quinta-feira, 4 de junho de 2009

Erro médico sai caro


Cerca de duas centenas de doentes pedem uma indemnização total de 29 milhões de euros por alegados erros médicos praticados nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O maior número de pedidos de indemnização concentra-se nos estabelecimentos hospitalares da faixa litoral urbana, com destaque para Lisboa, Setúbal e Coimbra.
O relatório da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) referente a 2008, ao qual o CM teve acesso, deixa claro que, por alegada assistência médica deficiente, foram interpostos contra os hospitais do SNS 155 pedidos de indemnização, dos quais "é largamente maioritária a vertente jurídica-administrativa". Ou seja, em 155 requerimentos de indemnização financeira, 92 correm em tribunal.
O documento identifica também as seis especialidades mais visadas pelos pedidos indemnizatórios dos doentes: "Obstetrícia, Ortopedia, Cirurgia Geral, Ginecologia, Oftalmologia e Medicina Interna." A IGAS constata que, apesar de o novo regime da Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado e Demais Entidades Públicas ter entrado em vigor em Janeiro de 2008, apenas 7,58 por cento dos hospitais, enquanto beneficiários institucionais, tinha celebrado contratos de seguros de responsabilidade profissional.
A confirmar-se a alegada prática de erros médicos, os doentes serão indemnizados pelo médico, pela equipa clínica ou pelo hospital, em função do caso concreto e ao abrigo do novo regime de responsabilidade civil.


DESPESAS IRREGULARES DE 1,5 MILHÕES


A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) detectou, no âmbito de auditorias realizadas a organismos do sector, indícios de despesas irregulares num valor total superior a 1,5 milhões de euros. Por isso, a IGAS, liderada por Fernando César Augusto, tenciona participar ao Tribunal de Contas estas irregularidades.
Os indícios de eventuais despesas irregulares foram detectados no Instituto da Droga e da Toxicodependência, no Hospital de Faro -- EPE (Entidade Pública Empresarial), no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho - EPE e no Hospital de São Marcos, em Braga.
A partir desta constatação, a IGAS emitiu um conjunto de 215 recomendações a estas entidades, que serão objecto de acompanhamento ao longo deste ano, para reforçar o controlo interno.

CLÍNICO AFASTADO NO PORTO


Gilson Alves, médico interno de Cirurgia Cardiotorácica (CC) do Hospital de São João, no Porto, reclama estar a trabalhar sem exercer funções. Após divergências com superiores hierárquicos – pediu a exoneração da directora do internato –, Gilson solicitou, em Julho de 2008, a interrupção do seu serviço. Um mês e meio depois quis voltar mas, mesmo depois de ter conseguido um "parecer de aptidão psíquica", diz-se agora fechado num gabinete, situação justificada pelo director de CC com uma "sucessão de atitudes inadequadas" de Gilson, que viu ser-lhe instaurado um processo disciplinar. CM

Sem comentários: