço necessário” para que possa participar na procura das melhores soluções na área pré-hospitalar.
Segundo disse à agência Lusa a bastonária dos enfermeiros, Maria Augusta Sousa, a Ordem espera encontrar uma direcção preocupada com as grandes questões que se colocam na área de apoio pré-hospitalar, “um sistema vital para os cidadãos”.
A Ordem dos Enfermeiros vai reunir-se hoje com o novo Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), presidido pelo médico Miguel Soares de Oliveira.
Maria Augusta Sousa criticou a actuação da antiga direcção do INEM, referindo que esta era “inoperacional” e que “definiu orientações inaceitáveis quanto à responsabilidade profissional de cada um na área da emergência pré-hospitalar”.
Um dos aspectos cruciais que a Ordem pretende abordar na reunião que se realiza hoje, pedida pelo próprio INEM, é a circular sobre transmissão de dados dos pacientes a profissionais que não são da área da saúde.
“Um dos assuntos que queremos ver abordado é uma circular absolutamente absurda sobre a transmissão de dados clínicos que podem ser passados a trabalhadores que não têm qualquer formação, como funcionários de telecomunicações”, disse Maria Augusta Sousa à Lusa, desejando que a directiva será anulada.
Quanto ao plano estratégico dos recursos humanos de emergência pré-hospitalar, recentemente aprovado pelo Ministério da Saúde, a Ordem considera que este deve ser enquadrado numa vertente global e que “é necessário repensar toda a sua reorganização”.
“Partimos para a reunião sempre com o princípio de confiança para encontrar espaço de forma a melhorar as soluções na área pré-hospitalar”, disse ainda a bastonária. LUSA

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

UPorto descobre marcador específico do cancro gástrico

Uma equipa de investigadores da Universidade do Porto (UPorto) identificou um novo marcador da superfície das células tumorais gástricas que abre portas ao desenvolvimento de novas terapias com base em nanopartículas.
Publicada na revista Laboratory Investigation (grupo Nature), a descoberta tem por base uma proteína variante de uma proteína normal que se encontra na superfície de todas as células, a «CD44».
Funcionado como «um receptor de superfície e como ponto de ancoragem para substâncias que, concebidas para o efeito, se ligam de forma específica e eficaz às células», a CD44 é «desde há muito um potencial alvo para aplicação de terapias».
«Uma boa estratégia de diagnóstico ou de terapia é aquela que permite distinguir, com grande acuidade, uma célula que queremos atingir, da outra que não queremos afectar», explicou Pedro Granja, investigador do Instituto de Engenharia Biomédica da UPorto (INEB) e coordenador do projecto.
O puzzle é resolvido com base no trabalho agora divulgado por Cristiana Branco da Cunha, primeira autora da publicação e colaboradores.
A CD44 está na superfície de todas as células embora sofra modificações de célula para célula, permitindo distinções subtis. «O que identificamos neste trabalho são as formas variantes que a CD44 apresenta nas células tumorais gástricas e que as distingue das células que as rodeiam, ou seja, as células gástricas normais de suporte», apontou Raquel Seruca, investigadora do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da UPorto.
A identificação deste marcador específico vai permitir elaborar não só métodos de diagnóstico de um subgrupo de cancros de estômago (ainda sem métodos de diagnóstico eficazes) como também desenvolver «terapias específicas, com o objectivo último de não atingir as células normais e assim minimizar efeitos secundários das terapêuticas», segundo a universidade.
Segundo o coordenador do projecto, «num futuro próximo será possível desenvolver terapias para cancro sem os efeitos colaterais» das que temos agora, explicou Pedro Granja.
Os produtos químicos (quimioterapia) actualmente utilizados não distinguem especificamente as diferentes células que constituem o tumor, acarretando diversos efeitos secundários indesejáveis que o doente com cancro bem conhece. «Se conseguirmos guardar as drogas terapêuticas em minúsculas caixinhas e colocarmos nelas um destinatário, poderemos libertar no organismo essas drogas com a garantia que elas irão bater apenas nas portas correctas, ou seja, nas células que queremos atingir», sublinhou ainda Granja. «Mas para isso é necessário conhecer muito bem quais são as marcas das células a atingir para que não incomodemos as vizinhas».

OM considera «um absurdo» legislação sobre prescrição

A Ordem dos Médicos (OM) considerou hoje «um absurdo, um erro» a recente legislação sobre prescrição do medicamento, pelas consequências na saúde pública e por distinguir os que têm e não têm dinheiro para os pagar.
Em conferência de imprensa, em Coimbra, o Conselho Nacional Executivo da OM, afirmou que «por dever de verdade» não podia deixar de expressar «a maior preocupação sobre as consequências em termos de saúde, económicas e pela inaceitável discriminação dos portugueses mais desfavorecidos».
«Em termos económicos, esta medida transfere para os comerciantes de medicamentos e seus exclusivos interesses a decisão sobre o que em cada momento os portugueses irão tomar», sublinhou. LUSA

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Taxas moderadoras: Multas só após definida forma pagamento


A ministra da Saúde garantiu hoje que as coimas para quem não pagar as taxas moderadoras, no valor mínimo de 100 euros, só entram em vigor quando estiver definida a forma de pagamento.
A medida está incluída no Orçamento do Estado para 2011 e define que quem não pagar as taxas moderadoras nos hospitais ou nos centros de saúde pode ser multado com uma coima que pode ser cinco vezes mais cara do que a atual e que será no mínimo de 100 euros.
À margem da conferência anual do Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, que decorreu hoje no Centro de Congressos do Estoril, a ministra da Saúde confirmou que a medida está incluída no novo Orçamento, mas negou que o valor seja excessivo ou discriminatório, justificando que se «as pessoas cumprirem não pagam multas».
“Vamos agilizar o processo de pagamento e isso só irá assim em prática, com essa obrigatoriedade, quando houver mecanismos de facilitação do pagamento, que é para aliviar essas dificuldades”, garantiu Ana Jorge.

No que diz respeito à descida do valor dos medicamentos em seis por cento, a ministra explicou que esta medida não se aplicou aos medicamentos que baixaram voluntariamente “porque isso significa que eles já têm um preço abaixo daquele que era com menos 6 por cento”.
Os medicamentos com valor abaixo de três euros também não desceram porque “poderia haver o risco de esses medicamentos muito baratos, que são únicos daquelas fórmulas, serem retirados pela própria indústria e os medicamentos de substituição são muito mais caros quer para a população, quer para o Estado”, explicou Ana Jorge.
A ministra esclareceu também que a descida dos preços dos medicamentos não foi adiada e que “o que foi prolongado e não adiado foi o tempo de escoamento dos produtos que têm ainda o preço antigo”.

