sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Erro humano na Oftalmologia


Falhas e procedimentos que podem levar a erro humano foram detectados no funcionamento do Serviço de Oftalmologia e na farmácia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. A conclusão é da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), que averiguou o caso dos seis doentes que cegaram, a 17 de Julho, após tratamento aos olhos.
O inquérito, ontem divulgado, não esclarece se houve troca ou defeito do medicamento, negligência por erro médico, infecção hospitalar ou sabotagem.
O juiz-desembargador Eurico Reis, que preside à comissão que irá avaliar as indemnizações a pagar aos seis doentes, disse ao CM que esses erros não irão ter peso na hora de decidir o valor. "Há danos que devem ser indemnizados independentemente do que os causou. Eventuais falhas que existam serão relevantes, não para nós, mas para os processos criminale de responsabilidade disciplinar."
No relatório, a entidade reguladora concluiu que tais actos são "susceptíveis de não assegurarem adequados padrões de qualidade e segurança dos cuidados de saúde, sendo passíveis de lesar os direitos dos utentes".
A ERS ordenou ao Hospital de Santa Maria que melhore os procedimentos no circuito do medicamento, para prevenir falhas passíveis de lesar a saúde dos utentes e para proceder à revisão dos circuitos do bloco operatório, acautelando maior segurança. Considera ainda necessária maior fiscalização e recomenda auditorias internas e externas regulares.
O presidente da ERS, Álvaro Almeida, afirmou ao CM que as recomendações já foram executadas pelo hospital, mas não exclui a hipótese de ser efectuada nova fiscalização. "O nosso objectivo não foi apurar responsabilidades, mas garantir que os procedimentos que se adoptam garantem a segurança dos tratamentos", sublinhou, salientando que apurar responsabilidades disciplinares compete à Inspecção-Geral das Actividades em Saúde e criminais compete ao Ministério Público e à PJ.
O CM tentou obter esclarecimento do hospital, mas não foi possível. CM

Sem comentários: