sexta-feira, 21 de maio de 2010

Linha Saúde 24 recebeu 2,7 milhões de contactos em três anos


A Linha de Saúde 24, criada em 2007 e definida como primeira porta a bater no caso de dúvida sobre a gripe A, recebeu 2,7 milhões de contactos e aliviou as urgências, apesar de todos os anos ter sofrido penalizações.
No balanço do terceiro ano de actividade, o administrador da Linha de Cuidados de Saúde, empresa que gere a Linha de Saúde 24 (LS24), assegurou que o serviço cumpriu os dois principais objetivos na pandemia da gripe A: conter o excesso de propagação do vírus e minimizar o seu impacto na população.
A viver dias “mais calmos”, com uma média de 1800 contactos diários, a LS24 chegou a receber 20 mil chamadas diárias, o que aconteceu, por exemplo, no dia 16 de novembro do ano passado, no “pico” das preocupações com o H1N1.
A gripe A obrigou este serviço de atendimento telefónico a grandes mudanças. Até 15 de abril de 2009, quando foram registados os primeiros casos de gripe A, o serviço recebia cerca de 1900 contactos diários.
Após a gripe A, a média de chamadas diárias recebidas passou para 5800. No mês de novembro, a média era de 13 500 contactos diários.

Os profissionais também aumentaram, passando de 500 para mil, conforme recordou hoje Artur Martins, que tomou posse em maio do ano passado.
A “enorme pressão” que o pânico da gripe A provocou na linha teve algumas consequências. Em agosto do ano passado, foi o diretor geral da Saúde quem manifestou grandes preocupações com a ineficácia do serviço.
Francisco George revelou no Parlamento que a LS24 estava a registar uma taxa de abandono - chamadas não atendidas - na ordem dos 39 por cento, muito superior aos 15 por cento previstos no contrato.
Num único dia, sublinhou na altura Francisco George, das 9490 tentativas de atendimento, só 2815 obtiveram respostas.
Após este “pico” de incumprimento, a empresa foi obrigada a reforçar o pessoal, tendo criado um serviço de atendimento exclusivo para a gripe A.
A melhoria foi significativa e, segundo o administrador da Linha de Cuidados de Saúde, hoje a taxa de eficácia situa-se nos 100 por cento.

Apesar disso, a empresa vai ter de pagar as penalizações previstas no contrato, o que, aliás, tem feito desde que a LS24 foi criada.
O coordenador do serviço, Sérgio Gomes, assumiu, em agosto do ano passado, que as penalizações por incumprimento da empresa, relativamente ao primeiro semestre da empresa, foram de 390 mil euros.
Desde então, e segundo revelou hoje à agência Lusa o coordenador do serviço, foram apuradas penalizações para os segundo e terceiro semestre de actividade da LS24 (quase todo o ano de 2008) e estão por comparar os valores das penalizações em 2009.
Sérgio Gomes escusou-se, contudo, a revelar os montantes das penalizações - tal como o administrador da Linha de Cuidados de Saúde -, adiantando apenas que estes têm sido cada vez menores e que demonstram uma “evolução positiva” do serviço. Lusa

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