“Havia o risco que esses produtos fossem todos devolvidos, que não houvesse nas farmácias medicamentos disponíveis ao novo preço. Essa foi a razão por que nós permitimos com caráter muito excecional que houvesse um tempo de escoamento maior do que os oito dias que se tinha dado”, explicou a governante.
Questionada a propósito de novas medidas que simplifiquem a entrada no mercado de novos medicamentos genéricos e que contrariem o bloqueio das farmacêuticas, Ana Jorge disse que está a ser discutida a criação de um Tribunal de Patentes e está a ser preparada legislação que "permita uma avaliação mais facilitada”.
“Aquilo que nós queríamos, obviamente, é que tivéssemos mais moléculas em genéricos. Temos muitos genéricos, mas todos iguais, do mesmo produto, e aquilo que era muito vantajoso para todos os portugueses é que houvesse mais genéricos”, defendeu.

Na quinta feira, dia 14, o presidente da Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos (Apogen) alertou que Portugal estaria a poupar mais de 100 milhões de euros por ano caso já estivessem em comercialização os medicamentos genéricos que se encontram “bloqueados” nos tribunais administrativos, na sequência de ações interpostas pela indústria farmacêutica.

INEM paga em breve dívida aos bombeiros e Cruz Vermelha

O novo presidente do INEM anunciou hoje que vai pagar «nos próximos dias» aos bombeiros e à Cruz Vermelha a dívida de 5,5 milhões de euros pelos serviços de emergência médicos prestados em abril, maio e junho.
«Tendo conhecimento da dívida que existe entre o INEM e os parceiros, que são os bombeiros municipais, bombeiros voluntários e a Cruz Vermelha, foi criada uma equipa de trabalho na Direção dos Transportes para fazer uma verificação manual das milhares de fichas clínicas respetivas a cada saída dos bombeiros», revelou à agência Lusa Miguel Soares de Oliveira.
O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) adiantou que este «processo foi iniciado há meia dúzia de dias e está neste momento pronto para, durante os próximos dias, efetuar o pagamento relativo às fichas clínicas dos meses de abril, maio e junho e, em muito breve prazo, de julho e agosto». LUSA

Ana Jorge: Cesarianas não podem ser «feitas a pedido»

A ministra da Saúde anunciou esta segunda-feira que o Governo pretende lançar «rapidamente» uma campanha de informação que desmistifique as vantagens, ou desvantagens, de uma cesariana, defendendo que este acto cirúrgico «não pode ser feito a pedido».
Segundo Ana Jorge, que falava aos jornalistas no final da apresentação de 10 medidas para reduzir a taxa de cesarianas na região Norte de Portugal, o que se pretende é divulgar junto da população em geral, mas em especial dos mais jovens, que a cesariana deve obedecer a critérios estritamente clínicos.
«Que seja feita uma divulgação e a desmistificação das vantagens ou desvantagens da cesariana», precisou, acrescentando que «a cesariana não pode ser feita a pedido da mulher ou do casal».
A ministra entende que é também preciso esclarecer a população de que é possível ter um parto sem dor, sendo necessário que as maternidades e locais de parto «tenham todos epidural, quando a mulher a quiser».
Ana Jorge defendeu a redução da taxa de cesarianas em Portugal, que é superior a 35 por cento, considerando que algumas das medidas agora apresentadas têm «alguma efectividade».
«Teremos agora, do ponto de vista nacional, de pensar como poderemos estender estas medidas», frisou, considerando que algumas das medidas podem ser aplicadas desde já.
O documento propõe a adopção de medidas de financiamento de hospitais públicos que incorporem uma componente importante indexada à taxa de cesarianas.
A comissão para a redução da taxa de cesarianas da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte lembra que o parto por cesariana implica em média cerca de uma hora de trabalho, enquanto o parto vaginal pode ocupar uma equipa médica por mais de oito horas.
Para a ministra, esta é uma questão que merece «reflexão» quando se sabe que «aquilo que muitas vezes é um parto vaginal que corre bem tem um processo de acompanhamento e uma intervenção que é quase igual do ponto de vista da técnica e dos custos que uma cesariana, ou até menor, porque uma cesariana, quando é marcada a pedido, leva pouco mais de meia hora».
Ana Jorge disse que «as questões financeiras merecem um maior aprofundamento do ponto de vista dos seus princípios» e «terão que ser analisadas em organismos que fazem este estudo para o Ministério».
De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, a cesariana tem uma taxa de mortalidade materna entre cinco a sete vezes superior ao parto normal e tem um risco de internamento em cuidados intensivos duas vezes maior.
Também para o bebé o risco de morte é superior no parto por cesariana, com indicadores de 1,77 mortes por cada mil recém-nascidos, contra 0,6 mortes por cada mil no caso do parto vaginal.
A experiência negativa da mãe associada ao parto por cesariana, o menor contacto imediato com o bebé e o risco de infertilidade são outras das desvantagens apontadas no parto não natural.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Saúde lidera cortes despesa consolidada com decréscimo 12,8%

O Ministério da Saúde (MS) lidera os cortes na despesa consolidada para 2011 com um decréscimo de 12,8 por cento, dos 9.818 para os 8.563 milhões de euros, graças, principalmente, à aplicação de várias medidas de contenção.
Segundo a proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2011, apresentada hoje no parlamento, este decréscimo deve-se também «aos ajustamentos decorrentes da aplicação de cativos, com especial relevo na dotação do Sistema Nacional de Saúde (SNS) que sofreu uma redução de 6,4 por cento».
«Esta situação teve um impacto muito significativo no Subsector dos Serviços e Fundos Autónomos, que inclui o universo do SNS, o qual apresenta uma redução de 12,7 por cento no orçamentado para 2011, quando comparado com a execução previsível até final do corrente ano», lê-se no documento. LUSA

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Hospitais: Estado pagou dívidas dos subsistemas de oito meses

O Estado já pagou aos hospitais as dívidas dos subsistemas de saúde e da ADSE, referentes a oito meses de 2010, mas ainda faltam pagar três meses de 2009, revelou hoje o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.
«Os hospitais já receberam oito meses do ano 2010 [da responsabilidade do Ministério da Saúde], mas faltam três verbas de 2009 [a cargo do Ministério das Finanças]», afirmou Pedro Lopes num encontro para anunciar o Fórum Nacional sobre a Gestão do Medicamento em Meio Hospitalar, que irá decorrer em Lisboa na sexta feira.
Pedro Lopes explicou à agência Lusa que em 2009 o pagamento era da responsabilidade dos subsistemas e da ADSE, mas a partir de 01 de janeiro de 2010 passou a ser da Administração Central do Sistemas de Saúde (ACSS) no âmbito dos contratos programa gerais que são feitos pelos hospitais. Lusa

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Bastonário: falhas no SNS levam a desperdício de medicamentos

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) declinou hoje que a culpa no desperdício e no mau uso na prescrição dos medicamentos seja dos médicos e apontou culpas ao próprio sistema que diz ser propício ao desperdício.
Hoje, à margem da comemoração do Dia Mundial da Saúde Mental, a ministra da Saúde, Ana Jorge, reiterou que há desperdício e mau uso na prescrição de medicamentos.
Contactado pela Agência Lusa, o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, ressalvou não ter ouvido as declarações de Ana Jorge, mas admitiu que "em algumas ocasiões se possam prescrever medicamentos que doutra forma poderiam não ser usados", não acreditando, no entanto, que a responsabilidade seja só dos médicos.
"O próprio sistema estimula o uso deste tipo de medicamentos. Um sistema em que os doentes vão buscar terapêuticas crónicas aos centros de saúde e são os médicos a receitar, porque eles não conseguem ter consulta no seu médico habitual, é muito estimulante do gasto excessivo dos medicamentos", defendeu Pedro Nunes.
No entender do médico, esta é uma situação habitual que leva a que os doentes "acumulem em casa muitos medicamentos".
Relativamente à prescrição electrónica, que arranca em Março, Pedro Nunes acredita que será uma boa medida porque "permite evidentemente maior controlo".
"E mais ainda, o acesso ao processo clínico electrónico permite saber a cada momento e perceber o que é que cada doente tem estado a tomar e saber se há ali consumo excessivo", sublinhou.
No entanto, para o bastonário "a grande medida" seria "analisar doente a doente o que é cada pessoa está a tomar porque aí se veria se haveria grandes desvios".
"Aí se detectariam aqueles casos em que aquelas pessoas que têm direito a protecções especiais, ou por falta de rendimentos, ou porque estão reformados, e pedem medicamentos para toda a família", sublinhou.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ordem dos Enfermeiros e Associação Portuguesa de Emergência Médica de acordo com mudanças no INEM


A Ordem dos Enfermeiros considera que o Ministério da Saúde reconhece os erros cometidos com a substituição da liderança do INEM. A Associação Portuguesa de Emergência Médica também concorda com esta decisão.


A Ordem dos Enfermeiros entende que a mudança de direcção no INEM significa que o Governo reconheceu os erros na definição da política de assistência pré-hospitalar e disse mesmo que a saída do Conselho Directivo liderado por Abílio Gomes era bastante esperada.
Ouvido pela TSF, o vice-presidente desta Ordem, Jacinto Oliveira, espera que o novo presidente do INEM mostrem abertura e «clarividência de chamar todos os parceiros envolvidos na área da emergência pré-hospitalar e com eles definir um plano estratégico».
O presidente da Associação Portuguesa de Emergência Médica também considera que esta decisão é acertada, apesar de «nunca ter estado em causa a integridade humana e profissional do presidente do INEM».
Em declarações à TSF, Vítor Almeida entende mesmo que Abílio Gomes foi um «marco histórico no INEM», pois «nunca tivemos um presidente tão honesto e íntegro como este»
Apesar disto, na opinião deste responsável, Abílio Gomes «rodeou-se de pessoas erradas que não sabiam da matéria que permitiram que acontecessem coisas que obviamente são pouco recomendáveis».
Na opinião do presidente desta associação, Miguel Soares de Oliveira, o futuro presidente do INEM, «é alguém que é sobretudo um operacional», o que faz com que, pela primeira vez, o responsável máximo do INEM seja «alguém que tenha trabalhado na rua».
«Isso é positivo. Conhece os meios e os problemas, sabe o que é um CODU, o que são os nossos tormentos e as nossas preocupações juntamente com os nossos doentes na rua», acrescentou Vítor Almeida, que prevê que a tarefa de Miguel Oliveira seja «penosa».

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Enfermeiros: Cortes podem ter consequências para utentes

Os cortes nas horas extraordinárias dos profissionais de saúde, nomeadamente os enfermeiros, podem ter consequências na qualidade do serviço prestado aos utentes, alertou Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
«Para além do número de horas extraordinárias, que já hoje é feito por parte de enfermeiros para colmatar as carências, muitas instituições» estão a coagi-los, «no sentido de não exigirem o pagamento dessas horas como extraordinárias», acusou a responsável.
Numa altura em que já há falta de profissionais no Serviço Nacional de Saúde, Guadalupe Simões receia que seja também anulada a promessa de aumentar, em Janeiro, os enfermeiros que ganham menos que 1.200 euros.
«Todas as negociações com o Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado da Administração Pública e responsáveis do Ministério das Finanças vão resultar em nada em função daquilo que são as opções politicas deste Governo», considerou, em declarações à rádio TSF.

Ministra apela a hospitais que recebam doentes Amadora-Sintra

A ministra da Saúde, Ana Jorge, apelou hoje aos hospitais que recebam os doentes do Amadora-Sintra em situação grave e à população em geral que se dirija ao centro de saúde, evitando recorrer àquela unidade hospitalar.
O apelo da ministra surge na sequência do encerramento do serviço de observações do Hospital Fernando Fonseca, devido a infiltrações de água causadas pelo mau tempo.
A ministra, que falava à margem da visita à Maternidade Alfredo da Costa, no âmbito da semana mundial do aleitamento materno, adiantou que o serviço de observação será reaberto ao final do dia de quarta feira.
“Até lá pedimos que os outros hospitais possam receber doentes em situação mais grave e as outras pessoas que não precisam de ir às urgências, que são cerca de 80 por cento, possam ir ao centro de saúde e ao centro de urgência básico, que fica lá próximo e que pertence ao hospital”, afirmou Ana Jorge.
Os cerca de 50 doentes que estavam no internamento do serviço de urgência estão todos internados em outros locais do Amadora Sintra, explicou a ministra, acrescentando que ficaram inoperacionais “uma ou duas salas”.
Quanto aos doentes que acorrem ao hospital, estão a ser reencaminhados para outras unidades de saúde, o “que se faz sempre” nestas situações, já que os “hospitais trabalham em rede”.
A ministra acrescentou ainda que o problema deverá ficar resolvido em 48 horas, pelo que só ao final do dia de quarta feira é que o serviço estará em condições.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Linha Saúde 24: só 2,4% chamadas reencaminhadas para INEM

Apenas 2,4 por cento das chamadas que são recebidas pela Linha Saúde 24 necessitam de ser reencaminhadas para o INEM, segundo dados hoje divulgados no Congresso Nacional de Emergência Médica, em Lisboa.
Segundo o enfermeiro Sérgio Gomes, coordenador da Linha Saúde 24, foram recebidas mais de dois milhões de chamadas neste serviço de atendimento telefónico desde que começou a funcionar há cerca de quatro anos e meio.

Dessas, apenas 2,4 por cento necessitaram da intervenção do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Sérgio Gomes revelou ainda que o número de utentes com uma patologia que pode ser tratada em casa ronda os 30 por cento, valor que “tem vindo a aumentar”, cumprindo assim um dos objectivos da Linha Saúde 24.

