terça-feira, 10 de novembro de 2009

Gripe A: Vacina é «segura» e médicos devem ser vacinados

A vacina contra a gripe A (H1N1) é tão «segura» como as vacinas das gripes sazonais e os médicos de família portugueses devem administrá-la a si próprios e aos doentes, defendeu hoje uma especialista britânica.
«A vacina é segura. À semelhança de todas as outras vacinas, foi licenciada pela Agência Europeia do Medicamento e submetida ao mesmo processo de testes pelo qual, todos os anos, passam as vacinas da gripe sazonal», afirmou a médica de família Maureen Baker.
A especialista, secretária honorária e responsável pelo estudo da gripe A do «Royal College of General Practitioners» (Colégio Real de Médicos de Família), falava aos jornalistas em Évora, à margem de um congresso médico.
A fechar o 14.º Congresso Nacional de Medicina Familiar, promovido pela Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral (APMCG), Maureen Baker transmitiu a experiência do Reino Unido no combate à gripe A.
Questionada acerca das dúvidas em Portugal quanto à vacina contra o vírus H1N1, nomeadamente entre os profissionais de Saúde, a médica britânica argumentou que os seus colegas portugueses devem confiar neste meio de combate à gripe A.
«Enquanto médicos de família, se temos confiança para prescrever aos nossos doentes a vacina para a gripe sazonal, também temos que estar confiantes no que toca à vacinação contra a gripe A», disse.
Por isso, embora seja uma «decisão pessoal», tanto os doentes como os médicos de clínica geral devem ser vacinados, sustentou, realçando que, «quantas mais pessoas» aderirem à vacinação, «menor será o número de afectados».
«Defendo que os médicos devem ser vacinados. Primeiro, para que possam assegurar a continuidade das suas consultas e o funcionamento dos serviços de saúde, para poderem cuidar dos doentes, e, em segundo lugar, porque isso demonstra confiança», afirmou.
A especialista frisou não encontrar «qualquer razão» para que as pessoas não tenham, quanto a esta vacina, «a mesma confiança» do que a que têm na vacina para a gripe sazonal.
Maureen Baker alertou ainda que, em Portugal, os médicos devem acautelar os meses que se seguem, que vão coincidir com o Inverno, em que se espera um aumento dos casos de pessoas afectadas pela gripe A.
«Os médicos de família têm que estar bem preparados e devem planear a forma como vão responder a um elevado número de pessoas doentes com gripe A», avisou.
Em Portugal, continuou, os médicos devem ter consciência que, se os hospitais tiverem muito movimento e se tornar difícil internar os doentes, «mais pessoas, que normalmente seriam admitidas numa unidade hospitalar, terão que ter assistência em casa».
«É provável que os médicos de família estejam envolvidos nesse processo» e «têm que pensar como vão usar os recursos de que dispõem para conseguir dar a melhor resposta aos seus doentes», insistiu, asseverando que os clínicos só poderão responder a esse incremento de trabalho se «eliminarem o trabalho não urgente, até que passe o pico de actividade da gripe A».
Um total de 154 pessoas do Reino Unido já tinham morrido, até à passada quinta-feira, devido à gripe A, relatou a especialista. Lusa

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