sexta-feira, 22 de maio de 2009

Plásticas travam operações vitais


Aumenta o número de pessoas, especialmente de mulheres, que recorrem aos hospitais públicos para uma cirurgia estética, como reduzir as gorduras localizadas no corpo, barriga ou coxas, aumentar ou diminuir os seios.
As cirurgias estéticas, porém, ‘entopem’ os blocos operatórios e são tratadas, em alguns casos, em igualdade de circunstância com outros problemas mais graves, como as queimaduras, a deformação da mão, que impede a pessoa para o trabalho, os casos de cicatrizes, que perturbam a funcionalidade e até a capacidade de alimentação, entre outros.
Esta situação deve-se à falta de orientações por parte do Ministério da Saúde aos hospitais para haver uma discriminação destes casos. Como não existem tais orientações, as unidades de saúde tratam a maioria dos doentes em igualdade de circunstâncias. À excepção dos casos clínicos considerados graves e prioritários.
O alerta é feito ao CM pelo cirurgião Vítor Fernandes, membro do Colégio da Especialidade de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva Estética da Ordem dos Médicos. “Essas pessoas recorrem aos hospitais, mas não estão doentes. A Ordem tem vindo a sensibilizar os médicos para uma análise criteriosa dos casos, o que já acontece.”
Esse problema é reforçado com dados agora divulgados pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde, que revela que 7338 doentes estavam inscritos para uma cirurgia, em Setembro de 2008. Quase metade dos casos (40 por cento) com tempos de espera superiores aos previstos para os níveis de prioridade clínica.

QUATRO MIL MORTES
Enquanto esperavam uma consulta ou tratamento, incluindo cirúrgico, morreram nove mil pessoas, desde 2004, com problemas relacionados com a obesidade, denuncia a Associação de Obesos e Ex-Obesos de Portugal (Adexo).

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