sábado, 30 de janeiro de 2010

Enfermeiros aprovam resolução para entregar no Ministério

Os cerca de 15 mil enfermeiros em marcha de protesto em Lisboa vão entregar no Ministério das Finanças uma resolução aprovada hoje a declarar que estão «fortemente empenhados» em desenvolver «novas e mais radicais formas de luta» em defesa das suas revindicações.
José Carlos Martins, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, disse à agência Lusa que a resolução foi aprovada pelos "cerca de 15 mil enfermeiros" durante a concentração em frente ao Ministério da Saúde, que antecedeu a marcha de protesto, já considerada pela estrutura sindical como a maior desde 1976 e que decorre no âmbito de uma greve nacional de três dias que termina hoje.
No documento aprovado, os enfermeiros declaram-se "totalmente disponíveis e fortemente empenhados em desenvolver novas e mais radicais formas de luta" caso o Governo, no desenvolvimento deste processo negocial, "não se aproxime das propostas sindicais".
José Carlos Martins adiantou que os enfermeiros consideram "inadmissível que o Governo esteja a propor para a carreira especial dos enfermeiros e ao nível da remuneração de ingresso a manutenção dos actuais injustos 1020 euros até 2014 e 2015".
Na cabeça da marcha de protesto, os manifestantes empunham uma tarja com a inscrição "em luta pela valorização dos enfermeiros", enquanto entoam palavras de ordem como "basta de ser explorada, a formação especializada" e a "luta contínua, a enfermagem está na rua".
Os enfermeiros portugueses promoveram uma greve nacional de três dias contra a proposta de ingresso na carreira a receber 995 euros, um valor abaixo dos actuais 1020 euros, como alegam, o que já foi desmentido pelo Ministério da Saúde.
As cotas que limitam o acesso de apenas 10 por cento destes profissionais ao topo da carreira são outro dos motivos invocados para a realização da greve.
O Ministério da Saúde esclareceu que a proposta de ingresso na carreira que está em discussão com os enfermeiros é no sentido de manter o valor actual dos 1020 euros.
"A última proposta de ingresso na carreira que foi entregue pelo Ministério da Saúde aos enfermeiros foi no sentido de manter o actual valor, 1020 euros, e não descer para 995 euros", como têm afirmado os enfermeiros, disse fonte oficial do Ministério à agência Lusa.
A proposta coloca "a entrada no nível 15 (1201,48 euros)" e "todos os que ganham menos actualmente passam a ganhar este valor num horizonte temporal de três/quatro anos e, neste período, quem entra nunca ganharia menos do que aquilo que se ganha hoje na entrada, ou seja, 1020", acrescentou. LUSA

2 comentários:

moves disse...

Os órgãos de informação, incluindo os que servem caninamente o Governo, tiveram que revelar a verdade dos números, cerca de vinte mil enfermeiros manifestam-se no centro da capital, obstruindo trânsito, lançando a confusão na ordem estabelecida idealizada pelo engenheiro Sócrates. Isto é, o país não está feliz e, em particular os enfermeiros que se sentem revoltados e injustiçados. Está aí, para quem tivesse dúvidas, a maior manifestação de rua que alguma vez os enfermeiros realizaram - a data 29 de Janeiro de 2010 será uma data histórica!

Conseguiu-se encher a Avenida da Liberdade, a considerada coluna dorsal da vida lisboeta vista pelo movimento do trânsito, o que poucos grupos profissionais conseguiram fazer. Os lisboetas tiveram que reparar no descontentamento dos enfermeiros e deram-lhe o seu apoio. Foram inúmeras as pessoas que proferiram palavras de incentivo à medida que passávamos e algumas até bateram palmas. É importante ter a simpatia e o apoio do povo.

Foram muitas as faixas com palavras de ordem organizadas pelos sindicatos, mas também se viram, e estas revestidas de maior valor simbólica, faixas e cartazes criados espontaneamente, alguns até feitos à mão, por vários enfermeiros que, assim, quiseram expressar a sua revolta e vontade de lutar. Viram-se lado a lado enfermeiros e estudantes, muita gente jovem, mas também enfermeiros séniores. Muita gente de fora, cerca de 16 mil enfermeiros, que vieram de autocarro, mas muitos enfermeiros de Lisboa, de Setúbal, e da região, que pretenderam dizer PRESENTE!

Mas não tenhamos ilusão, ao contrário de colegas que afirmaram que não esperavam voltar a Lisboa porque esperam que as questões que levaram tantos milhares de enfermeiros à capital sejam resolvidas dentro em breve, nós somos levados a crer que a luta ainda está longe de terminar. Iremos assistir, nos tempos mais próximos, a mais uma dose de demagogia e de falsa disponibilidade por parte da ministra, iremos ter mais reuniões para entreter. A grande maioria dos enfermeiros está disposta a radicalizar a luta, o entusiasmo é grande e a embalagem é imparável. Esperamos que, para a próxima, a manifestação se dirija a S. Bento, porque é aqui que se encontra o centro do poder.

Não tenhamos ilusão, a luta é dura, mas nós não vergamos!
http://movimentoenfermeiros.blogspot.com/

nando disse...

SÓ GOSTARIA DE RECORDAR QUE NÃO É SÓ O SALÁRIO DE INICIO DE CARREIRA QUE ESTÁ EM DISCUSSÃO. COMO IGUALMENTE AS TRANSIÇÕES PARA A NOVA CARREIRA (DE FORMA JUSTA TENDO EM CONSIDERAÇÃO O TEMPO DE EXERCICIO PROFISSIONAL); A VALORIZAÇÃO DOS ENFERMEIROS ESPECIALISTAS; OS RACIOS DOS ENFERMEIROS PRINCIPAIS. OU SEJA PELA IGUALDADE EM RELAÇÃO A OUTROS TECNICOS SUPERIORES DA FUNÇÃO PÚBLICA.