O coordenador do serviço indicou ainda que do total de utentes que utilizaram o 800 24 24 24, mais de metade tinha intenção de ir às urgências hospitalares, mas depois da triagem da Linha “só 20 por cento” precisavam efectivamente de cuidados médicos urgentes.
A interligação entre a Linha e o INEM é representada pelas chamadas feitas entre os dois organismos. Assim, a Linha Saúde 24 encaminhou perto de 60 mil chamadas para o INEM, enquanto o Instituto de Emergência Médica reencaminhou mais de 66 mil para o contacto telefónico com os enfermeiros da Linha.

O “pico” de chamadas para a Saúde 24 aconteceu no ano passado, aquando do surto de gripe A (H1N1): num só dia foram recebidas 19 mil chamadas, num total de 450 mil.

No congresso foram ainda referidas as chamadas feitas para o 112. Segundo dados fornecidos pelo capitão da GNR Carlos Pimentel, em agosto, as centrais 112 receberam 871 mil chamadas, das quais 73,6 por cento eram falsas.

Destas, mais de 18 mil foram reencaminhadas para o INEM, 4400 para a GNR e pouco mais de duas mil para a PSP. Lusa

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Medicamentos: Ministra destaca relação médico/doente

A ministra da Saúde, Ana Jorge, salientou hoje a importância da relação médico/doente no processo de escolha da marca do medicamento a comprar, opção que a partir de março poderá ser decidida pelo próprio paciente.
«Aquilo que tentamos sempre introduzir, e que faz parte daquilo que defendemos, é que cada cidadão saiba escolher o que é bom para si e que saiba defender a sua saúde», disse a ministra, em declarações aos jornalistas, à margem da sessão solene do Dia do Farmacêutico, que hoje decorreu em Lisboa.
Ana Jorge ressalvou que essa escolha deverá ser feita preferencialmente em conjunto com o médico que está a acompanhar o paciente. LUSA

Uma em cada três portuguesas teve uma gravidez indesejada

Uma em cada três portuguesas já teve uma gravidez indesejada, apesar de o uso de métodos contracetivos estar bastante disseminado: mais de 85 por cento das mulheres adotam uma medida de controlo de natalidade.
No domingo assinala-se o Dia Mundial da Contraceção, mas hoje a Sociedade Portuguesa da Contraceção (SPC) organiza uma reunião científica sobre o estado da contraceção em Portugal.
Em Portugal, e de acordo com o Inquérito Nacional de Saúde de 2007, mais de 85 por cento das mulheres não grávidas e sexualmente ativas usam alguma medida para controlo da natalidade. A pílula é o método mais utilizado (65,9 por cento), seguido do preservativo (13,4 por cento) e do dispositivo intra-uterino (8,8 por cento).
No entanto, uma em cada três mulheres acaba por ficar grávida sem o desejar.
“Nós somos humanos e às vezes falhamos: nem sempre temos os métodos de contraceção que são os mais adequados e falta um aconselhamento técnico para perceber que não são”, disse à agência Lusa Teresa Bombas, da SPC.
Os contracetivos orais são o método mais disponível e mais usado pela população portuguesa, mas é também “o que falha mais”, alerta a especialista, que defende que "é preciso educar a população para a existência de outras alternativas".
Teresa Bombas sabe que há adolescentes que começam a usar contracetivos sem consulta prévia. No entanto, para a responsável, este pode não ser um aspeto negativo: “É melhor que comecem a conselho de uma amiga do que depois de uma interrupção”, defende.
A percentagem de adolescentes portuguesas que engravidam é muito superior à média registada nos restantes países europeus: por cada mil adolescentes portuguesas dos 15 aos 19 anos, 17 são mães, enquanto na Europa Ocidental a média é de dez. LUSA

sábado, 25 de setembro de 2010

OM: «Não há vantagem» em doentes passarem a escolher fármacos

O bastonário da Ordem dos Médicos disse hoje que «não há qualquer vantagem» em os doentes passarem a escolher a marca do medicamento que compram, considerando que a medida «põe em causa a vida das pessoas».

«É um processo perfeitamente pernicioso que põe em causa a vida das pessoas», disse à agência Lusa Pedro Nunes, que reagiu ao anúncio do secretário de Estado da Saúde sobre a possibilidade dos doentes poderem escolher, a partir de março, qual a marca do medicamento que compram, desde que respeitem a substância ativa prescrita pelo médico.

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) adiantou que «não há qualquer vantagem para o Ministério da Saúde em implementar medidas dessa natureza», sublinhando que «se os doentes soubessem que medicamentos queriam tomar e quais os melhores não iam médico».

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Doença de Alzheimer lembrada em todo o mundo


O Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer assinala-se hoje sob o tema «Demência. É altura de agir!» para alertar governos e cidadãos para a necessidade de sensibilizar para uma doença que afecta 90 mil portugueses.
A Associação Alzheimer Portugal assinala a data com várias acções e relembra a urgência da criação e desenvolvimento de um Plano Nacional para as Demências.
O director executivo da associação, António Costa, estima que existam em Portugal 153 mil pessoas com demência e, dessas, 90 mil tenham Alzheimer.
O tema das comemorações deste ano aponta para «a necessidade de governos e cidadãos agirem no sentido de divulgar e sensibilizar para esta doença e melhorar a prestação de serviços a pessoas que sofrem de demência e aos seus cuidadores».
A Alzheimer´s Disease International aproveita a oportunidade para lançar o Relatório Mundial sobre a Doença de Alzheimer 2010, com enfoque no impacto económico da doença a nível global.

A celebração do Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer foi lançada na abertura da conferência anual da Alzheimer´s Disease International, em Edimburgo, a 21 de Setembro de 1994, evocando o décimo aniversário da organização que congrega associações de todo o mundo.
Para assinalar a data, a Associação Al/zheimer Portugal promove o III Congresso Nacional de Envelhecimento Cerebral e Doença de Alzheimer, no Porto, e um lanche animado com «Fados e Guitarradas» no Centro de Dia Alzheimer Portugal.
O dia ficará ainda marcado por um almoço-convívio no Parque da Cidade (Porto), pela III Mostra de Saúde de Vila Nova de Gaia e por acção de informação sobre a doença que decorrerá na Casa da Juventude de Esposende e no Lar de Idosos de Travassos, em Fafe.
No Cine Teatro de Pombal decorrerá uma iniciativa com o tema «Lembrar Alzheimer» e em Almeirim, no Parque Central da Cidade, será distribuída informação sobre a doença.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Medicamentos: Novo sistema de comparticipação em Outubro

O novo sistema de comparticipação do Estado no preço dos medicamentos entra em vigor a 01 de Outubro, de acordo com a portaria hoje publicada em Diário da República.
A portaria do decreto-lei 48-A/2010, de 13 de Maio, vem agora definir os grupos e subgrupos farmacoterapêuticos comparticipáveis de acordo com os escalões de comparticipação nele previstos.

