sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Açores: Casais com acesso gratuito a técnicas de RMA


Os casais açorianos com problemas de fertilidade vão ter acesso gratuito a técnicas de reprodução medicamente assistidas, nos termos de uma convenção que será estabelecida com uma entidade privada, anunciou hoje o secretário regional da Saúde, Miguel Correia.
Nesse sentido, o executivo regional abriu hoje um concurso para a convenção da prestação de cuidados de saúde nesta área, que tem um prazo de 10 dias para a apresentação de propostas.
«O concurso visa permitir o acesso gratuito a técnicas de reprodução medicamente assistida a casais que tenham dificuldade em ter filhos», afirmou Miguel Correia, em declarações aos jornalistas no Corvo.
Actualmente, a Região envia anualmente cerca de 100 casais por ano para clínicas no continente, o que envolve um gasto de cerca de 170 mil euros.
«Queremos encontrar um parceiro nos Açores que pratique este tipo de técnicas», frisou o secretário regional, salientando que está em causa «garantir o acesso gratuito a técnicas que são muito onerosas».
Segundo Miguel Correia, o acesso dos casais será feito através dos hospitais e centros de saúde, mas estão previstos casos de acesso directo, desde que sejam preenchidos determinados requisitos clínicos.

O secretário regional da Saúde admitiu que «é previsível um aumento da procura» deste tipo de técnicas na sequência da convenção que será assinada com uma entidade privada, mas assegurou que a dotação financeira a definir pelo governo permitirá cobrir todas as necessidades. Lusa

1 comentário:

Movimento de Acção na Saúde disse...

MAS - Movimento Acção na Saúde
http://accaonasaude.blogspot.com

Terminou mais um ciclo eleitoral. Nas legislativas, o PS perdeu mais de meio milhão de votos e 23 deputados, sendo chamado a formar governo, agora sem maioria absoluta. Este desgaste eleitoral significativo expressa de forma distorcida a acesa contestação social que marcou o anterior governo. Lutas sucessivas de milhares de funcionários públicos - com destaque para os professores - de milhares de trabalhadores de empresas do sector privado, que fecharam ou ameaçaram fechar e as contestações populares ao encerramento de maternidades, centros de saúde e emergências hospitalares traduziram-se nalgumas das maiores manifestações desde o 25 de Abril, mas foram insuficientes para derrotar definitivamente Sócrates. Para tal contribuíram a estratégia das direcções sindicais, que não só advogaram “tréguas eleitorais” como assinaram vários acordos vergonhosos com o governo, bem como das forças à esquerda do PS que abdicaram de construir uma plataforma unitária que surgisse como alternativa real de governo. Assim, Sócrates mostrou aos eleitores que a opção era entre ele e Ferreira Leite e Manuel Alegre aproveitou para apelar ao voto no PS, impedindo a perda de votos de um importante sector crítico que representava.

O novo Sócrates é igual a si mesmo, não nos iludamos. Na educação, Isabel Alçada já afirmou que não alterará o estatuto da carreira docente ou a avaliação dos professores. No trabalho, Helena André - profissional sindical desde os 21 anos – fez prontamente saber que não será a ministra dos sindicatos e que “o anterior governo lançou uma série de políticas muito importantes" e que essas bases têm de ser consolidadas, estando fora de questão a revogação do Código do Trabalho. Quanto à saúde, a substituição ministerial já se tinha dado na anterior legislatura, não para mudar de políticas, mas para travar a contestação. Até o ex-Director Geral da Saúde, Constantino Sakellarides, afirmou: “Há ministros do núcleo duro e há ministros simpáticos para apaziguar o povo. E a ministra da Saúde faz parte destes.” “Todas as reformas do Correia de Campos continuaram com um ritmo próprio da segunda parte do ciclo político.” Que é como quem diz, só não avançaram mais no ataque aos trabalhadores e aos utentes do SNS porque tinham de acalmar os ânimos e preocupar-se em ganhar as eleições novamente.

Mesmo sem maioria absoluta, Sócrates tem nas bancadas à sua direita muitos interessados em sair da crise à custa dos tabalhadores e do desmantelamento dos serviços públicos, que apoiaram as suas medidas neste sentido. A nossa resposta terá de ser de forte oposição desde já, sem tréguas. As direcções sindicais devem organizar a luta contra o código do trabalho, pela reposição de direitos na Segurança Social, pela redução do horário máximo semanal para as 35 horas, sem redução de salário, para combater o desemprego. Devemos também, desde já, pressionar os dirigentes sindicais e mobilizar-nos para que as nossas carreiras não sejam feitas à medida do governo, nas mesas de negociações, mas que traduzam melhorias nas nossas condições de trabalho. Com este governo já tivemos más experiências que cheguem.