quinta-feira, 12 de março de 2009

Negociações da carreira pelo SE


Por isso é que as negociações da nossa carreira sofrem duma estratégia que tem a ver com a necessidade de o Governo provocar os enfermeiros, para estes reagirem, para justificar o espezinhamento que está a fazer na nossa carreira, a que dá, por um lado o grau de complexidade máxima, o 3º, da escala, mas, por outro, corta-lhe a autonomia técnica e aplica-lhe uma tabela salarial, própria duma carreira de bacharéis e não de licenciados.
O Orçamento do Estado (OE) diz que não pode haver técnicos superiores (licenciados), em funções públicas, com vencimentos abaixo dos €1200, contudo, para os Enfermeiros, propõe uma tabela salarial a começar por €1020!!!
Esta contradição é mais grave, ainda, quando, nas inevitáveis comparações, se detecta que a Corporação Médica, começa a sua tabela salarial, onde acaba a tabela salarial dos Enfermeiros, ou seja: o 2º nível da tabela médica, corresponde ao último da carreira de enfermagem. Aqui está a prova de que o Governo não só, pretende uma dependência técnica dos Enfermeiros, como também a económica, desvalorizando o nosso trabalho e saberes próprios.
Não o faz por ignorância, mas por malvadez; pensa que pondo uma Corporação, a Médica, a controlar, subjugando outra, a da Enfermagem, distrai os Enfermeiros do alvo a abater, o Governo, nas suas lutas mais que legítimas, para não andarem dois séculos para trás, na sua progressão histórica, por mérito próprio.
Entre as pretensões diabolizadas do Governo e as nossas aspirações legítimas e meritórios, está a força da nossa luta.
É chegado o momento de se saber, em todos os quadrantes, o que valem, só por si, os Enfermeiros, directamente e não, através daqueles que subsumem o nosso trabalho em impressos seus, ocultando-nos o mérito próprio.
A alternativa não deixa dúvidas:
Ou o Governo reconhece as deficiências da sua proposta; ou os Enfermeiros vão ter que lutar muito, para demonstrarem ao Governo, que temos, assim como ao Povo que o elegeu, a razão de ser da sua luta, na defesa da mais elementar justiça de serem o que são e o que valem e não aquilo em que querem transformá-los, injustamente, fingindo ignorância do seu mérito. (Sindicatos dos Enfermeiros)

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