quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Ana Jorge: Greve dos enfermeiros «não faz sentido»


A ministra da Saúde, Ana Jorge, considerou hoje «sem sentido» a greve nacional dos enfermeiros do Instituto Nacional de Emergência Médica, uma vez que «não estão em causa os postos de trabalho» destes profissionais.
«É uma greve sem sentido ou sem razão, dado que não estão em causa os postos de trabalho destes enfermeiros e, portanto, é incompreensível», afirmou Ana Jorge, à margem do Fórum Gulbenkian Saúde, subordinado ao tema «Mind Faces - As diferentes faces da saúde mental», que decorre hoje na Gulbenkian, em Lisboa.

Ana Jorge sublinhou que «as pessoas têm todo o direito de se manifestar, mas era bom que o fizessem com a consciência do que é que está em causa».

«Todos estes enfermeiros têm o seu posto de trabalho», disse, lembrando que estão em comissão de serviço no Instituto Nacional de Emergência Médica para este trabalho e que estão «garantidos, pelo menos, durante todo este ano».

Os enfermeiros do INEM iniciaram às 00:00 de hoje uma greve de 24 horas para reclamar um plano estratégico para o instituto e a integração dos profissionais da classe nos quadros desta entidade.

Exigindo «estabilidade no exercício de funções nos diferentes meios: ambulâncias SIV (Suporte Imediato de Vida), nas VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação), nos helicópteros e no próprio CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes)», os enfermeiros acusam ainda o INEM de querer substituir os enfermeiros por técnicos menos qualificados.

Segundo Ana Jorge, o Ministério da Saúde está a trabalhar com os enfermeiros e com o INEM para tentar encontrar uma «solução de trabalho que seja benéfica» para os profissionais, as instituições e as populações abrangidas pelo serviço de Suporte Imediato de Vida (SIV), que abrange locais com dificuldades de acesso.

«O trabalho e ocupação destes enfermeiros são diminutos, mas tem de existir e, portanto, estamos a tentar trabalhar uma solução que lhes permita ter um trabalho, quer numa instituição, quer no INEM», sustentou.

A ministra ressalvou que os enfermeiros que estão no SIV não são únicos, há outros tão bem formados quanto estes, considerando que, se estes profissionais tiverem muito tempo neste serviço sem fazerem qualquer outra tarefa, perdem competências profissionais.

Segundo o coordenador do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, a greve dos enfermeiros do Instituto Nacional de Emergência Médica registou 99 por cento de adesão durante o primeiro turno de hoje.

«A adesão foi de 99 por cento. Todos os enfermeiros escalados nas ambulâncias SIV [Suporte Imediato de Vida] e nos CODU´s [Centros de Orientação de Doentes Urgentes] fizeram greve, em todo país», precisou José Carlos Martins.

Diário Digital / Lusa

1 comentário:

Cogitare em Saúde disse...

Não está facil ... Paciência temos nós tido muita ... e com os Professores eles não tiveram este tipo de comportamento .