quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Alimentos biológicos crus ou ao vapor são «a melhor dieta»

Os produtos biológicos, consumidos crus ou cozinhados ao vapor, são «a melhor dieta», porque, graças a este tipo de alimentação, é possível prevenir e curar doenças, disse um especialista em alimentação biológica e nutriterapia.
Diferente da nutrição, a nutriterapia «é uma terapia feita através da escolha dos alimentos», que, ao ter em conta as características específicas de cada alimento, pode «prevenir, mas também curar, várias doenças», explicou Jean-Claude Rodet, co-fundador da Associação Internacional de Nutriterapeutas e da Associação Portuguesa de Agricultura Biológica (AGROBIO).
De acordo com este especialista, o estudo dos alimentos e das suas características «é já muito antigo» e nasce com Paracelso, um médico que viveu entre os séculos XV e XVI e que desenvolveu o conceito de terapia através dos alimentos, da sua forma e da cor. «A beterraba vermelha, pela sua cor, faz lembrar o sangue e, na realidade, este alimento ajuda quando existe uma situação de anemia. As unhas-do-diabo, uma planta, parecem dedos tortos e, na realidade, têm propriedades para curar as deformações articulares das mãos», exemplificou Rodet, que também dirige o Instituto de Saúde Natural, de Montreal, Canadá.
«O feijão tem a forma de um rim e hoje sabemos, através de pesquisas científicas, que o feijão pode curar várias doenças do rim», acrescentou.
Jean-Claude Rodet não tem dúvidas de que «a maioria das doenças pode ser curada através dos alimentos», embora haja situações «em que já é tarde demais para qualquer tratamento». «Mas isso também acontece com os medicamentos farmacêuticos», salientou.
Para levar uma alimentação saudável e saber usar os alimentos na prevenção de doenças, é preciso, no entanto, saber algumas regras. «É preciso identificar as fraquezas do organismo e depois fortalecê-lo através de alimentos naturais, biológicos, na maioria crus, e depois escolher alimentos específicos para cada doença», explicou, acrescentando que esse é um trabalho que deve estar nas mãos de um nutriterapeuta. Para além da importância da escolha dos alimentos, Rodet explicou que é preciso depois saber prepará-los, ter «cuidado» com o processo de cozedura e com a sua conservação.
Para este especialista, não há dúvidas de que a cozedura a vapor é a forma mais saudável de preparar os alimentos porque é a que melhor preserva as suas propriedades, e desaconselha a fritura, o «barbecue» e a grelha. «Quando os alimentos são carbonizados ou caramelizados já são tóxicos. Não são saudáveis», disse.
Jean-Claude Rodet não exclui o consumo de carnes vermelhas, porque «faz parte da diversidade dos alimentos», mas defendeu que deve ser ingerida em pequenas quantidades, no máximo uma vez por semana, porque é «acidificante e provoca um desequilíbrio acidobásico do organismo, que pode causar doenças generativas». Já no que diz respeito ao peixe, Rodet aconselha o seu consumo cru, «com sumo de limão por cima», senão cozido ao vapor, no forno ou estufado.
Apesar de referir estas regras gerais, o especialista defende a individualização da alimentação, ou seja, um tipo de dieta em que são levadas em conta as características físicas específicas de cada pessoa e o seu estilo de vida, pois cada um tem necessidades alimentares próprias. Jean-Claude Rodet tem a certeza de que esta é uma tendência alimentar que veio para ficar e que se está perante «uma viragem ecológica que não é uma moda, mas uma tendência de futuro». Lusa

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