O setor privado da saúde tem uma produção equivalente a 13 por cento das consultas e a 15 por cento das cirurgias do serviço público e já há mais de dois milhões de portugueses com seguros de saúde, segundo dados hoje divulgados.
Os dados foram divulgados hoje por Salvador de Mello, presidente do Conselho de Administração do grupo José de Mello Saúde, no IX Fórum Saúde, organizado pelo Diário Económico.
O facto de os cinco principais grupos privados terem já uma percentagem de produção significativa das consultas e cirurgias do Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi um dos argumentos que levou ao debate sobre a liberdade de escolha dos portugueses em relação ao serviço de saúde.
"Quem pode escolhe onde vai e quem não pode, os mais desfavorecidos, está confinado ao SNS, com todas as dificuldades de acesso e de financiamento que existem nesse setor", afirmou Salvador de Mello.
Considerando que a saúde é um setor fundamental na sustentabilidade económica, o gestor advertiu que caso o atual modelo se mantenha, em 2020, 33 por cento do orçamento do Estado será dedicado às despesas de saúde e 10 anos mais tarde essa percentagem subirá para os 40 por cento.
Salvador de Mello defendeu que deve ser dada liberdade de escolha aos portugueses relativamente ao prestador de saúde.
A presidente executiva da Espírito Santo Saúde, Isabel Vaz, alinhou pela mesma opinião, considerando que o atual sistema "não promove a competitividade, a inovação e que se 'está nas tintas' para o que o cidadão quer".
Jorge Simões, atual coordenador do Plano Nacional de Saúde e professor universitário, exibiu estatísticas que mostram que mais de 60 por cento das consultas de oftalmologia, 90 por cento das de saúde oral e 54 por cento das de cardiologia são no setor privado.
Em resposta a estes números, a responsável da Espírito Santo Saúde sublinhou que "os cidadãos destas estatísticas não têm acesso através do SNS aos melhores hospitais privados".
"Pode ser que venha alguém do FMI (Fundo Monetário Internacional) e resolva o problema do financiamento [do setor da saúde]. É uma pena não sermos nós a resolvê-lo", declarou durante a sessão de debate do Fórum.
Em contraponto, Jorge Simões defendeu que a liberdade de escolha do prestador de saúde "conduziria a um aumento da despesa pública".
"O Estado teria que pagar aos privados essa fatura. É preciso cautela, porque qualquer ideia que pareça muito virtuosa pode ter consequências muito desastrosas", frisou. Lusa
Os dados foram divulgados hoje por Salvador de Mello, presidente do Conselho de Administração do grupo José de Mello Saúde, no IX Fórum Saúde, organizado pelo Diário Económico.
O facto de os cinco principais grupos privados terem já uma percentagem de produção significativa das consultas e cirurgias do Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi um dos argumentos que levou ao debate sobre a liberdade de escolha dos portugueses em relação ao serviço de saúde.
"Quem pode escolhe onde vai e quem não pode, os mais desfavorecidos, está confinado ao SNS, com todas as dificuldades de acesso e de financiamento que existem nesse setor", afirmou Salvador de Mello.
Considerando que a saúde é um setor fundamental na sustentabilidade económica, o gestor advertiu que caso o atual modelo se mantenha, em 2020, 33 por cento do orçamento do Estado será dedicado às despesas de saúde e 10 anos mais tarde essa percentagem subirá para os 40 por cento.
Salvador de Mello defendeu que deve ser dada liberdade de escolha aos portugueses relativamente ao prestador de saúde.
A presidente executiva da Espírito Santo Saúde, Isabel Vaz, alinhou pela mesma opinião, considerando que o atual sistema "não promove a competitividade, a inovação e que se 'está nas tintas' para o que o cidadão quer".
Jorge Simões, atual coordenador do Plano Nacional de Saúde e professor universitário, exibiu estatísticas que mostram que mais de 60 por cento das consultas de oftalmologia, 90 por cento das de saúde oral e 54 por cento das de cardiologia são no setor privado.
Em resposta a estes números, a responsável da Espírito Santo Saúde sublinhou que "os cidadãos destas estatísticas não têm acesso através do SNS aos melhores hospitais privados".
"Pode ser que venha alguém do FMI (Fundo Monetário Internacional) e resolva o problema do financiamento [do setor da saúde]. É uma pena não sermos nós a resolvê-lo", declarou durante a sessão de debate do Fórum.
Em contraponto, Jorge Simões defendeu que a liberdade de escolha do prestador de saúde "conduziria a um aumento da despesa pública".
"O Estado teria que pagar aos privados essa fatura. É preciso cautela, porque qualquer ideia que pareça muito virtuosa pode ter consequências muito desastrosas", frisou. Lusa
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