sábado, 20 de junho de 2009

Marcha Fertilidade: Centenas de pessoas esperadas domingo


Várias centenas de pessoas são esperadas amanhã na segunda Caminhada pela Fertilidade, no Porto, para sensibilizar a população para um problema que afecta cerca de 300 mil casais portugueses, anunciou a Associação Portuguesa de Fertilidade.
A marcha, que tem um percurso de dois quilómetros e irá decorrer no Parque da Cidade do Porto, assinala o Dia Nacional da Fertilidade e o Mês Internacional da Fertilidade e tem como objectivo «sensibilizar os cidadãos para os actuais problemas de fertilidade e promover a saúde reprodutiva».
Em declarações à agência Lusa, Fernando Oliveira, da associação, adiantou que é preciso sensibilizar a sociedade para «a medicina de reprodução assistida, que tem sido desprezada».
Fernando Oliveira lembrou que esta matéria foi «regulada há muito pouco tempo pelo Governo (Abril), mas continua a carecer de apoios».
«Apesar dos anúncios que têm vindo a acontecer, nomeadamente a intenção do Ministério da Saúde de permitir que casais em lista de espera há mais de 12 meses possam ser encaminhados para o sistema privado, não houve até este momento um único casal que tivesse transitado do público para o privado», frisou.

Questionado pela Lusa sobre o porquê deste atraso, Fernando Oliveira adiantou que a explicação é, por um lado, administrativa e, por outro lado, burocrática devido à dificuldade do Estado em construir uma lista integrada de todos os casais que estão à espera de tratamento há 12 meses em todo o país.
A caminhada serve também para desmistificar o problema da infertilidade, considerado ainda um «assunto tabu» para muitos portugueses. «É preciso que a sociedade entenda que a reprodução assistida não é algo excepcional e que faz parte da sociedade contemporânea», sublinhou o responsável, lembrando que a infertilidade deriva em parte da vida actual: «as pessoas têm filhos mais tarde, os níveis de poluição aumentaram e os comportamentos mudaram».

Os últimos dados da Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução apontam para 300 mil casais inférteis, «um número muito significativo de pessoas em idade reprodutiva que não conseguem ter filhos sem a ajuda da medicina», sustentou. No entanto, esta ajuda é «cara e demorada», uma situação que contribui para que «milhares de crianças» deixem de nascer em Portugal por falta de apoios, acrescentou.
Em Abril, a ministra da Saúde, Ana Jorge, anunciou que existem 2800 casais em lista de espera, sendo as situações mais graves na região de Lisboa e Vale do Tejo e no Sul do país, porque apenas existem duas instituições públicas (MAC e Hospital de Santa Maria) para dar resposta a estes casais. LUSA

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