sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Cascais: Mais de dez enfermeiros abandonam hospital

O Sindicato dos Enfermeiros disse hoje que mais de uma dezena enfermeiros abandonaram o Hospital de Cascais desde julho, uma situação que a administração afirma não estar a afectar assistência aos utentes.
De acordo com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) tem havido “muitas queixas” de profissionais do novo Hospital de Cascais e, num espaço de quatro meses, já 14 enfermeiros abandonaram o serviço da nova unidade hospitalar, em funcionamento desde fevereiro.
“As principais queixas estão relacionadas com a sobrecarga de trabalho, sobrecarga de horários e horas extras que não são pagas”, disse hoje à agência Lusa Jorge Rebelo, do SEP, sublinhando que o código do trabalho, para a gestão do Hospital de Cascais, é “uma brincadeira”.
De acordo com o responsável, foi pedida uma reunião ao conselho de administração do Hospital que estava prevista para hoje, mas que acabou por não se concretizar.
“Tínhamos pedido a reunião para 15 de outubro, não puderam. Disseram que hoje nos recebiam e afinal ligaram-nos a dizer que só hoje é que iriam estudar a melhor forma de nos receber, adiando mais uma vez a reunião. É uma vergonha”, criticou o sindicalista.
Confrontado com as acusações, fonte da administração do Hospital de Cascais confirmou à Lusa que “têm saído alguns enfermeiros”, mas, diz que o motivo está relacionado com “alguma inadaptação aos novos modelos organizacionais, ou simplesmente por o desejarem”.
Questionada sobre o facto de a saída de profissionais prejudicar a assistência aos utentes, respondeu que “a qualidade do serviço nunca poderá estar em causa”.
A fonte acrescentou que “o hospital teve algumas situações de funcionários com final de contrato de trabalho a termo nas áreas de enfermagem e auxiliar médico que não foram renovados”.
Sobre as queixas apresentadas ao SEP, disse que “as horas extras estão a ser pagas de acordo com a lei”.
Além disso, a fonte esclareceu que não cabe ao Hospital, cuja gestão é privada, pronunciar-se sobre as saídas, por não ser a entidade patronal desses funcionários que pertencem ao quadro da função pública.
Para já não estão previstas novas contratações, embora admita “ajustamentos no futuro, dependendo da evolução do hospital e das necessidades de pessoal”. LUSA

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