terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Enfermeiros anunciam mais greves e mais manifestações


Os enfermeiros preparam-se para encetar «mais greves e mais manifestações», pelas quais responsabilizam o Governo por protelar a aprovação da alteração ao Estatuto da Ordem e da revisão da carreira de enfermagem.
O aviso foi hoje deixado pela Ordem e por quatro sindicatos de Enfermeiros, numa conferência de imprensa em que anunciaram que a greve marcada para sexta-feira deverá ter continuidade e ser seguida de protestos «mais radicais».
Os enfermeiros criticam a ministra da Saúde, Ana Jorge, por esta se ter comprometido com a alteração do Estatuto da Ordem dos Enfermeiros, capaz de «reforçar as condições da regulação profissional», sem que este compromisso se tenha traduzido em legislação.
Estes profissionais criticam ainda o facto de a revisão da carreira de Enfermagem entre os sindicatos e o Ministério da Saúde estar «bloqueada pelos sucessivos adiamentos das negociações por parte do Ministério, não apresentando o mesmo as respectivas propostas com que se comprometeu em 29 de Dezembro».

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros anunciou ainda que este organismo entregou hoje uma carta ao primeiro-ministro a «solicitar uma audiência urgente, no sentido de serem tomadas as medidas necessárias para que seja rapidamente aprovada a alteração estatutária».
Os enfermeiros não têm dúvidas: o protelamento das decisões do governo nesta área será «progressivamente factor de crescente instabilidade nos serviços de saúde, com consequências nefastas para a qualidade e segurança dos cuidados».
A falta de profissionais também preocupa as organizações, segundo as quais a Rede de Cuidados Continuados e Integrados espelha em esta realidade.
«A ordem dos Enfermeiros sabe que a média dos enfermeiros nas Unidades de Convalescença ronda os 14,8 ou 15,6 em tempo parcial, correspondendo a oito enfermeiros a tempo inteiro, número manifestamente insuficiente para elaborar e assegurar uma escala permanente», lê-se num comunicado.

Para já, os enfermeiros não especificam como é que vão endurecer as formas de luta. José Carlos Martins, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), deixa o aviso: «Mais greves e mais manifestações».(Agencia Lusa)

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