quinta-feira, 27 de maio de 2010

Dívidas dos hospitais atingem valor recorde de 788 M€


O valor das dívidas hospitalares à indústria farmacêutica quase duplicou nos últimos 16 meses, tendo atingido em abril o valor recorde de 788 milhões de euros, revelou hoje o presidente da Apifarma.
Os dados da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), divulgados num encontro com jornalistas, indicam que em dezembro de 2008 a dívida era de 400 milhões de euros, tendo subido para 788,1 milhões de euros em abril de 2010 (94 por cento).
O maior aumento das dívidas foi dos hospitais EPE (Entidades Públicas Empresarias), que subiu 74 por cento no último ano (382,2 milhões de euros em maio de 2009 e 665,1 em abril de 2010).
No Sector Público Administrativo (SPA) a dívida cresceu 20,8 por cento entre maio de 2009 (101,8 milhões de euros) e abril de 2010 (123 milhões de euros).
No total dos hospitais (SPA e EPE) as dívidas aumentaram 62,8 por cento no último ano, mas se analisados os débitos a mais de 90 dias este valor sobe para 113,5 por cento.
O prazo médio de pagamento “claramente ultrapassou um ano por parte das entidades hospitalares”, disse o presidente da Apifarma, João Almeida Lopes.

No dia 05 de maio, o Ministério da Saúde anunciou que os hospitais EPE reduziram o prazo de pagamento a fornecedores de 174 para 126 dias, superando os objetivos previstos do programa Pagar a Tempo e Horas.
Os fornecedores das entidades do Sector Público Administrativo (SPA) da área da saúde passaram a receber os seus pagamentos em 60 dias nos últimos três meses do ano, contra os 70 dias que demoravam entre outubro, novembro e dezembro de 2009, o que demonstra "uma evolução positiva ao longo do ano passado", refere o MS.
João Almeida Lopes adiantou que a despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no mercado ambulatório esteve controlada entre 2005/2009.
“A partir dessa data a despesa cresceu claramente com medidas que foram tomadas”, nomeadamente a da comparticipação de 100 por cento de medicamentos genéricos para pensionistas com rendimentos inferiores ao salário mínimo nacional, afirmou o presidente da Apifarma.

Nos últimos seis anos, a evolução do mercado farmacêutico em Portugal estabilizou: “Nos medicamentos de marca a tendência tem sido para um ligeiro decréscimo (-0,5 por cento)”, enquanto nos genéricos a evolução foi “fortemente significativa”, um crescimento de 15 a 20 por cento ao ano, acrescentou. Lusa

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