No diploma, o Ministério da saúde defende que “o nível de comparticipação não deve incorporar qualquer estímulo económico à sobreutilização de determinados medicamentos”.

Assim, os grupos e subgrupos farmacoterapêuticos são distribuídos pelos vários escalões "consoante a graduação da comparticipação do Estado no preço dos medicamentos, tendo em consideração as indicações terapêuticas do medicamento, a sua utilização, bem como as entidades que o prescrevem ou fornecem e as necessidades terapêuticas acrescidas de decorrentes certas patologias".

O diploma vem definir quais os medicamentos que passam a ter uma comparticipação estatal no escalão C e quais os que deixam de ser comparticipados. Da longa lista, as hormonas do crescimento surgem como os únicos fármacos que passam a ter comparticipação nula.

Na semana passada, a Ministra da saúde anunciou mudanças nas regras de comparticipação estatal aprovadas em Conselho de Ministros.

As alterações vão provocar um aumento do preço de alguns fármacos, apesar de o Governo ter avançado também com uma descida administrativa de seis por cento do preço de todos os medicamentos, que entra em vigor já a 1 de Outubro. LUSA

sábado, 18 de setembro de 2010

Ana Jorge quer prescrição «muito rigorosa» de medicamentos


A ministra da Saúde, Ana Jorge, defendeu hoje que a prescrição de medicamentos e meios complementares de diagnóstico «deve ser muito rigorosa», contribuindo para uma maior eficiência do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Ana Jorge falava esta tarde nos Paços do Concelho da Lousã, numa receção que antecedeu a cerimónia de lançamento da primeira pedra do novo Centro de Saúde desta vila do distrito de Coimbra.
«Temos que ter a garantia de que nos medicamentos e nos meios complementares de diagnóstico temos uma prescrição médica muito rigorosa», disse.A ministra da Saúde salientou a importância de introduzir “medidas de eficiência no sistema”.
“Se todos contribuírem, estamos seguramente a fortalecer o Serviço Nacional de Saúde”, adiantou, vincando a necessidade de envolver neste objectivo, por um lado, o Estado e os médicos, mas também os cidadãos que recorrem ao SNS.
Na sua opinião, importa “moralizar” e promover “o uso racional do medicamento”, evitando desperdícios.
“Se houver um uso criterioso, vamos fazer economias de facto importantes”, acentuou.

Em resposta a um pedido do PSD nesse sentido, a ministra da Saúde disponibilizou-se para ir à Assembleia da República explicar estas e outras medidas de racionalização do SNS.
“Estou sempre disponível para ir ao Parlamento explicar”, disse aos jornalistas.
O futuro Centro de Saúde da Lousã vai ser construído a norte da vila, na zona da Sarnadinha, freguesia de Vilarinho, num terreno cedido pela Câmara Municipal.
O presidente da autarquia, Fernando Carvalho (PS), disse que se trata de “um equipamento ansiado ao longo dos anos”, recordando que o processo para a sua construção começou em 2002.
“É um investimento fundamental” para um concelho cujo crescimento demográfico nesta década deverá rondar os 20 por cento, segundo o autarca do PS.
Adjudicada à firma Costa e Carvalho pelo montante de 2 143 222 euros, a empreitada de construção tem um prazo de 18 meses.

O projecto foi aprovado pelo valor global de 2 297 400 euros, sendo co-financiado pelo programa Mais Centro do Quadro Nacional de Referência Estratégico (QREN).

Oeste: Novos hospitais terão ambos as valências básicas

Os dois futuros hospitais da região Oeste vão manter em simultâneo as valências consideradas «básicas» na saúde apesar de funcionarem em complementaridade em algumas áreas, afirmou à agência Lusa a ministra da Saúde.
«As áreas básicas, como medicina, cirurgia e ortopedia, têm de existir nos dois hospitais», Torres Vedras e Caldas da Rainha, disse à agência Lusa a ministra Ana Jorge.
A norte da região, o ministério vai fazer obras de melhoramentos e ampliação do atual hospital distrital de Caldas da Rainha, mantendo em funcionamento os hospitais de Alcobaça e Peniche. LUSA

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Saúde: Ministério garante gestão de acordo recursos que tem

O Ministério da Saúde afirmou hoje que «tem a sua ação orientada para a gestão eficiente dos serviços, de acordo com os recursos que lhe são disponibilizados», no mesmo dia que o ministro das Finanças defendeu «melhorias na gestão» do SNS.
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem pela frente um grande desafio que «exige melhorias na sua gestão» e no «cumprimento dos prazos de pagamento» aos fornecedores«, afirmou Teixeira dos Santos à Lusa, no final de uma visita a Macau.
»O Ministério da Saúde, como todo o Governo, tem a sua ação orientada para a gestão eficiente dos serviços, de acordo com os recursos que lhe são disponibilizados, quer no âmbito do Orçamento do Estado, quer no âmbito da execução orçamental«, afirma a nota enviada à Agência Lusa. Lusa

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

SNS: Ex-ministros defendem garantia de sustentabilidade


Os antigos ministros da Saúde Paulo Mendo e Correia de Campos defendem que o próximo Orçamento do Estado (OE) devia garantir a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, preconizando mais verbas e a remuneração por objetivos, respetivamente.
«Eu gostava que o OE [de 2011] não fosse um orçamento cortado, que a crise não cortasse a progressão natural – cada vez com orçamentos maiores – do SNS. O fundamental é o seu financiamento», afirmou à Lusa Paulo Mendo, ministro da Saúde de Cavaco Silva.
Correia de Campos, ministro da Saúde dos socialistas António Guterres e José Sócrates, «gostaria de ver [no OE de 2011], em primeiro lugar, o conceito global de sustentabilidade do SNS», ou seja, manter o SNS com «as suas características universal, geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais da população, tendencialmente gratuito».
Paulo Mendo assume ter alguma dificuldade em apontar «objetivos pontuais», argumentando que «é todo o sistema que tem que ser pensado na sua forma global e ser orçamentado em função dessa globalidade, o que significa uma mudança da forma de ser orçamentado».

Para o antigo ministro social-democrata, a definição do Orçamento é feita «de uma forma completamente irracional e que leva sistematicamente a um subfinanciamento e um défice que complica sempre a gestão e que tem sido corrigido. Agora parece que em situação de crise essa correção é muito difícil e o que se anuncia é um Orçamento que, sendo menor, prejudica todo o sistema», explicitou.
As condições de trabalho dos profissionais da área são outra das questões que preocupam os dois ex-ministros.
O ex-ministro Correia de Campos «gostaria de ver um compromisso do Governo de que vai adotar para os hospitais um mecanismo de retribuição pelo desempenho, bebendo naquilo que se fez com as unidades de saúde familiares», defendendo que esse novo modelo de retribuição começasse a ser aplicado já para «os novos “entrantes” em regime de exclusividade prática».

