sábado, 24 de janeiro de 2009

Saúde 24: LCS surpreendida se contrato não for renovado



O administrador delegado da empresa gestora da Linha Saúde 24, Ramiro Martins, manifestou-se hoje surpreendido com a hipótese do contrato do serviço não ser renovado, assegurando que não existem conflitos laborais a sanar na empresa.
O director-geral da Saúde, Francisco George, admitiu quarta-feira, na comissão parlamentar de Saúde, onde foi ouvido sobre os problemas que afectam o serviço, a possibilidade de não renovar o contrato com a empresa LCS (Linha Cuidados de Saúde) caso continue a tensão laboral.
Ramiro Martins disse que foi com "admiração e surpresa" que recebeu as declarações de Francisco George, uma vez que o serviço tem apresentado bons resultados. "A LCS ganhou o contrato da Linha 24 em 2007 e desde essa altura temos vindo a trabalhar ininterruptamente com índices de satisfação dos utentes excepcionalmente elevados, através de inquéritos que apontam para que mais de 95 por cento dos utentes estão totalmente satisfeitos", garantiu o responsável.
Salientou ainda que a própria Direcção-Geral de Saúde (DGS) tem "a capacidade de regularmente verificar e auditar o funcionamento da linha e tem atribuído classificações entre o bom e o muito bom".
"Isso quer dizer que a Linha tem cumprido um contrato muito difícil de cumprir, que inclui um conjunto de restrições muito difíceis impostas pela DGS, acumulando um excelente acolhimento por parte dos utentes", sustentou.
Ramiro Martins realçou o desempenho da equipa de Saúde 24: "se a empresa consegue ter tanta satisfação da parte dos enfermeiros é porque a equipa está formada e organizada".
"Os enfermeiros são muito competentes e conseguem atingir a performance que é necessária para cumprir as exigências do contrato", frisou, ressalvando que existe "uma pequena franja de enfermeiros, três por cento, que não atingem os parâmetros necessários para cumprir o contrato com o Estado".
Relativamente a estes profissionais, o responsável da empresa assegurou que não lhes renovará o contrato, apesar do director-geral de Saúde ter solicitado a sua readmissão.
O director-geral de Saúde acusou na quarta-feira a empresa de não saber lidar com os enfermeiros e apelou à "total serenidade na gestão dos recursos humanos". Confrontado com estas declarações, Ramiro Martins garantiu que não existe nenhum conflito entre a empresa e os profissionais.
"Não entendo as palavras que foram proferidas de que existe um problema laboral e de que o contrato não seria renovado se o problema laboral não for sanado. Não se pode sanar o que não existe", frisou. Segundo o responsável, existe uma vida normal na empresa, os clientes são atendidos e os enfermeiros fazem o seu trabalho.
Admitiu que há enfermeiros "insatisfeitos" devido aos seus contratos não serem renovados, sublinhando que "fazem muito ruído para benefício próprio". A administração da Linha Saúde 24 dispensou no início do ano quatro enfermeiros e anunciou que não vai renovar os contratos de três outros, que terminam em Março.
Os funcionários acusam a administração de os estar a despedir por terem denunciado o "caos organizativo" da instituição, o que foi negado pela administração. Numa iniciativa do Ministério da Saúde, a Linha Saúde 24 foi criada em 2007 para dar assistência em cuidados de saúde, fazendo triagem e aconselhamento dos utentes, tendo em vista evitar que estes se desloquem aos hospitais e centros de saúde sem necessidade. (agencia lusa)

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