O novo Hospital de Cascais, com abertura prevista para o final deste mês, não consegue preencher o quadro de médicos. Apesar de estar há um ano a fazer contratações, e de todos os clínicos do actual hospital transitarem para o novo, a poucos dias da inauguração oficial ainda faltam 34 médicos, de um total de 136 clínicos previstos no contrato de gestão em parceria público-privada.
A maior dificuldade está em contratar os especialistas: Ginecologia-obstetrícia (faltam sete médicos), Medicina Interna (dez médicos), Cirurgia (três médicos), Urologia (três médicos), Anestesiologia (sete médicos) e Ortopedia (quatro médicos).
A administração queixa-se de grandes dificuldades na contratação dos médicos porque há unidades que não facilitam a saída por terem poucos recursos. "O reforço de recursos para as novas especialidades e meios de diagnóstico é particularmente difícil porque, segundo o contrato de gestão, a maioria dos profissionais tem de vir da Função Pública e só cinco por cento pode ser contratada no mercado."
O novo hospital contratou 18 médicos: cinco obstetras e um neurologista do Garcia de Orta, cinco intensivistas do Pulido Valente, um cirurgião do Curry Cabral, um obstetra de Vila Franca, um obstetra do Amadora-Sintra, um obstetra da Maternidade Alfredo da Costa, um oftalmologista do Instituto Gama Pinto, um fisiatra do S. José e um cirurgião do Centro Hospitalar de Lisboa Central.
A fuga de médicos do Garcia de Orta mereceu uma reunião esta semana entre o administrador Nelson Baltazar e a ministra Ana Jorge. Ao CM, Baltazar admitiu "não poder travar a saída dos médicos para unidades que os aliciam com melhores remunerações".
Pedro Lopes, da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, critica o Governo por acelerar a reforma antecipada dos médicos: "O problema é acrescido porque muitos médicos reformam-se pela idade e outros, devido à penalização da reforma criada pelo Governo, preferem sair para o privado." CM
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