quinta-feira, 4 de junho de 2009

Utentes satisfeitos com Unidades de Saúde


76% dos utentes das Unidades de Saúde Familiares (USF) estão contentes pela forma como foram atendidos pelos profissionais de saúde. O trabalho de enfermeiros e médicos é o mais elogiado. A organização dos serviços representa a maior fragilidade do sector, ainda assim, apenas 31% dos utilizadores das USF manifestam descontentamento, dizem os indicadores Europep. Os serviços ao domicílio são contestados por 36% dos beneficiários.
A ministra da Saúde, Ana Jorge, esteve esta manhã na USF da Sobreda, Almada, onde assistiu à apresentação do Estudo de Monitorização de Satisfação dos Utentes das USF.
O estudo foi apresentado pelo próprio coordenador, Pedro Ferreira, do Centro de Estudos de Investigação em Saúde da Faculdade de Economia de Coimbra, e reflectiu a opinião dos utilizadores efectivos das USF. Em Maio, foram analisados cerca de treze mil estudos, distribuídos pelas primeiras 146 USF do país, com o objectivo de averiguar se os objectivos da reforma de saúde estavam a ser cumpridos. Pedro Ferreira apontou a melhoria do acesso aos cuidados em domicílio e situações agudas como uma das principais metas, mas referiu também que o aumento da satisfação de utilizadores e funcionários, a melhoria da qualidade clínica e uma maior eficiência, faziam parte das prioridades.
Numa breve contextualização, Pedro Ferreira explicou que a actual crise económica é um factor de influência no envelhecimento da população, pelo que os cuidados de saúde estão “em colisão com as necessidades dos doentes e a sua realidade económica”. A solução deverá passar por “fornecer a melhor saúde possível por euro dispendido”.
A relação pessoal, comunicação e o factor humano representam a maior fatia de satisfação para os utentes inquiridos.
Comparativamente com um estudo realizado em 2005, concluiu-se que os factores que hoje representam menor satisfação eram os mais contestados há quatro anos. Mais, “por cada utente insatisfeito com a USF a que pertence, quinze recomendam-na a familiares e amigos”, diz Pedro Ferreira. O responsável pelo estudo concluiu que este é “um resultado extraordinário de um acontecimento extraordinário”, considerando ainda que os comentários negativos por parte dos utentes representam “problemas menores”.
A realização do Estudo de Satisfação Global Europeu contemplou os factores de relação e comunicação, cuidados médicos, informação e apoio, continuidade e cooperação, e organização de serviços.
A ministra da Saúde reagiu com satisfação aos números apresentados e sublinhou a importância da componente humana para a satisfação geral dos utilizadores das USF. Ana Jorge considera que “todo o esforço, motivação e investimento nos cuidados de saúde primários valem a pena”, e disse que este novo modelo “faz parte das necessidades reais dos cidadãos”.
Em declarações ao CM, Ana Jorge explicou que o facto de se poder marcar consultas no próprio dia é “determinante para mudar a opinião dos utentes relativamente ao sistema de saúde”. CM

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