quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Cancro: Quase quatro mil esperam cirurgia


Perto de 3800 portugueses com cancro estavam inscritos na lista de espera para cirurgia em Setembro, sendo a mediana de espera de 22 dias, menos 39 do que em 2006, revelou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, escreve a Lusa.
No final do terceiro semestre de 2009, constavam 3797 doentes na Lista de Inscritos para Cirurgia, segundo dados do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) avançados à Lusa esta quinta-feira, dia em que a ministra da Saúde, Ana Jorge, vai ao Parlamento explicar o estado da oncologia em Portugal, a pedido do PSD.
Em 2006, estavam inscritos 4334 doentes com cancro, número que desceu para 4320 em 2007 e para 4094 em 2008.
A média do tempo de espera para quem está inscrito na lista tem vindo a descer nos últimos quatro anos: em 2006 era de 61 dias, passou para 42 em 2007 e para 36 em 2008. O tempo recomendado é de quatro semanas.
«O que podemos realçar [dos dados] é que a 30 de Setembro de 2009, a mediana de tempo de espera era de 22 dias, o que quer dizer que a capacidade de resposta dos hospitais públicos melhorou muito», afirmou o secretário de Estado Manuel Pizarro.

Manuel Pizarro recordou que em 2005 a mediana de espera era de cerca de 80 dias: «Estamos a um quarto do tempo de espera que existia há quatro anos». Além disso, acrescentou, a média do tempo de espera dos operados está nos 28 dias, contra os 36 em 2006.
«Mesmo que possa haver casos indesejáveis, de um ou outro doente, de um ou outro serviço que não tenha uma resposta tão pronta, no conjunto, os doentes estão a ter acessos nos mesmos tempos aos cuidados de tratamento cirúrgico do cancro», salientou.
Relativamente aos inscritos na lista para cirurgia, o secretário de Estado afirmou que é «um número que tende agora a ficar estabilizado» porque aumentou o número de cirurgias feitas nos hospitais públicos.
«Fizemos cerca de 30 mil cirurgias [29 727] em 2006, em 2008 um pouco menos de 40 mil [39 706] e em 2009 vamos ultrapassar as 40 mil cirurgias no serviço público, o que quer dizer que o acesso dos doentes tem aumentado», frisou.

Segundo os dados do SIGIC, entre 1 de Janeiro e 30 de Setembro de 2009 tinham sido operados 30 670 doentes.
Para o governante, «haverá uma altura em que o número de doentes não diminuirá mais, porque se trata do número de doentes previstos para três semanas de espera».
Sobre o que tem contribuído para estes resultados, o secretário de Estado referiu que, «apesar de haver muito trabalho a fazer e muitas áreas a melhorar, os hospitais estão melhor organizados e os profissionais de saúde têm feito um esforço adicional para responder às necessidades dos portugueses».
O grande desafio que agora se coloca é a reorganização dos serviços de oncologia, cujo plano está em discussão pública: «É o desafio de melhorarmos os diferentes modos de tratamento do cancro e não apenas a cirurgia». Lusa

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