A obrigatoriedade de os novos médicos escolherem entre o setor público e o privado foi defendida, no princípio de setembro, pelo antecessor de Ana Jorge no Ministério da Saúde, em declarações à Lusa.
Paulo Mendo considera «extremamente perigosa e danosa para o SNS a grande pancada que está a levar, desde há uns anos, o sistema de carreiras dos profissionais de saúde – médicos e enfermeiros - no sistema público, com a introdução dos contratos a prazo, como se fossemos ao mercado buscar serviços não especializados».
Para o antigo governante, «isto é a destruição daquilo que dá mais prestígio ao SNS, que é a existência de carreiras de Estado com toda a dignidade, com entrada por concurso, por progressão na carreira através de concursos, por sistematicamente os profissionais serem analisados por júris dos seus próprios pares. Tudo isso nos últimos anos está a ser destruído». LUSA

Mercado da estética passou ao lado da crise


O mercado da estética em Portugal está em expansão, tendo sentido pouco a crise económica dos últimos dois anos e aumentando mesmo o número de clientes e tratamentos, disseram responsáveis de várias clínicas contactadas pela Lusa.
Todas as empresas contactadas avançam ter planos de expansão e apenas uma refere ter faturado menos no principal ano da crise, ou seja, no ano passado.
A maturidade do mercado, a maior quantidade de informação disponibilizada e o aumento do setor privado são as principais razões apontadas para um crescimento generalizado da procura. LUSA

sábado, 4 de setembro de 2010


A ministra da Saúde entende que o decreto-lei sobre as farmácias que funcionam 24 horas por dia vai «evitar situações confusas» e é a resposta «às necessidades do cidadão».


A ministra da Saúde considera que a aprovação do decreto-lei que regula o funcionamento das farmácias 24 horas por dia, aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros, será benéfico para «clarificar as situações».
«Vai evitar situações confusas de interpretação daquilo que é a legislação», acrescentou Ana Jorge, numa referência a uma farmácia de Lisboa que foi impedida pela Autoridade do Medicamento de funcionar 24 horas por dia.
Apesar de clarificar este tipo de situações, a titular da pasta da Saúde assegurou que a ideia do legislador não foi mediar conflitos entre as farmácias, pois esse «não é problema do Ministério da Saúde».
«Gostiaria muito que esta questão fosse entendida como uma resposta às necessidades do cidadão e que os parceiros que têm uma responsabilidade social muito grande, porque têm um serviço público de interesse, possam saber entender-se», explicou.
Ana Jorge lembrou que o importante é «garantir que existe sempre uma farmácia aberta numa determinada área geográfica em função do número de habitantes».
A ministra adiantou ainda que o «regime de turnos tem de se manter» e que só este é que vai poder cobrar taxas adicionais, ao contrário das farmácias que trabalham 24 horas por dia que não vão poder cobrar taxas pelo serviço nocturno.

sábado, 28 de agosto de 2010

Novo hospital de Vila Franca de Xira abre em 2013


O Governo e a autarquia de Vila Franca de Xira assinaram hoje o contrato para a construção do novo hospital do concelho que deverá abrir portas em 2013 para servir 215 mil pessoas.
O equipamento de saúde, construído e gerido em regime de parceria público privada, vai substituir as atuais instalações do Hospital Reynaldo dos Santos e irá beneficiar, além do concelho de Vila Franca de Xira, os de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja e Benavente.
Segundo os dados do Ministério da Saúde o novo hospital de Vila Franca de Xira, cuja abertura está prevista para o primeiro semestre de 2013, terá uma capacidade anual de 16 mil internamentos, oito mil cirurgias, 192 mil consultas externas e 104 mil urgências, e disporá de 280 camas de internamento, nove salas de bloco operatório e 33 gabinetes de consulta externa.
Em declarações aos jornalistas no final da cerimónia de assinatura do contrato de gestão com o grupo José de Mello, a ministra da Saúde, Ana Jorge, justificou a necessidade de construção de um novo hospital com o facto do atual localizar-se numa zona de difícil acesso e já não conseguir dar resposta a toda a população.

“O Governo tem um padrão de exigência elevado e, por isso, entendemos que devemos reforçar a capacidade de resposta dos equipamentos de saúde existentes”, sublinhou a Ana Jorge. LUSA

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A25/INEM: Número de viaturas envolvidas estabeleceu meios


O ponto de partida para o INEM enviar os meios necessários para assistir as vítimas dos acidentes na A25 foi saber que estavam 50 veículos batidos em cadeia, alguns a arder, disse uma delegada regional da entidade.
Regina Pimentel, delegada regional do Centro do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que coordenou os meios da delegação e a sua mobilização para o local, explicou que, a partir do momento que soube que eram 50 veículos, desencadeou os meios da delegação. «Saiu imediatamente a viatura de intervenção em catástrofe, que tem o posto médico avançado, duas viaturas médicas de emergência e reanimação, a viatura da psicóloga e duas ambulâncias, porque sabíamos que seria fácil as corporações de bombeiros se deslocarem para o local» com as suas ambulâncias, adiantou.

As condições climáticas foram – refere a delegada regional do INEM – «a grande dificuldade», porque os cinco helicópteros do instituto estiveram disponíveis para se deslocarem ao local do acidente, mas «não houve nunca condições para aterrar».

Quanto às lições a tirar da situação, que foi o maior acidente de estrada a que o INEM teve de responder, Regina Pimentel admite que «é preciso agilizar alguns processos», mas garante que «são coisas que se resolvem muito bem internamente».

«[Devíamos] aumentar um bocadinho o stock de fármacos para ficar [na delegação], porque nós [segunda-feira] levámos tudo ou quase tudo e, se houvesse necessidade de alguma coisa mais, teríamos de recorrer aos hospitais», exemplifica.

No local, estiveram cerca de 30 médicos e 50 enfermeiros a prestar auxílio às vítimas dos acidentes na A25. O pessoal do INEM foi mobilizado através de SMS, o que permitiu que «muitos se deslocassem pelos seus próprios meios para o local».

«Mandou-se SMS para os médicos e os enfermeiros da viatura de emergência e reanimação do hospital de Aveiro, que se deslocaram para o local do acidente. Nós conseguimos ter rapidamente 18 médicos no local e à volta de 30 enfermeiros logo numa primeira abordagem e depois houve imensos profissionais que se deslocaram de modo próprio», garantiu a responsável. Para Regina Pimentel, «foi uma mobilização fácil, porque as pessoas, mal receberam o SMS, responderam logo e mostraram-se disponíveis para se deslocar de imediato».

