Os enfermeiros recusam trabalhar nos CODU (Centros de Orientação de Doentes Urgentes) se a tutela não garantir a manutenção das suas funções durante 24 horas por dia, anunciou o coordenador nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
“Ou os enfermeiros permanecem 24 horas por dia nos CODU ou, a partir de quarta feira, deixará de haver enfermeiros” nestes centros, afirmou hoje, em Coimbra, em conferência de imprensa, o coordenador nacional do SEP, José Carlos Martins.
A decisão destes profissionais, explicou aquele responsável, está apenas dependente do resultado da reunião que o SEP terá na terça feira com o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, para debater a questão.
Além de “não aceitarem permanecer” nos quatro CODU em funcionamento (Porto, Coimbra, Lisboa e Faro), os enfermeiros estão dispostos a adotar formas de luta “mais radicais”, para reporem o “funcionamento normal” destes centros, isto é, com a prestação de enfermeiros, durante 24 horas diárias.
“O Ministério da Saúde só assume soluções mediante pressão”, considerou José Carlos Martins, justificando a disposição dos enfermeiros de enveredarem por outras formas de luta, que se escusou a especificar, mas sem afastar o recurso à greve.
Numa reunião, em dezembro de 2009, com a ministra da Saúde, o Conselho Diretivo (CD) do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) – no âmbito do qual funcionam os CODU – e o SEP, a própria ministra Ana Jorge garantiu não estar no “horizonte” a “possibilidade de os enfermeiros serem substituídos por outros técnicos”, recordou José Carlos Martins.
Em 26 de março, no entanto, o CD do INEM “informou os diretores regionais” que a partir de 01 de abril deixariam de “exercer funções em todos os CODU”.
Cinco dias depois, em 31 de março, após reunião do CD do INEM com a ministra e com o secretário de Estado da Saúde, aquele Conselho Diretivo “informou os enfermeiros que se manteriam” em funções nos CODU, “mas apenas durante o período” entre as 08:00 e as 20:00 e “só até final de abril”, acrescentou o dirigente sindical.
“Ninguém compreende a deriva do CD do INEM: primeiro, os enfermeiros são necessários, depois não fazem falta, depois já são precisos entre as 08:00 e as 20:00”, enfim, “isto revela incompetência”, disse.
“O CD do INEM devia demitir-se”, apelou José Carlos Martins, afirmando que “são mais os problemas” que os responsáveis do INEM “estão a causar” do que “aqueles que resolvem”.
Os enfermeiros “não estão disponíveis para aceitar derivas de orientação. Isto é inaceitável”, realçou também o coordenador nacional do SEP, criticando a tutela e, particularmente, o CD do INEM.
O Conselho Diretivo do INEM, se não se demitir, “deve ser substituído”, defendeu o sindicalista.
terça-feira, 6 de abril de 2010
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