terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Antissépticos podem tornar bactérias mais resistentes


Um estudo realizado por investigadores irlandeses, especializados no combate a infecções hospitalares, identificou que os antissépticos podem tornar as bactérias mais resistentes não só a estes produtos, mas também aos antibióticos.
Os cientistas da Universidade Nacional da Irlanda em Galway chegaram à esta conclusão após acrescentar quantidades crescentes de desinfectante a culturas em laboratório de pseudomonas aeruginosa, uma bactéria responsável por infecções nos hospitais.
Segundo o estudo, publicado na edição de Janeiro da revista Microbiology, a bactéria sobreviveu ao desinfectante e o seu ADN mudou para torná-la resistente aos antibióticos do tipo da ciprofloxacina, apesar não ter sido exposta a estes remédios.
Os desinfectantes são utilizados para limpar diferentes superfícies nos hospitais, com o objectivo de evitar a proliferação das bactérias.
Conforme o autor principal do estudo, Gérard Fleming, a elevadas concentrações não parece haver problema, mas «os resíduos de desinfectantes diluídos de forma incorrecta e que permanecem na superfície num hospital podem gerar o crescimento de bactérias resistentes aos antibióticos».

A ameaça para a saúde é grande, já que se as bactérias sobrevivem aos desinfectantes e contaminam um paciente, este será tratado com antibióticos resistentes às bactérias.
A pseudomonas aeruginosa é uma bactéria oportunista que ataca normalmente pessoas cujo sistema imunológico está debilitado, como doentes de fibrose cística e diabetes.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, pelo menos 8,7% dos pacientes contraem infecções durante a hospitalização. LUSA

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