segunda-feira, 21 de março de 2011

Farmacêuticos defendem prescrição por substância activa

A Ordem dos Farmacêuticos insistiu hoje junto do Presidente da República na necessidade de instituir a prescrição de medicamentos por substância ativa, considerando que o doente deve poder escolher o remédio mais barato.
"O doente tem de ter o poder de escolher, com base na prescrição médica, o medicamento de preço mais baixo, se assim o entender", afirmou o bastonário dos Farmacêuticos à agência Lusa no final do encontro com o Presidente da República (PR), Cavaco Silva.

Esta reunião tinha sido pedida pela Ordem, com caráter de urgência, na sequência do veto presidencial ao diploma que instituía a obrigação de prescrição por denominação comum internacional (DCI). O diploma do Governo permitia que a prescrição da marca do medicamento pelo médico fosse substituída pelo farmacêutico, a menos que, na receita, fosse incluída a respetiva justificação técnica.

"Tivemos oportunidade de apresentar ao Presidente da República os esclarecimentos de natureza técnica e científica sobre esta matéria", declarou hoje o bastonário Carlos Maurício Barbosa.

O responsável considera urgente instituir a prescrição por substância e eletrónica e assegura que "os farmacêuticos saberão muito bem dialogar com os doentes, esclarecendo-os se houver necessidade".

Sobre o recuo do Governo na redução do preço dos medicamentos, Maurício Barbosa saudou a suspensão da revisão de preços por dois anos, argumentando que o setor precisa de estabilidade.

"O ano de 2010 foi de grande instabilidade. Saudei o Governo por ter feito este acordo de estabilização de preços. Mas é importante que os doentes também tenham possibilidade de diminuir os seus encargos", referiu, lembrando que no ano passado os doentes não beneficiaram da redução de 6%, porque viram as comparticipações estatais serem também diminuídas.

O Ministério da Saúde anunciou esta semana que o Governo decidiu suspender a revisão dos preços dos remédios, medida através da qual espera poupar já este ano mais 100 milhões de euros, sem prejuízo para os utentes, mas também sem qualquer benefício para estes.

A medida foi anunciada depois de há cerca de duas semanas o secretário de Estado da Saúde ter garantido que o preço dos medicamentos ia baixar já em abril.

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