Os enfermeiros espanhóis já podem prescrever medicamentos, uma possibilidade que os médicos portugueses jamais aceitariam por considerarem que estes profissionais não estão habilitados e por defenderem a máxima: «cada macaco no seu galho».
A possibilidade de os enfermeiros espanhóis prescreverem medicamentos, para já os sem receita médica e, após regulamentação própria, os sujeitos a prescrição clínica, data de 30 de Dezembro do ano passado. Em Espanha, os enfermeiros aplaudiram a medida, considerando-a uma concretização do que já acontece na prática, mas os médicos reiteraram a oposição que manifestam há muito tempo.
Questionado sobre a possibilidade de os enfermeiros portugueses passarem a ter esta prerrogativa, o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, alertou para os «enormes riscos» para a população. «Pôr pessoas que não têm qualificação para prescrever a fazer uma coisa para a qual não têm qualificação é muitíssimo arriscado. É a mesma coisa que os médicos pilotarem aviões», disse.
Para o bastonário, se um medicamento não é sujeito a receita médica, é porque não precisa de ser prescrito e se os enfermeiros agora passam a receitar estes fármacos só pode ser para «brincarem aos médicos». Por outro lado, «se os medicamentos são de receita médica, isso significa que só podem receitados por quem tem qualificação: os médicos».
«Não podemos permitir que os enfermeiros prescrevam medicamentos porque não têm habilitação para isso. Trata-se de gente imprescindível, de grande dignidade e com cursos superiores, mas sem habilitação para prescrever medicamentos», sublinhou. O bastonário considera que a situação em Espanha, que se segue a outros países como Inglaterra, é «uma fraude» e garante que, «se o governo português optar pelo caminho do governo espanhol», não terá o apoio da Ordem dos Médicos.
«Isto é claramente uma má medida. É a mesma coisa que os auxiliares de acção médica agora poderem dar injecções. Cada macaco no seu galho», rematou. Para Pedro Nunes, esta possibilidade nem sequer é almejada pelos enfermeiros portugueses. «Os que querem [prescrever medicamentos] são os que, em vez de pensarem na dignidade da sua profissão, querem brincar aos médicos».
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros sublinhou que «os contextos nacionais não são os mesmos» e que os enfermeiros espanhóis não tinham, como os portugueses têm, um quadro regulamentador. É esse quadro (Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros) que define as intervenções dos enfermeiros e no qual se lê que estes «procedem à administração da terapêutica prescrita, detectando os seus efeitos e actuando em conformidade, devendo, em situação de emergência, agir de acordo com a qualificação e os conhecimentos que detêm, tendo como finalidade a manutenção ou recuperação das funções vitais».
Maria Augusta de Sousa recorda que, segundo este quadro regulamentador, «a prescrição do medicamento é da responsabilidade dos médicos», mas que, «em situação de urgência, os enfermeiros prescrevem e administram, não esperam que a pessoa morra para depois irem buscar um médico». Também ao nível das «intervenções interdependentes», a bastonária afirma que existem protocolos, «devidamente estabelecidos entre médicos e enfermeiros», que permitem que os enfermeiros administrem e avaliem, sob o ponto de vista da medicação.
Maria Augusta de Sousa sublinha que «a prescrição terapêutica de medicamentos é da responsabilidade médica» e que só em situações de emergência, e quando o médico não está, é que o enfermeiro actua. Sobre a possibilidade de os enfermeiros virem a prescrever medicamentos em Portugal, a bastonária considera que este «é um caminho evolutivo que, mais tarde ou mais cedo, se clarificará». Lusa
A possibilidade de os enfermeiros espanhóis prescreverem medicamentos, para já os sem receita médica e, após regulamentação própria, os sujeitos a prescrição clínica, data de 30 de Dezembro do ano passado. Em Espanha, os enfermeiros aplaudiram a medida, considerando-a uma concretização do que já acontece na prática, mas os médicos reiteraram a oposição que manifestam há muito tempo.
Questionado sobre a possibilidade de os enfermeiros portugueses passarem a ter esta prerrogativa, o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, alertou para os «enormes riscos» para a população. «Pôr pessoas que não têm qualificação para prescrever a fazer uma coisa para a qual não têm qualificação é muitíssimo arriscado. É a mesma coisa que os médicos pilotarem aviões», disse.
Para o bastonário, se um medicamento não é sujeito a receita médica, é porque não precisa de ser prescrito e se os enfermeiros agora passam a receitar estes fármacos só pode ser para «brincarem aos médicos». Por outro lado, «se os medicamentos são de receita médica, isso significa que só podem receitados por quem tem qualificação: os médicos».
«Não podemos permitir que os enfermeiros prescrevam medicamentos porque não têm habilitação para isso. Trata-se de gente imprescindível, de grande dignidade e com cursos superiores, mas sem habilitação para prescrever medicamentos», sublinhou. O bastonário considera que a situação em Espanha, que se segue a outros países como Inglaterra, é «uma fraude» e garante que, «se o governo português optar pelo caminho do governo espanhol», não terá o apoio da Ordem dos Médicos.
«Isto é claramente uma má medida. É a mesma coisa que os auxiliares de acção médica agora poderem dar injecções. Cada macaco no seu galho», rematou. Para Pedro Nunes, esta possibilidade nem sequer é almejada pelos enfermeiros portugueses. «Os que querem [prescrever medicamentos] são os que, em vez de pensarem na dignidade da sua profissão, querem brincar aos médicos».
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros sublinhou que «os contextos nacionais não são os mesmos» e que os enfermeiros espanhóis não tinham, como os portugueses têm, um quadro regulamentador. É esse quadro (Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros) que define as intervenções dos enfermeiros e no qual se lê que estes «procedem à administração da terapêutica prescrita, detectando os seus efeitos e actuando em conformidade, devendo, em situação de emergência, agir de acordo com a qualificação e os conhecimentos que detêm, tendo como finalidade a manutenção ou recuperação das funções vitais».
Maria Augusta de Sousa recorda que, segundo este quadro regulamentador, «a prescrição do medicamento é da responsabilidade dos médicos», mas que, «em situação de urgência, os enfermeiros prescrevem e administram, não esperam que a pessoa morra para depois irem buscar um médico». Também ao nível das «intervenções interdependentes», a bastonária afirma que existem protocolos, «devidamente estabelecidos entre médicos e enfermeiros», que permitem que os enfermeiros administrem e avaliem, sob o ponto de vista da medicação.
Maria Augusta de Sousa sublinha que «a prescrição terapêutica de medicamentos é da responsabilidade médica» e que só em situações de emergência, e quando o médico não está, é que o enfermeiro actua. Sobre a possibilidade de os enfermeiros virem a prescrever medicamentos em Portugal, a bastonária considera que este «é um caminho evolutivo que, mais tarde ou mais cedo, se clarificará». Lusa
1 comentário:
Sejemos realistas, na grande maioria das vezes é o enfermeiro que perscreve a medicação e a administra pois só depois é que chega o médico. SE isto não acontecesse muito doente MORRERIA!!!!!!!!
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