Uma cirurgia realizada no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra, que já permite às mulheres que tiveram cancro do colo do útero, serem mães, resultou na gravidez de uma das pacientes operadas.
Daniel Pereira da Silva, director do Serviço de Ginecologia do IPO de Coimbra, disse esta quarta-feira à agência Lusa, que a jovem submetida àquela intervenção se encontra grávida, prevendo-se o nascimento do bebé em Agosto.
Esta cirurgia inovadora, chamada traquelectomia, permite conservar o corpo do útero e os ovários, mantendo a fertilidade, o que constitui uma alternativa à histerectomia radical.
No entanto, apenas serão elegíveis para esta cirurgia, casos em que o tumor, tenha menos de dois centímetros na sua máxima extensão e não apresente metástases ganglionares. A idade também é um factor a ter em conta.
Durante a intervenção, o colo do útero é retirado na totalidade, avaliando-se se tem uma margem de segurança de pelo menos oito milímetros de tecido saudável, sendo feita uma limpeza dos gânglios da parte pélvica.
Esta cirurgia representa uma nova esperança para as mulheres com cancro do colo do útero que pretendam engravidar, e foi iniciada pelo médico Daniel Dargent em França, onde algumas portuguesas a realizaram. Actualmente é executada nos principais centros de referência da ginecologia oncológica e também noutros hospitais em Portugal.
A primeira traquelectomia foi realizada no IPO de Coimbra em Janeiro de 2008, seguindo-se mais três cirurgias, todas bem sucedidas. CM
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