sábado, 26 de março de 2011

Mais de mil farmácias em risco de fechar, diz ANF

O presidente da Associação Nacional de Farmácias revelou esta sexta-feira que mais de mil farmácias estão com a sua sustentabilidade "claramente ameaçada" e revelou que nenhuma farmácia instalada em hospitais cumpriu as suas obrigações financeiras.

João Cordeiro falava no discurso de abertura do décimo Congresso Nacional de Farmácias, que decorre em Lisboa até sábado com o tema "Política Social do Medicamento", durante o qual traçou o quadro de crise que atinge as farmácias portuguesas.

"Há 1.056 farmácias, 40 por cento do número total, essencialmente rurais, cuja sustentabilidade está claramente ameaçada", disse João Cordeiro, acrescentando: "o número de farmácias com fornecimentos suspensos pelos grossistas era já de 450, um crescimento de 76%, no espaço de um ano".

Avançou ainda que «o número de processos judiciais para regularização de dívidas de farmácias ao sector grossista era de 186, um crescimento de 54 por cento, no espaço de um ano. O número de farmácias com acordos de regularização de dívidas com os grossistas era de 462, um crescimento de 158 por cento, no espaço de um ano».

Depois, João Cordeiro deixou uma pergunta à audiência: «Como foi possível que o nosso sector tivesse passado em tão curto espaço de tempo de uma situação de desenvolvimento para uma situação de crise?». Esta é «uma crise que tem origem na ausência de vontade política para diagnosticar, enfrentar e resolver os problemas», acusou.

O presidente da ANF aproveitou para deixar uma denúncia: «Nenhuma das seis farmácias instaladas em hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) cumpriu as suas obrigações financeiras para com o respectivo hospital». E, sobre esta matéria, lançou uma questão: «Quanto está a custar ao Ministério da Saúde a aventura destas seis farmácias?».

O bastonário dos Farmacêuticos também fez criticas ao Governo, dizendo que «a retirada da informação do preço da embalagem do medicamento feriu quase de morte a credibilidade de todo o circuito do medicamento aos olhos do grande público».

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