sábado, 30 de maio de 2009

Linha Saúde 24 despede enfermeira


Um dia depois de ter visto o Ministério da Saúde prorrogar o contrato de gestão da Linha Saúde 24 até 2011, a empresa Linha Cuidados de Saúde (LCS), que faz parte do grupo Caixa Geral de Depósitos, despediu a enfermeira supervisora que há oito meses denunciou o caos organizativo naquele serviço de saúde.
Na altura , os oito enfermeiros que também subscreveram a carta de denúncia enviada à ministra da Saúde, Ana Jorge, foram suspensos, mas quatro deles acabaram por ser readmitidos por pressão da tutela. A situação de conflito entre a LCS e os enfermeiros levou o director-geral da Saúde, Francisco George, a ameaçar não renovar o contrato com a empresa, mas este foi agora renovado e logo de seguida a enfermeira supervisora foi despedida pela empresa que gere a Linha.
O despedimento de Ana Rita Cavaco foi deliberado terça-feira, um dia após ter sido anunciada a decisão do Ministério de renovar o contrato com a LCS, na sequência de um processo disciplinar que tem por base uma carta falsa que envolve o director-geral da Saúde (DGS) e que está ainda em investigação no Ministério Público.
Contactada pelo CM, fonte oficial da LCS confirma o despedimento, alegando que há 'muitas razões fundamentadas'. 'Sempre falhou em termos de lealdade e cooperação com a empresa', acrescentou a mesma fonte que, quanto ao dia do despedimento, garante tratar-se de uma 'coincidência de datas e de prazos legais'. Os partidos vão exigir explicações à ministra.
BLOCO QUER EXPLICAÇÕES DA MINISTRA
O Bloco de Esquerda vai chamar a ministra Ana Jorge ao Parlamento. 'É inevitável', disse ao CM o deputado João Semedo, considerando que o despedimento da enfermeira – que denunciou o caos organizativo na Linha 24 – é 'gravíssimo' e demonstra que 'os conflitos laborais estão longe de ser resolvidos': 'Isso só confirma todas as nossas reservas e oposição à renovação do contrato.'
Já Teresa Caeiro, do CDS-PP, destaca a 'importância do serviço para a população e para o País', receando que os moldes em que a empresa LCS opera 'não contribua para a qualidade do serviço'. Ambos os deputados lembram que já pediram ao Ministério, sem sucesso, os relatórios de avaliação da Linha. Correio da Manhã

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