domingo, 9 de outubro de 2011

Alzheimer pode ser uma doença transmissível

A doença de Alzheimer pode ser transmissível? De acordo com um novo estudo, sim. Investigadores da Universidade do Texas afirmam que em alguns casos, a condição pode ter-se desenvolvido a partir de um processo infeccioso, de forma parecida com o desenvolvimento da encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como a doença das vacas loucas.
Os cientistas injectaram tecido de cérebro humano de pacientes com a doença de Alzheimer em ratos de laboratório. Esses animais acabaram por desenvolver danos cerebrais semelhantes aos causados pela doença. Com o tempo, esse dano propagou-se por todo o cérebro dos ratos. Os animais que receberam injecções de tecidos saudáveis não apresentaram os mesmos problemas.

«O mecanismo subjacente à doença de Alzheimer é muito semelhante ao das doenças do príon», explica o investigador Claudio Soto. Os príons são agentes que podem tornar-se patogénicos, causando doenças crónicas que levam à degeneração do sistema nervoso central.

«(O mecanismo) envolve um proteína normal que se deformou, e é capaz de se espalhar ao transformar proteínas boas em más. As proteínas más acumulam-se no cérebro, formando depósitos de placas que acredita-se que matam neurónios na doença de Alzheimer», completa o cientista.


Os resultados encontrados na pesquisa ainda são muito preliminares, e os investigadores não sabem se o que aconteceu com os ratos aconteceria da mesma forma em humanos. Além disso, a contaminação dos animais aconteceu num ambiente controlado e em condições artificiais, que provavelmente não aconteceriam na realidade. O próximo passo para os cientistas é descobrir se a transmissão poderia ocorrer em situações mais naturais.

A pesquisa foi publicada a 4 de Outubro na revista Molecular Psychiatry.

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