quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Novo hospital de Lamego deverá abrir portas em Janeiro

O Hospital de Lamego, um projecto “inovador” que assenta nos serviços de ambulatório e representa um investimento de 42 milhões de euros, deverá entrar em funcionamento em Janeiro de 2012, disse hoje fonte hospitalar.
O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), Carlos Vaz, afirmou à Lusa que a obra de construção civil está praticamente concluída e que já foram abertos os concursos públicos internacionais para a aquisição dos equipamentos.
Este hospital, que fica situado junto ao nó da auto-estrada A24, vai dispor de cirurgia de ambulatório (três salas operatórias), além de consulta externa (14 gabinetes), urgência básica, hospital de dia e visitas domiciliárias.
A unidade vai assegurar a prestação de cuidados à população dos dez concelhos do Douro Sul. No que respeita às áreas de cirurgia de ambulatório, dará resposta a toda a área de influência do CHTMAD.
Segundo Carlos Vaz, as grandes áreas de desenvolvimento serão a “oftalmologia, ortopedia e cirurgia geral”, com aposta ainda para a ginecologia e otorrinolaringologia.

Este conceito, assente no reforço da prestação de serviços predominantemente em ambulatório, é considerado “inovador” e tem como objectivo reduzir o impacto do internamento na vida dos doentes e das suas famílias.
Em vez do internamento tradicional, terá uma unidade de cuidados continuados de convalescença, com capacidade para 30 camas.
Mas é precisamente este um dos factos que está a gerar descontentamento entre autarcas e a população de Lamego, que subscreveu uma petição que será entregue ao Ministério da Saúde.
O presidente da Câmara de Lamego, Francisco Lopes, reuniu recentemente com o secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, para expor preocupações relativas ao modelo funcional deste novo hospital e pedir à tutela para reequacionar o tipo de internamento.
O autarca não quer que as camas de cuidados continuados sejam incluídas na rede nacional, mas que sejam geridas directamente pelo CHTMAD “como uma unidade de internamento normal”.

“Entendemos que as 30 camas são insuficientes e que deviam ter pelo menos 50 a 60 polivalentes, mas isso aí já obriga a alterações que nós entendemos que são possíveis e que se podem fazer no futuro”, disse hoje à Lusa.
Francisco Lopes teme ainda que a concentração de todo o internamento na unidade de Vila Real possa causar “inúmeros problemas e dificuldades aos pacientes”.
Problemas esses que considerou que são agravados pela inexistência de transportes públicos que garantam a ligação do todo o Douro Sul e Vila Real e pela introdução, em breve, de portagens na A24.
Carlos Vaz apenas reiterou que, em relação ao Hospital de Lamego, “está a ser cumprido o projecto ministerial”.

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