A ministra da Saúde justificou hoje a saída dos enfermeiros dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM como uma questão de “racionalização” por aqueles profissionais passarem a estar junto das populações.
“Podemos chamar racionalização. Nós devemos ter e gerir bem e dar recursos humanos conforme as necessidades e é isso que estamos a fazer, a colocar os enfermeiros na prestação de cuidados diretos aos doentes, nas ambulâncias”, afirmou.
Falando à margem do 1.º aniversário da Estratégia Nacional para a Qualidade na Saúde, em Lisboa, Ana Jorge disse que a “não permanência de enfermeiros no CODU não significa que os enfermeiros desapareçam das equipas do INEM”.
Ou seja, vão passar a fazer aquilo que é “de mais nobre, a prestação direta de cuidados de socorro a quem precisa deles”, afirmou.
Após saber da decisão pelo secretário de Estado adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, a Ordem dos Enfermeiros manifestou o seu “desacordo total” com esta “decisão unilateral”.
Na sua página, lê-se que a “presença de médicos e de enfermeiros nos CODU oferece uma combinação de competências que acrescenta valor ao juízo clínico”.
“A Ordem irá dar orientações no sentido de os enfermeiros que estão no terreno, em especial nas ambulâncias Suporte Imediato de Vida (SIV), não receberem orientações provenientes de técnicos de comunicação, os quais não possuem competências clínicas”, avisa-se.
Em resposta hoje, Ana Jorge garantiu que quem “dá orientações clínicas, do ponto de vista técnico dentro do CODU, são os médicos”.
“Não pode acontecer que seja um técnico a dar orientações, a não ser com orientação clínica que esteja a ser feita dentro do CODU”, afirmou.
A governante lembrou que os enfermeiros passaram a estar no CODU em finais de 2007, no âmbito do aparecimento das SIV, nas quais funcionam um técnico e um enfermeiro.
“Por isso apareceram enfermeiros no CODU, para com maior facilidade organizar o sistema”, o que já aconteceu com o “excelente colaboração dos enfermeiros”.
A nova organização será, segundo a ministra, mais rentável para os “cidadãos, ao manter os enfermeiros em trabalho direto”.
Os Centros de Orientação de Doentes Urgentes são centrais de emergência médica responsáveis pela medicalização do número europeu de emergência 112.
Os pedidos de socorro efetuados através do 112, que digam respeito a situações de urgência ou emergência médica, são transferidos para um dos quatro CODU (Lisboa, Porto, Coimbra e Faro), estruturas integradas na orgânica do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Compete aos CODU "atender e avaliar no mais curto espaço de tempo os pedidos de socorro recebidos, com o objetivo de determinar os recursos necessários e adequados a cada caso", segundo o INEM. LUSA
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