terça-feira, 27 de outubro de 2009

Recusa de médicos e enfermeiros leva à desconfiança


A recusa de alguns médicos e enfermeiros em serem vacinados contra a gripe A está a potenciar a desconfiança dos portugueses na qualidade e segurança da vacina, admitiu ontem o director-geral da Saúde, Francisco George, no arranque da campanha de vacinação.
No Hospital Garcia de Orta, em Almada, cinco por cento dos cem profissionais inscritos para a vacinação recusam-na. Para dar o exemplo, Francisco George vacinou-se ontem, no Centro de Saúde de Alvalade. 'Reconhecemos a importância da vacina e não faz sentido este movimento que não tem fundamento científico. Os profissionais serão vacinados mais tarde.'
Várias pessoas não confiam na vacina. Marisa, 30 anos, com uma gravidez de 30 semanas, salienta: 'Não quero a vacina, pois os médicos, que sabem mais do que nós, não a querem tomar. Vou recusá-la.' Isabel Matias, 40 anos, acrescenta: 'Não há estudos suficientes. Não deixo o meu filho ser vacinado, que é asmático.' Já Vera Silva, de 21 anos, espera para ver a reacção que a vacina provoca.
Apesar da campanha ter arrancado ontem, nem todos os centros de saúde estavam preparados. Em Leiria, Batalha, Porto de Mós e Marinha Grande, por exemplo, a vacinação só terá início segunda-feira, após a convocação das grávidas. No hospital e centros de saúde de Viseu a vacina será administrada a partir de amanhã e em Coimbra começa hoje.
Em Évora, a vacinação começou ontem para os primeiros 80 enfermeiros e 83 médicos e técnicos. No Algarve, os centros de saúde de Tavira e Portimão aderem nos próximos 15 dias.
No próximo ano, a vacina da gripe sazonal incluirá a estirpe da gripe A. CM

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