sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

I Conferência de Regulação da Ordem dos Enfermeiros

No Centro de Congressos de Lisboa deu-se inicio, no dia de ontem, à primeira Conferência de Regulação da Ordem dos Enfermeiros com a presença de referências nacionais e internacionais para a Enfermagem e não só...

Surpreendente foi a presença da Sra Enfermeira Hiroko Minami, a actual Presidente do Conselho Internacional dos Enfermeiros (ICN) que num discurso eloquente falou da importância da regulação da profissão (prestação de cuidados de saúde) que satisfaçam as necessidades dos cidadãos, desenvolvendo as suas competências com visão futura. Referiu ainda que a certificação das competências é uma temática em constante desenvolvimento, devendo ser guiada por uma entidade reguladora. Referênciou também o governo como factor desencadeante e motivador para esta evolução e comprometimento de qualidade para com todos os utentes.

A Sra Enfermeira manteve sempre um discurso politicamente correcto e apasiguador mas demasiado ambíguo, tal como o fez no último ICN em Yokohama. No entanto, a Sra Enfermeira Minami tem toda a razão quando referiu que a certificação das competências deve ser orientada por uma entidade reguladora, não sei é se essa entidade será a OE porque pelo que se tem visto, os enfermeiros nao têm sentido essa certificação (apoio) nos últimos anos e antes pelo contrário, os enfermeiros estão a perder certas competências que até à uns meses eram indiscutíveis.
A certificação de competências deve estar em constante desenvolvimento mas, em Portugal tudo se mantém no mesmo desde 1999...

De renome internacional falaram ainda 2 enfermeiros: Maximo Jurado ( representante de Espanha) e Jean Chen (representante da OMS) ambos com discursos sobre a actualidade no que respeita à regulação da profissão, o primeiro sobre a evolução espanhola que neste momento enfrenta outro tipo de necessidades, muito diferentes de há 10 anos atrás e a segunda com referência à protecção dos cidadãos entanto profissão regulamentada internacionalmente.

Seguiu-se a apresentação da Sra Enfermeira Maria Augusta de Sousa, actual Bastonária da Ordem dos Enfermeiros que assumiu a regulação profissional como base do desenvolvimento ético e deontológico da enfermagem. Posteriormente falou orgulhosamente do Modelo de Desenvolvimento Profissional mas, muito pouco.

A Sra Bastonária até surpreendeu inicialmente ao referir a componente ética e deontológica como factor determinante para o desenvolvimento da enfermagem, enquanto autonoma e activa mas, pouco depois voltou à demagogia que tanto a representa e perdeu a plateia. Retomámos o discurso quando o Modelo de Desenvolvimento Profissional foi referido como um acordo (protocolo apalavrado) efectuado com o ministério da saúde que irá regulamentar a actividade profissional. E mais não disse, quando todos esperávamos que a bastonária divulgasse um pouco mais sobre este modelo e pudéssemos compreender de que forma isso iria regulamentar e beneficiar os enfermeiros, o discurso demagogo voltou... sensação de desilusão.

Esta primeira parte da Conferência foi pouco concreta no que respeita a projectos futuros sobre a regulamentação da profissão pelo Ordem dos Enfermeiros, quer nacional quer internacionalmente. De valorizar a troca de opiniões e ideias durante o intervalo, sendo a opinião unânime que esta parte em nada contribuiu para um esclarecimento activo sobre o futuro da OE, como era de prever.

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