No entanto, «nada é previsível num acidente como este», apesar da «aposta do INEM na formação de todos os profissionais em todos os níveis nos cursos de abordagem de situações de exceção». A responsável do INEM sublinha que «falhas há sempre, mas, dentro da gravidade do acidente, [a situação] foi bem coordenada no local e nenhum doente saiu sem ser triado e rotulado», em função da gravidade dos seus ferimentos.

Regina Pimentel considera que a coordenação das operações «não foi difícil, porque havia meios humanos para o fazer», mas salvaguarda que essa «é sempre a tarefa que exige maior atenção e maior capacidade de decisão», uma vez que «tudo tem de ser feito com serenidade, mas com celeridade ao mesmo tempo». A delegada regional refere ainda a necessidade de «não entupir a urgência de um hospital só» com as vítimas dos sinistros, pelo que os doentes foram encaminhados para vários hospitais: Aveiro, Viseu, Coimbra (Centro Hospitalar e Hospitais da Universidade), Santa Maria da Feira e Lisboa (Hospital de Santa Maria), que recebeu um queimado.
Os acidentes na A25 ocorreram cerca das 16:00 horas de segunda-feira, junto ao nó de Talhadas, em Sever do Vouga, um em cada sentido, envolvendo mais de meia centena de veículos e provocando 72 feridos. Até ao momento, o Instituto Nacional de Medicina Legal comunicou ter recebido cinco vítimas mortais, informação confirmada pelo Ministério da Saúde. Lusa

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Reunião de 17 de Agosto Sindicatos e MS

1 – Aos dias 17 de Agosto de 2010 o Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem – SIPE e Sindicato dos Enfermeiros – SE (FENSE) reuniram com o Gabinete do Ministério da Saúde para análise e correcção de actas envolventes do processo negocial do qual consta grelha remuneratória e transições dos Enfermeiros para a nova Carreira de Enfermagem.

2 – Nessas actas realçamos o conteúdo das nossas propostas bem como o equilíbrio das mesmas.

3 – Merece destaque, por importante, a análise de actas referentes a reuniões realizadas aos dias 14 de Junho de 2010 e 1 de Julho de 2010 que, para além de outros motivos, demonstram que:
3.1 – A proposta de princípios apresentada pelo Governo, da qual faz parte a tabela remuneratória e transições, viola frontalmente o acordo assinado entre todos os Sindicatos de Enfermagem e Ministério da Saúde aos dias 31 de Agosto de 2009, onde se diz claramente que o próximo diploma a negociar é, tão só, o da tabela remuneratória e transições.
3.2 – A proposta remuneratória apresentada pelo actual Governo piorou, em relação á proposta do Governo anterior.

4 – Concluída a análise das actas referidas e introduzidas alterações de conteúdos menos convergentes com a verdade dos factos, ou seja, imposição unilateral do Governo quanto a grelha salarial e transições, posição por nós liminarmente rejeitada, em defesa de princípios inquestionáveis dos Enfermeiros e, acima destes, da dignificação da profissão de Enfermagem

5 – A nossa posição fundamenta-se num conjunto de anexos que reflectem o laborioso cuidado negocial que pusemos na matéria que vai fazer parte da referida acta, onde constam as propostas apresentadas e defendidas pelos Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem SIPE e Sindicato dos Enfermeiros - SE (FENSE), por serem as únicas coerentes e relativamente justas no conjunto das remunerações dos trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde, de acordo com a formação académica destes.

6 – É evidente o desinteresse do Ministério da Saúde na concretização de negociações em falta e indispensáveis para a viabilização da nova Carreira de Enfermagem.

7 – Face ao descrito comportamento do Governo, impõe-se a estas estruturas Sindicais SIPE, e SE reanalisarem, em profundidade, as causas e consequências que vão servir de base para um processo de luta adequado e inquestionável cujas fases e datas estão dependentes do amadurecimento e consciencialização dos Enfermeiros em função do tratamento que o Governo persiste em impor, exagerando nos cortes sem qualquer razão e critérios justificáveis.

Cá se fazem cá se pagam.

Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem – SIPE / Sindicato dos Enfermeiros – SE

domingo, 22 de agosto de 2010

Farmácias: Situação económica e financeira é «preocupante»

No primeiro semestre deste ano, o número de farmácias com fornecimentos suspensos aumentou 47%, um dos dados que faz com que a Associação Nacional de Farmácias (ANF) considere a situação económica e financeira destes estabelecimentos «preocupante».
Segundo dados da ANF, em Junho deste ano, 375 farmácias estavam com os fornecimentos suspensos, mais 47% do que em Dezembro do ano passado (255). «Naturalmente que é preocupante, aliás, este quadro é elucidativo, uma vez que, em seis meses, revela uma degradação da situação financeira e de relacionamento das farmácias com os fornecedores», disse o vice-presidente da ANF, João Silveira.

No mesmo período, entre Dezembro de 2009 e Junho de 2010, o número de processos judiciais em curso para a regularização de dívidas das farmácias aumentou de 121 para 168, o que significa um aumento de 39%. Já o número de farmácias com acordos de regularização de dívidas aumentou 178%, passando de 179 para 497.

João Silveira referiu que, «apesar da antecipação dos pagamentos do Serviço Nacional de Saúde às farmácias, a situação está a complicar-se». «Isto é um rescaldo da baixa de margens a funcionar durante três, quatro anos, na sequência da decisão do Governo anterior. Por outro lado, também tem que ver muito com a quebra dos preços dos medicamentos, que foram sucessivas, e agora mais recentemente com a quebra drástica em relação aos medicamentos genéricos, que começam a ter uma quota de mercado importante», afirmou.
O mercado ambulatório, das farmácias de rua, de acordo com o responsável, «quer em valor quer em unidade, tem estado praticamente estável ou por vezes tem caído. Onde o mercado sobe com grande incidência é ao nível do consumo hospitalar». Para tentar alterar este cenário, o vice presidente da ANF aponta duas possíveis soluções: «Como atualmente as farmácias vivem da sua margem, que apesar de ter sido resposta continua a ser a mais baixa da Europa, uma possibilidade é mexer na margem. Apesar de o contexto não ser o mais adequado. Outra hipótese, e que está a acontecer em alguns países da Europa, é dissociar o preço às farmácias do preço do medicamento e as farmácias poderem ser remuneradas através do serviço prestado aos doentes», defendeu.
O responsável recordou que as farmácias, segundo um estudo elaborado recentemente pela Universidade Católica, prestam «um grande número de serviços à população totalmente grátis», além «da dispensa, informação dos medicamentos e o acompanhamento».

