sábado, 30 de maio de 2009

«Perversidade» nos hospitais privados face doentes com cancro


A alta comissária para a Saúde, Maria do Céu Machado, disse hoje à Lusa que alguns hospitais privados praticam uma «perversidade» que «não pode existir», referindo-se, nomeadamente, aos doentes com cancro.
«Alguma perversidade que se vê nos privados não pode existir», afirmou à Agência Lusa a alta comissária, sublinhando que, à semelhança do que acontece em outros países, a legislação portuguesa deveria obrigar os hospitais privados a concluirem o tratamento dos seus doentes, mesmo que o «plafond» do seguro termine.
«Os doentes que iniciam tratamento num privado devem aí concluir o tratamento e não serem encaminhados para um hospital público», salientou.
Maria do Céu Machado considerou ainda que a iniciativa privada é importante, mas deve complementar-se ao sector público.
À margem da Conferência Nacional de Gestão Hospitalar, que terminou hoje no Centro de Congressos do Estoril, a alta comissária para a Saúde considerou essencial a existência de uma articulação entre os hospitais, os cuidados primários e os cuidados continuados.
Além disso, Maria do Céu Machado frisou que “os hospitais devem ser transparentes”, no sentido de que o cidadão quer e tem direito a saber os resultados da unidade de saúde e do serviço onde está a ser tratado.
“Isto certamente iria gerar uma competição entre os hospitais, mas eu creio que seria uma competição saudável”, arescentou.
No âmbito das comemorações dos 30 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a alta comissária reconhece que “a saúde de hoje é muito melhor do que há uns anos” e que o SNS é “excelente”, mas considera que “ainda há outro tanto a melhorar”.
“Deve haver uma articulação para que os cuidados hospitalares funcionem a 100 por cento, deve haver um sistema de informação integrado e deve haver um processo clínico único”, enunciou.
Na cerimónia de hoje participou também o representante do Subcomité dos Assuntos Europeus da Associação Europeia dos Gestores Hospitalares, Mark Haster. Lusa

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