quinta-feira, 30 de abril de 2009

Gripe mexicana: descoberta a primeira pessoa infectada


É o chamado «caso zero», ou seja, o primeiro humano infectado pelo vírus de que há registo. As autoridades de saúde mexicanas confirmaram que se trata de Edgar Hernandez, um rapaz de cinco anos, que vive em La Gloria, perto de uma quinta com gado suíno, refere a CNN.
«O caso zero é determinante para podermos desenhar a cadeia de transmissão da doença e a história natural dela. A partir daí poderemos saber tudo sobre esta gripe para cortarmos a cadeia o mais rapidamente possível», disse Cristina Furtado, epidemiologista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, ao tvi24.pt.
Edgar sobreviveu ao vírus no início de Abril e as autoridades de saúde mexicanas apressaram-se a recolher amostras de toda esta comunidade de cerca de três mil pessoas: o menino de cinco anos foi o único que acusou positivo no teste do vírus da gripe suína. Ou seja, terá sido Edgar Hernandez a contrair o vírus a partir de um suíno e a passá-lo por via aérea para outro humano, desencadeando a pandemia do H1N1 que, recorde-se, é exclusivamente humano.
Até agora, há sete mortes confirmadas a nível laboratorial no México e uma nos EUA. «O primeiro país é sempre o menos preparado. Agora já nos é mais fácil detectar casos precocemente. Ainda não sabemos muito sobre o vírus, mas factores como a condição social, o grupo etário, a vacinação e o ambiente poderão influenciar a taxa de mortalidade com maior incidência no México, apesar de haver casos um pouco por todo o mundo», explicou a mesma especialista.
A epidemiologista acrescentou que a gripe mexicana «é mais difícil de tratar, uma vez que se transmite por via aérea, de humano para humano». Basta um espirro, tosse ou mesmo durante a fala para uma pessoa infectada contaminar outra: «Tudo o que envolva excreção de gotículas.»
O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, como laboratório nacional de referência da gripe, faz parte da comissão de acompanhamento da gripe suína em Portugal. «Todas as análises para detectar o vírus passarão por aqui», adiantou Cristina Furtado, exemplificando com o caso da criança internada no Hospital de S. João: «Se os médicos considerarem que há uma grande probabilidade, segundo determinados critérios clínicos, de se tratar de um caso destes, as análises laboratoriais serão feitas aqui.»

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