sábado, 16 de janeiro de 2010

Enfermeiros despem fardas frente ao Governo Civil de Faro


Cerca de dez enfermeiros despiram e depositaram hoje a sua farda à porta do Governo Civil de Faro, numa acção simbólica contra a proposta do Ministério da Saúde de baixar o salário de ingresso na profissão.
Em causa está a proposta do Ministério da Saúde em colocar o início salarial dos enfermeiros abaixo da carreira técnica superior da Administração Pública, o que, dizem os enfermeiros, não reconhece as qualificações académicas da classe.
Para contestar a diminuição do salário inicial de 1020 para 995 euros nos próximos quatro anos, um grupo de enfermeiros despiu a sua bata branca e depositou-a frente ao Governo Civil de Faro.
"Fiquem vocês com a farda e prestem cuidados se souberem", atirou um dos enfermeiros que participou na acção simbólica, antes de ser recebido por elementos do gabinete da governadora civil de Faro.
"Os enfermeiros não estão dispostos a continuar a trabalhar desta forma", disse aos jornalistas Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), salientando que a classe se sente "humilhada".

Segundo a enfermeira, a sua profissão é "penosa" e comporta "riscos", havendo uma esperança média de vida menor do que a de outros trabalhadores, o quer leva a classe a querer ver o seu trabalho reconhecido.
"Não podemos permitir que a proposta do Ministério da Saúde atire os enfermeiros para uma remuneração de seis euros por hora. É uma humilhação que não iremos permitir", sublinhou a dirigente sindical.
"Pagarem-nos seis euros significa nós despirmos esta bata, o que fazemos com grande constrangimento, já que esta é a nossa profissão", disse Guadalupe Simões, antes de entrar nas instalações do Governo Civil de Faro. Lusa

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