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Pensamento

Boa noite a todos.
Ver este blog, o que ele contem e ver o numero de seguidores que o visitam provoca em mim alguma esperança no que diz respeito à tomada de consciência colectiva dos enfermeiros portugueses no que diz respeito à condição profissional mas também sobre as outras problemáticas presentes na sociedade e na área da saúde em particular. Quando ha cerca de dois anos nos reunimos com a intenção de formar um grupo de reflexão e debate sobre a enfermagem pensava que iria pessoalmente poder contribuir de forma mais afincada do que tenho feito para esta causa mas infelizmente a visa tem-me afastado deste projecto no entanto lembro a primeira reunião que organizamos em Lisboa para debater com representantes dos sindicatos e da OE, soluções para a situação dos enfermeiros portugueses. Dessa reuniao sobresairam desentendimentos e uma infelizmente clássica lavagem de roupa suja pouco construtiva entre os responsáveis presentes. Da parte dos organizadores ficou claro que pouco teríamos a esperar de organismos que dificilmente assumem o seu papel e preferem remeter a responsabilidade para os que a eles se opõem. Da minha parte tentei entrar numa estrutura organizada e bem rodada na defesa dos nossos interesses como deveriam ser os sindicatos. Ja na associação de estudantes no tempo de estudante tentei sempre levar a voz e a opinião dos que representava para que fossem ouvidos. No entanto, e embora tenha conhecido muitos colegas, que com abnegação e altruísmo, fazem das suas vidas uma constante devoção para o proveito de toda uma classe profissional, nao encontrei no sindicato o interesse simples pelos problemas dos meus colegas em cada serviço da instituição onde trabalhava na altura. O imperativo era a adesão à greve, o golpe mediatico de uma mobilização em peso dos enfermeiros, a afirmação política.
Sempre acreditei que a intervenção tem de começar pela base, pela luta junto dos colegas em cada instituição, sermos próximos dos problemas que tentamos resolver ou ajudar a resolver e que a greve é uma solução de ultimo recurso à qual se recorre quando tudo o resto falhou. Mas na minha situação sindical vi-me reduzido a distribuir panfletos apelando à greve e fazer a contagem dos que aderiam. Estava por isso longe do que pretendia realmente fazer e ia verificando a crescente desilusão dos meus colegas que por vezes aderiam à greve para nao seguirem turno se faltasse algum colega e outros que em vez de se reunirem durante a greve para debaterem a situação tornavam o momento em mais um dia de folga.
Sou um idealista e um utopista convicto mas nao consegui ver como ajudar a mudar uma situação tao adversa como os enfermeiros portugueses e claro eu próprio atravessava. Estava em Portugal numa situação relativamente segura com um bom contrato e um duplo invejavel mas uma situação familiar e pessoal precária. certas semanas a carga de trabalho podia atingir as 90 horas. Ferias era quando so trabalhava num sitio e quando so tinha um turno no dia parecia que nem tinha trabalhado com "tanto" tempo livre. Vivi uma realidade distorcida pela natural adaptação do ser humano a qualquer situação e o meu normal era inconcebível para muitos que nao estavam na nossa profissão. Descontente e inconformado procurei melhorar a minha vida na companhia de dois amigos e da minha futura mulher e assim descobrimos a oportunidade de trabalhar na Suíça.
A chagada tudo parecia quase impossível de conceber. Desde as condições de trabalho, a obrigação de descansar, de nao acumular muitos dias de trabalho seguidos, os ordenados, a qualidade de vida... Este últimos pormenor é importante para mim, a qualidade de vida. Afinal era possível ter qualidade de vida e ser enfermeiro. Existia um sitio que nao tendo ordem de enfermagem e pouco ou nenhuns sindicatos tinha desenvolvido um grande apreço pelos enfermeiros e seu trabalho e lhes conferia um nível de vida compensador de tudo o que enfermeiro estuda e investe na sua profissão. Dei por mim a sonhar mais alto, a pensar no que poderia realizar na minha vida num quinto do tempo que antes previa. Mas com as frequentes idas a Portugal continuei a ouvir as condições em que trabalhavam os meus colegas e amigos assim como o crescente desdém pela nossa profissão que se evidenciava nos jornais e revistas.
A distancia pouco ou nada poderia fazer mas mesmo assim encontrei uma solução para ajudar mesmo assim. Comecei entao a enviar os currículos de amigos e colegas que mo pediam, para instituições na Suíça e fui conseguindo encontrar trabalho para colegas de Viseu, Lisboa, Porto, Portalegre. Era isto que sempre tinha desejado conseguir. Isto pode ter sido uma gota num oceano mas para mim a verdadeira intervenção é a de proximidade, tentar ajudar concretamente colegas a saírem de situações precárias ou injustas. Por sua vez estes colegas ajudaram outros que poderão descobrir que se pode ser enfermeiros e ter uma vida decente e equilibrada e que o nosso trabalho tem um grande valor.
Naturalmente a emigração nao é solução para todos mas os exemplos de desenvolvimento social e laboral que aprendemos fora do nosso pais talvez um dia nos ajudem a mudar o que em Portugal esta a atrasar essa mesma evolução e encerra os portugueses numa continua crise que tem mais de 20 anos e que a cada ano se agrava e que todos pagamos cada vez mais sem que uma solução seja encontrada.

Hospitais: Há descontrolo na dívida, dizem administradores

A Associação dos Administradores Hospitalares admitiu hoje que o crescimento da dívida dos hospitais à indústria farmacêutica é “um bocadinho descontrolado”, mas disse que novas medidas adotadas pelos hospitais vão inverter a situação.
“O aumento vai na linha dos gastos que se têm vindo a verificar nos últimos meses. Foram tomadas medidas no sentido de diminuir o crescimento da dívida e que irão provavelmente ter impacto neste segundo semestre. Agora, é um crescimento um bocadinho descontrolado, é uma situação que não é nada boa”, admitiu o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), Pedro Lopes, numa reação ao relatório mensal elaborado pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica.

De acordo com os dados do relatório, a que a Lusa teve acesso, as dívidas dos hospitais à indústria farmacêutica cresceram dois milhões de euros por dia em julho passado, totalizando os 920 milhões.

Dívidas hospitalares a laboratórios subiram 2 M€/dia em Julho


As dívidas dos hospitais à indústria farmacêutica subiram 2 milhões de euros (M€) por dia durante o mês de julho, para um total de 920 milhões, demorando agora estas unidades de saúde 349 dias para pagar a estes fornecedores.
De acordo com os dados do relatório mensal elaborado pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, a que a Lusa teve acesso, os hospitais aumentaram a dívida às farmacêuticas em 2 milhões por dia, aumentando, no último mês, 60 milhões de euros.

Nos dados, constata-se que a dívida total dos hospitais aos laboratórios subiu 67,3 por cento desde agosto do ano passado, passando de 555,7 milhões para 929,5 milhões de euros. LUSA