sábado, 10 de outubro de 2009

Robô vítima de trauma treina profissionais


Silva foi vítima da explosão de uma mina. Uma equipa médica portuguesa luta para salvá-lo no meio da selva, mas trata-se apenas de um boneco com o qual médicos e enfermeiros vão aprender a actuar em cenário de guerra.Com 1,80 metros de altura e 80 quilos, Silva luta pela sobrevivência. Aparentemente não tem feridas exteriores, mas entrou em paragem cardio-respiratória, o que obrigou a equipa de trauma e emergência (médico, enfermeiro e socorrista) a usar um desfibrilhador, depois de ter tentado reanimá-lo com uma massagem cardíaca.O boneco robô é accionado por um simulador que permite a programação de diversas situações de trauma. Silva respira, tem pulsação, sangra e pode ser entubado e sujeito a intervenções críticas e a medicação, como qualquer doente.O robô faz parte do Centro de Simulação Médica do Exército, inaugurado no dia em que o Hospital Militar Principal comemora o 175.º aniversário.Além de possibilitar o treino em ambiente hospitalar, o Centro de Simulação prepara equipas médicas para ambientes de campanha (pré-hospitalar e hospital de Campanha), constituindo um suporte essencial para o treino dos profissionais de saúde militares."Vamos capacitar essas equipas para actuar em terreno adverso", nomeadamente nas acções das missões nacionais militares destacada no estrangeiro, mas também no reforço da saúde civil portuguesa em situação de catástrofe ou emergência, disse à agência Lusa o tenente-coronel Jácome de Castro.O médico explicou que esta tecnologia foi desenvolvida pelo exército norte-americano na década de 90 para possibilitar a formação em situações que no dia-a-dia os hospitais não estão em condições de fornecer.O Centro de Simulação tem duas valências: Uma área para treino de emergência hospitalar e outra para treino em situações adversas.O Hospital Militar Principal tem ainda um hospital de campanha, com um bloco operatório, uma Unidade de Cuidados Intensivos e tele-medicina, para que os profissionais de saúde que estejam no terreno possam ser acompanhados e aconselhados pela estrutura hospitalar fixa.Montado nas instalações do Hospital Militar Principal, o hospital de campanha dispõe de equipamento de cirurgia e de várias camas."O hospital está pronto para partir em qualquer momento, para qualquer ponto do globo. Nós podemos ser chamados a utilizá-lo em missões internacionais e no território nacional", garantiu o médico Jácome de Castro."Em seis horas temos capacidade de colocar uma primeira parte do hospital em qualquer ponto do território nacional, em 24 horas instalar um hospital com 12 camas, a funcionar em pleno, e em 74 horas um hospital com 40 camas", garantiu.

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