quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Médicos aposentados aumentam um terço
Em 2009 aumentou em um terço o número de médicos que pediram a reforma, passando dos 380, em 2008, para os 503 pedidos de aposentação em 2009, o que representa um acréscimo de 123 reformas. Os sindicatos crêem que esse número vai disparar ainda mais durante este ano, devido às novas fórmulas de cálculo das pensões, e alertam que o problema irá reflectir-se no aumento dos utentes sem médico ou no aumento das listas de espera para consultas e para cirurgias.
Carlos Santos, dirigente do Sindicato Independente dos Médicos, está convicto de que haverá "uma sangria" de médicos no Serviço Nacional de Saúde. "Parece que o Governo está a pedir aos médicos para saírem, o que vai ser o colapso do SNS. Quem paga é o utente."
Há muitos médicos que estão a pedir a reforma, apesar de terem altas penalizações: mais de 20 por cento de desconto na remuneração por cada ano até atingir a idade da reforma. Carlos Santos justifica: "Compensa mais ter uma penalização alta e ir trabalhar para o privado do que continuar no SNS." Mário Jorge, presidente da Federação Nacional dos Médicos, salienta o mal-estar na classe. "Há um mau ambiente e um sentimento generalizado de desagrado porque há desrespeito pela autonomia técnica do médico e este vai-se embora, não está para pactuar com a situação."
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