segunda-feira, 26 de outubro de 2009

54 mil serão vacinados em 15 dias

Arranca hoje a vacinação em massa de trinta por cento da população portuguesa contra a gripe A. É a maior campanha já alguma vez realizada no nosso país, e até Abril a Direcção-Geral da Saúde prevê vacinar três milhões. A Pandemrix, que inviabiliza o contágio pelo vírus H1N1, colhe contudo resistência por parte da população por causa das reacções alérgicas.
Paulo Moreira, porta-voz do Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças, admitiu ontem que “houve falhas na informação prestada”. A subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, defende que “os receios não têm fundamento, uma vez que a vacina contra a gripe sazonal e a vacina contra a gripe A são do mesmo tipo, obedecem à mesma metodologia e foram licenciadas e aprovadas pelos mesmos organismos. Está assegurado um perfil de qualidade e de eficácia. As reacções mais frequentes à vacina da gripe sazonal são também apontadas à da gripe A: dores de cabeça, fadiga, dor e vermelhidão no local da injecção e febre.
No entanto, a possibilidade de desencadear uma reacção alérgica é reduzida, e para grupos de risco, como as grávidas, “é melhor tomar a vacina”, considera Meliço Silvestre, epidemiologista e professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. O especialista diz ter tomado a vacina contra a gripe sazonal e que dentro de um mês será vacinado contra o H1N1. “É uma responsabilidade social que todos os médicos devem assumir”, garante.
Ao todo, nos próximos 15 dias prevê-se a vacinação de 54 mil portugueses: dez mil grávidas em período de gestação superior a três meses, 14 mil profissionais de saúde e 30 mil trabalhadores de actividades consideradas decisivas para o funcionamento do País. Daqui por duas semanas chegará um novo lote de 60 mil doses de vacinas.
Não podem ser vacinadas pessoas que estejam engripadas. A Pandemrix, tal como a Influvac, uma das vacinas contra a gripe sazonal, apresenta uma grande semelhança no que respeita às pessoas que não podem ser vacinadas, caso dos alérgicos a ovos.
A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde advertiu que “podem ocorrer reacções adversas raras que apenas poderão ser detectadas a partir do momento em que as vacinas passam a ser utilizadas em larga escala”. Nos últimos três anos foram registadas pelo Infarmed 39 reacções adversas às vacinas contra a gripe sazonal. CM

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