sexta-feira, 8 de maio de 2009

“SNS vai ter que escolher quem trata”


O médico Manuel Sobrinho Simões, Prémio Pessoa em 2002, considera que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não é sustentável e que "a médio prazo teremos que decidir quem vamos tratar e deixar morrer".
"Sou totalmente a favor do SNS, mas ele é insustentável, mesmo se melhorarmos os 25% de desperdício que existe", afirmou Sobrinho Simões na sessão ‘Uma Visão Diferente da Saúde – Prémios Pessoa em diálogo’, terça-feira, em Coimbra. "Teremos que fazer cedências, definir que prestações de cuidados são essenciais e explicar aos doentes por que é que não os tratamos", acrescentou.
O médico sublinhou ainda o "efeito perverso" e "obsceno" que a medicina privada pode ter "quando o SNS deixar de tratar todos", explicando que o fenómeno se deve ao envelhecimento da população, aos preços elevados de medicamentos e diagnósticos e à expectativa da imortalidade. Na sessão, moderada por Clara Ferreira Alves, estiveram ainda o jurista Gomes Canotilho e o arquitecto Carrilho da Graça.

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